Calçadas do centro de Belém são desafio para pedestres
Written by on 20 de fevereiro de 2024
Transitar pelo Centro Comercial de Belém, no bairro da Campina, pode ser um grande desafio para os pedestres, que costumam enfrentar muitos obstáculos pela frente. Barracas, manequins, mesas e cadeiras obstruem os espaços destinados ao tráfego das pessoas. E, para piorar, a maior parte das calçadas está em condições precárias. Esta é a situação que a população encontra quando necessita se locomover pelo local.
Os problemas de mobilidade na área podem ser observados desde a Avenida Presidente Vargas, onde as calçadas são ocupadas por vendedores ambulantes, o que reduz o espaço para a passagem dos transeuntes. Mas, o maior problema continua sendo as condições das calçadas.
No perímetro entre as ruas 28 de Setembro e Manoel Barata, o piso tátil já não existe mais e a calçada está totalmente deteriorada com buracos e desnivelamento. Os mais prejudicados com o descaso são os portadores de deficiência física, idosos e pessoas com mobilidade reduzida.
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A aposentada Jandira Silva, 68, é usuária do transporte público e, quando precisa sair de casa, procura andar com muita atenção e cuidado pelo local. Além de ser idosa, ela conta que tem um problema na perna, o que reduz a sua flexibilidade e mobilidade. Caminhando pela Presidente Vargas, ela se deparou com uma calçada desnivelada, com a descida muito baixa e o asfalto alto.
“É uma vergonha. Tenho dificuldade, tenho problema nas minhas pernas. Às vezes peço para alguém me ajudar a descer e subir de uma calçada desse tipo. Uma vez eu caí na Pedreira, porque a calçada era alta. Devido à minha dificuldade, a perna falhou. A gente cai, a gente se quebra, enfim. É uma vergonha, ninguém vê. Em Belém não tem uma calçada adequada para ninguém. Ninguém pensa na terceira idade e no cadeirante”, critica.
Dificuldade
Pelas ruas do comércio, os riscos de acidentes durante a caminhada estão por toda parte. Calçadas danificadas, buracos, paralelepípedos soltos e obstáculos estão entre os problemas do local. Na travessa Padre Prudêncio, por exemplo, chama a atenção de quem passa pelo local uma parte intrafegável da calçada, totalmente deteriorada. O pedestre é obrigado a passar por ali e correr o risco de cair ou torcer o pé. Ou andar pela rua em meio aos veículos.
O porteiro Reginaldo Buriti, 63, que atua há 30 anos no comércio, disse que já perdeu as contas de quantas pessoas caíram naquela parte da calçada. “Já caiu muita gente aqui. A calçada era plana, mas cedeu e está assim há uns cinco anos. É difícil para qualquer pessoa e mais ainda para uma pessoa com idade avançada. Era para serem feitas muitas coisas aqui, principalmente essas calçadas, padronizar, porque tem muitas danificadas. Queria que o pessoal olhasse com um pouco mais de carinho, porque isso aqui é o comércio de Belém, é o centro”, declara.
O Diário solicitou uma posição das secretarias municipais de Urbanismo (Seurb) e de Economia (Secon) sobre as situações das calçadas de Belém, no entanto, nenhuma resposta foi enviada até o fechamento desta edição.
“A gente cai, a gente se quebra, enfim. É uma vergonha, ninguém vê. Em Belém não tem uma calçada adequada para ninguém”. Jandira Silva, aposentada.