Viuva de Erasmo ficou sem tomar banho após a morte do cantor
Written by on 30 de novembro de 2022
A partida de um ente querido deixa um mix de sentimentos que refletem na forma em que a pessoa que ficou vai viver o luto e aprender a conviver com a saudade. A viúva do cantor Erasmo Carlos, a pedagoga Fernanda Passos, 32, por exemplo, externou que deixou de tomar banho nos primeiros dias após a morte do artista, semana passada.
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A publicação dela nas redes sociais repercutiu bastante ao ponto de os internautas tentarem buscar compreender a situação. Fernanda justificou que não queria “perder” os resquícios do marido
“Tomei banho! Pretinho, todos os dias quando eu tomava banho gritava ainda do banheiro: tomei banho! E você respondia: oba! Terminava o ritual e vinha te encontrar na nossa cama, eu mal me sentava e você dizia: cadê o cheirinho? Ah amor, talvez minha falta de banho tivesse relação com isso: estava com medo”, publicou a viúva.
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O psicólogo e doutor em neurociência do comportamento pela PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), Yuri Busin, destacou que “é comum que as pessoas atribuam memórias a objetos e carreguem ali um valor com relação à pessoa que se perdeu. Questões de higiene são coisas mais atípicas, mas podem vir a acontecer, com essa idealização de carregar algo que tenha relação com a pessoa que morreu”, explicou.
Busin frisou que é preciso tomar cuidado ao relacionar luto e depressão. “O luto é uma coisa, a depressão é outra coisa. Precisa de uma avaliação muito criteriosa de tudo o que [ela] está passando.”
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No entanto, quando há um diagnóstico de depressão, é possível identificar eventuais dificuldades na realização de atividades básicas do dia a dia. “É muito cedo para falar sobre isso, mas quando a gente está em depressão existe uma dificuldade muito grande de realizar alguns comportamentos básicos, como higiene, alteração na alimentação, no sono. Mas isso não é diagnosticado do dia para a noite”, completou Yuri.
Segundo o especialista, em casos como o de Fernanda é fundamental viver todas as fases do luto.
“O luto precisa ser vivido. Ele não pode ser ignorado simplesmente. Ele precisa ser realmente vivido e processado, elaborado. E enfrentado, muitas vezes. É todo um processo de aceitação, negação, barganha, e assim por diante, para que ela consiga ficar melhor em curto prazo”, desfechou.