Veja como evitar os golpes mais comuns no Carnaval

Publicado em 3 de fevereiro de 2023

O Carnaval começa oficialmente no próximo dia 18, mas blocos têm ocupado as ruas de São Paulo desde o início de janeiro e já há reclamações e relatos de furtos. Do golpe da maquininha ao comprar uma cerveja a falsas promoções de ofertas voltadas para a festa, o folião acaba precisando equilibrar a diversão com a atenção.

A reportagem ouviu especialistas que explicaram os golpes mais comuns no período, como evitá-los e o que fazer caso seja vítima.

Leia também:

Conheça os golpes mais comuns em postos de gasolina

Cosanpa alerta sobre golpes em pagamento da fatura

PARA ENTENDER

FRAUDES DE CARTÃO

DE CRÉDITO

– Quadrilhas brasileiras são referência global em burlar a segurança de máquinas de cartão. Uma delas foi a primeira do mundo a conseguir bloquear pagamentos por aproximação, para induzir a operação com inserção do chip, o que permite a aplicação do golpe conhecido como compra fantasma.

– Esse esquema simula erros, a partir de um vírus, em máquinas de cartão para duplicar transações e, sem que lojista ou cliente percebam, realizar uma segunda cobrança ao cliente, de mesmo valor, mas direcionada à conta do golpista.

– Para infectar os aparelhos de cobrança, os cibercriminosos entram em contato com donos dos pontos de venda, por telefone ou até com telegramas, passando-se por funcionários das empresas de maquininhas ou bandeiras de cartão. Nesse caso, o consumidor não tem o que fazer, além de desconfiar dos seguidos erros durante o pagamento.

– Segundo o professor de Direito do Consumidor da Universidade Presbiteriana Mackenzie Bruno Boris, o consumidor prejudicado por essa fraude pode acionar a Justiça contra o comerciante ou contra a empresa da maquininha, que tiveram sua segurança superada.

Mas, segundo pesquisa da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) de 2020, o golpe mais comum no Carnaval é a troca de cartões de crédito.

– O golpista assume a função de vendedor ambulante ou motorista de aplicativo, por exemplo. Aproveita a distração do cliente para observar a senha ou induzi-lo a digitar o código no campo de valor da compra. Já ciente da senha, o falso comerciante troca o cartão e devolve outro muito parecido. Sem perceber, o folião entrega tudo ao estelionatário.

– O Procon-SP dá as seguintes orientações para evitar esses golpes:

– Não utilizar máquina com o visor quebrado ou que não permita a leitura dos dados

– Não perder de vista o cartão. O dono deve manuseá-lo na inserção e retirada e também na aproximação

– Verifique os valores expressos no comprovante e se o cartão devolvido é o correto

– Alerte-se caso os números da sua senha apareçam na tela da maquininha após a digitação

– Antes de inserir a senha, confira se o valor da conta foi digitado corretamente

– Nunca empreste o cartão

– Memorize a senha e não a guarde junto do cartão

– Tenha em mãos uma relação de números de telefone para comunicação de roubo ou extravio do cartão.

– Os clientes do Nubank também têm a opção de acionar o “Modo Rua”, funcionalidade que permite limitar o valor total máximo de transações quando o usuário está fora de casa —vale para Pix, transferências e pagamentos de boleto. Os usuários do aplicativo do Nubank também podem gravar redes wi-fi de confiança, que, a partir da conexão, liberam as restrições do “Modo Rua”. A ferramenta foi anunciada ontem (2).

FURTOS DE CELULAR

– Os furtos e roubos de celular também devem preocupar os foliões. Com o smartphone em mãos, criminosos podem acessar contas bancárias, redes sociais, efetuar transações financeiras e roubar dados, causando prejuízos à vítima que vão além da reposição do aparelho. Nos piores casos, o ladrão chega a usar aplicativos de bancos para solicitar empréstimos.

– Aumentar a segurança do aparelho é essencial para mitigar esses danos. Adicionar verificações em dois fatores nos aplicativos em que for possível é um primeiro passo. Veja outras dicas:

– Sempre use uma proteção para desbloquear o celular, seja por PIN (sequência numérica), senha escrita, biometria ou reconhecimento facial

– Ative a senha do seu chip. Se a função for ativada, será necessário digitar essa senha toda vez que o usuário ligar o telefone ou colocar o chip em outro aparelho, o que dificulta burlar a verificação em dois fatores

– Guarde aplicativos com informações sensíveis em pastas seguras ou deixe-os ocultos. Considere apagá-los antes de sair de casa

– Não salve senhas no celular ou guarde prints de transações bancárias e documentos

– Reduza o limite individual e diário das suas transações financeiras (Pix principalmente) e siga recomendações de segurança de sua instituição financeira

– Bloqueie a linha com a operadora

– Aprenda como bloquear e apagar remotamente seu aparelho. Em iPhones, isso pode ser feito no iCloud; em dispositivos Android, podem ser usados os serviços do Google

– Escolha alguém de confiança para ter acesso ao sistema de bloqueio remoto do celular para apoiá-lo em caso de roubo ou furto

– Registre boletim de ocorrência e bloqueie o aparelho com o código IMEI, disponível na caixa do aparelho e nos aplicativos de busca do dispositivo

– Quem perceber saques ou lançamentos indevidos na conta ou fatura pode contestar a transação junto à instituição financeira. Não havendo solução, pode registrar reclamação no Procon-SP.

– De acordo com Bruno Boris, não há consenso na Justiça se a instituição financeira deve ressarcir a vítima de furto ou roubo em caso de desvio de valores da conta bancária. “A pessoa precisa provar que houve falha de segurança”.

PROMOÇÕES FALSAS

– Diversas marcas promovem ofertas especiais no Carnaval. Estelionatários aproveitam a situação para se passar por empresas e roubar dinheiro e dados.

– O Nubank, por exemplo, informou seus clientes no início de janeiro que golpistas se apresentavam como o banco digital para divulgar uma falsa promoção com o nome Pix de Carnaval.

– “A mensagem pede que os usuários entrem em um link, respondam a um questionário e encaminhem esse link para seus contatos no WhatsApp em troca de um Pix de até R$ 150. No entanto, tudo não passa de uma fraude”, diz o comunicado disponível no blog do Nubank.

– É um caso clássico de phishing (de fish, peixe), a prática de “pescar” o usuário de internet para que ele clique em um link malicioso, para roubar dados e até induzi-lo a realizar pagamentos.

– Para evitar essa fraude, é importante não confiar em mensagens de procedência duvidosa e sempre verificar a autenticidade do remetente.


Faixa atual

Título

Artista

AO VIVO!

Palco 99

15:00 17:00

AO VIVO!

Palco 99

15:00 17:00