Tipulidaes: “carapanãs” gigantes ajudam a controlar o Aedes

Publicado em 1 de março de 2024

Durante o período de chuvas, a chikungunya e outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypt podem aumentar. Em alguns estados do Brasil, como Minas Gerais, chegou a ser decretado estado de emergência devido a epidemia de dengue.

Com o país alcançando mais de 1 milhão de casos da doença só este ano, se deparar com um “carapanã” gigante e quase dez vezes maior do que os mosquitos que estamos acostumados a ver, pode ser um susto daqueles. A diferença é que esse gigante, de vôo lento e patas muito longas e frágeis, não causa mal algum aos seres humanos, pelo contrário. Os Tipulidae, também conhecidos como típulas e moscas-grua podem ajudar no controle de mosquitos como o Aedes Aegypt, transmissor de doenças como a dengue, chikungunya, Zika e a febre amarela urbana.

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Apesar da semelhança física com os mosquitos, esses insetos pertencem à família Tipulidae e não são hematófogos, ou seja, não se alimentam de sangue, mas sim de seiva ou néctar. Já os mosquitos, como o a Aedes, pertencem à família Culicidae e são hematófogos. “Os Tipulidae apresentam aparelho bucal desenvolvidos como um ‘rostro’ ou ‘focinho’, que não tem a função de picar, por isso, tecnicamente, é errôneo chamá-los de mosquitos”, diz o professor Anderson Gonçalves da Silva, entomologista da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) campus Paragominas.

E como podem auxiliar no controle do Aedes?  “A fase larval do Tipulidae ocorre na água e nesse ambiente suas larvas são predadoras, se alimentando de outros insetos, dentre esses os do grupo Culicidae, que são os mosquitos, como o Aedes. Ou seja, as larvas do Tipulidae são predadoras da larva do Aedes, o que acaba atuando como um controle natural”, explica o professor.

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Outros estudos relatam que os Tipulidae podem atuar inclusive na polinização. Mas não é tão comum encontrar esses gigantes em ambiente urbano. “Eles estão associados a temperaturas amenas e ambientes úmidos, local que suas larvas se desenvolvem, por isso não os vemos muito, comparado aos mosquitos comuns, já mais habituados e adaptados ao meio urbano”, explica. Por isso, quando avistar um Tipulidae, não mate ou tente pegá-lo. “Apesar do tamanho e do receio que causam, são bichos inofensivos e estão prestando um excelente trabalho”, diz o professor.

O Ministério da Saúde divulgou a última atualização referente aos casos de arbovirose no país em 2024. No Brasil, foram registrados 1.038.475 casos prováveis ou confirmados, com 651 óbitos em investigação e 258 óbitos confirmados por dengue confirmados. No Pará, o número de casos prováveis ou confirmados é de 4.047, segundo o mesmo painel.


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