Suspeita de tráfico humano, paraense Kat Torres é presa
Written by on 21 de novembro de 2022
Katiuscia Torres Soares, de 34 anos, conhecida como Kat Torres ou Kat A Luz, foi presa preventivamente no Brasil sob suspeita de manter pessoas em condições análogas à escravidão nos Estados Unidos, entre outros possíveis crimes. O caso está em segredo de Justiça.
A ordem de prisão preventiva (sem prazo) foi decretada pela 5ª Vara Federal de São Paulo e a medida foi cumprida na última sexta (18), conforme o tribunal. Ela ainda não informou advogado, segundo a Justiça.
Kat Torres é paraense, influenciadora digital e dizia ser guru espiritual. Ela começou a ser investigada depois que parentes e amigos passaram a procurar uma jovem que foi levada para os Estados Unidos para morar com ela. A suposta vítima deletou as redes sociais e aplicativos de mensagens e interrompeu todo contato com a família.
Outras acusações
O caso originou um boletim de ocorrência por suspeita de tráfico humano e uma campanha nas redes. Outros relatos semelhantes foram divulgados em uma página na internet e reunidos pela advogada Gladys Pacheco, que representa cerca de 15 pessoas que se apresentam como vítimas de Kat Torres, inclusive a jovem procurada pela família.
“Entre outras coisas, ela pedia dinheiro para resolver, de forma milagrosa e secreta, os problemas dessas vítimas”, explica Pacheco, que diz que os supostos atos da influencer podem configurar tráfico de pessoas, tortura, redução a condição análoga à de escravo, favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual, extorsão religiosa e charlatanismo.
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Segundo a advogada, os casos foram enviados para o Ministério Público Federal, que analisa se apresentará denúncia. À reportagem a Procuradoria declarou que o inquérito está em sigilo e, por isso, não poderiam divulgar informações.
Prisão nos EUA
Kat Torres estava presa nos Estados Unidos desde o dia 2 de novembro, no estado do Maine, por viver ilegalmente no país. Segundo a advogada das vítimas, ela agora está presa em Minas Gerais.
Questionado pela reportagem se houve extradição, o Ministério das Relações Exteriores disse que não poderia “fornecer dados específicos sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros”.
Em nota, a pasta disse que, “por meio de sua área consular, acompanhou a situação da nacional brasileira, em interlocução com as autoridades norte-americanas competentes, e prestou a assistência cabível à nacional, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local”.