Sucesso em “Vai na Fé”, Clara Moneke não se via na televisão

Publicado em 6 de março de 2023

Estreante na televisão, Clara Moneke revela que foi
a última atriz ser escolhida no elenco de “Vai na Fé”. Antes dela,
várias outras jovens fizeram teste para viver a despachada e ambiciosa Kate,
papel que acabou conquistando.

Personagem de sucesso na trama, a melhor amiga de
Jenifer (Bella Campos) vem ganhando mais espaço na história de Rosane Svartman
e isso, para Clara, tem a ver as similaridades entre as duas. “Ela é muito
eu (risos). Alegre, extrovertida, sonhadora e romântica. Um pouco fora da
caixinha, né? Mas tem essa determinação típica dessa geração, que me incluo.
Nós não baixamos a cabeça.”

não teve cenas de Katelícia hoje, então deixo aqui esse vídeo da mais mais #VaiNaFé pic.twitter.com/NnZOvl6bh8

— . . (@juuuuuuunio) February 28, 2023

Clara diz que sua única insegurança estava
relacionada à própria construção da personagem. “Tive muito medo de cair
em um estereótipo de periguete, favelada e desligada. Não queria isso para ela
e aí procurei trazer humanidade para aproximá-la do público. Acho que vem dando
certo”, comemora.

Kate também credita o sucesso da trama de sua
personagem ao entrosamento com Emílio Dantas, seu “partner no crime”
.”Criamos uma super parceria. As pessoas adoram a forma como ela manda e
desmanda nele. Ela não é um anjo, e tem mais: Estão preparados para odiá-la? É
isso o que vai acontecer nos próximos capítulos”, adianta atriz.

KATELICIA RAINHA DO FUNK pic.twitter.com/PSzakvitMs

— gley (@stopgley) March 2, 2023

Clara interpreta uma moça de 18 anos mas é seis
anos mais velha. Filha de um nigeriano (Chiedu Moneke) com uma brasileira
(Marilene Pereira Mariano, falecida há dois anos), ela nasceu em São Paulo, mas
se mudou para Campo Grande, Zona Oeste do Rio, aos quatro anos, após a
separação do pais.

Descobriu que queria ser atriz muito cedo. Passou a
infância e adolescência fazendo cursos e oficinas não só de técnicas de atuação
cênica, mas de figurino e cenografia, por exemplo. Depois de dez anos, em 2017
Clara resolveu entrar na faculdade de Hotelaria na Universidade Federal Rural
do Rio de Janeiro (UFRRJ), em Seropédica, e se afastou da arte.

No ano passado, ela recebeu um convite para fazer
um teste para o elenco da série (ainda inédita) “Amar é para os
fortes”, do Prime Video da Amazon, criada por Marcelo D2 em parceria com
Antonia Pellegrino: ” A agente da série me ligou convidando. Eu disse que
não queria fazer o teste, porque estava empregada e a arte nunca tinha me dado
nada vida. Fui muito a contragosto e acabei aprovada. Troquei um trabalho de
carteira assinada pelo contrato de uma série e de lá para cá, as coisas vêm
acontecendo para mim.”

Clara assume que nunca pensou em trabalhar na
televisão porque simplesmente não se via representada. “A questão do
colorismo no Brasil é muito forte. Me emociona em saber que posso ser primeira
jovem preta retinta a ter um papel importante em uma novela. Sempre foi raro
uma mulher preta como eu, escura e com o cabelo crespo na televisão. A gente
tem Taís Araújo, Juliana Alves e a Sheron Menezzes, todas maravilhosas, estão
lutando há anos, mas não são retintas. Quanto menos eu via mais eu achava que
era impossível, um lugar distante”, justifica Clara, que também falou
sobre racismo.

Tão bonitinha a Clara emocionada com a família ? #Encontro pic.twitter.com/Wd2BpJOkzn

— TV Globo ? (@tvglobo) March 6, 2023

“Dizer que não sofri, não existe porque o
racismo é estrutural, mas em relação a trabalho, graças a Deus eu sempre fui
muito blindada. Acredito que isso tem muito a ver com a minha postura. Tive o
ensinamento dentro de casa que não importa onde eu esteja eu sempre vou agir
como a dona do lugar”.

 


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