Serasa: mutirão de negociação de dívidas vai até 30 de junho
Written by Redação on 17 de junho de 2025
Se as suas contas não estão em dia, saiba que você, definitivamente, não está sozinho. De acordo com um levantamento da Serasa divulgado ontem, 16 de junho, são mais de 2,8 milhões de paraenses – ou cerca de 45% da população do estado – nessa situação atualmente, sendo que só em Belém estão cerca de 711 mil deles. No cenário nacional são 77 milhões de brasileiros negativados.
Para traduzir o perfil médio do endividamento bancário, a Serasa realizou um levantamento com 921 pessoas. A pesquisa confirma que o cartão de crédito é uma dificuldade nacional, mencionado por 69% dos entrevistados. Em seguida, aparecem os empréstimos pessoais (56%) e o uso do cheque especial ou limite da conta corrente (31%).
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As principais justificativas para não honrar os compromissos bancários são a perda de renda ou o desemprego, seguidas pela necessidade de realização de gastos inesperados com questões de saúde ou acidentes e a desorganização financeira. De acordo com o levantamento, 46% dos entrevistados revelam que já tentaram negociar com o banco, mas não conseguiram.
“Apenas em Belém, de todas as pessoas que estão endividadas, 48% são com dívidas de bancos, sendo que os principais motivos são dívidas de cartão de crédito, seguido de empréstimos e o cheque especial. Em comparação com o ano de 2024, olhando para a porcentagem de dívidas com bancos, o valor diminuiu”, pontua Gui Starke, especialista em Educação Financeira da Serasa.
No entanto, ele afirma que, em relação à quantidade de pessoas com dívidas junto aos bancos, houve um leve aumento, seguindo a tendência da alta dos níveis de inadimplência do país. Por conta disso, a Serasa se uniu com mais de 40 instituições financeiras para lançar um mutirão emergencial de renegociação, que começou na segunda-feira, 16, e vai até o dia 30 de junho. São mais de 40 milhões de ofertas, que podem chegar até 97% de desconto.
Para negociar basta acessar o aplicativo da Serasa, pelo site (serasalimpanome.com.br) ou até nos Correios, sendo que nos Correios é cobrado uma pequena taxa de serviço.
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ORIENTAÇÕES
Coordenador do grupo de Educação Financeira da Amazônia da Universidade Federal do Pará (Gefam/UFPA), Alexandre Damasceno reforça que o ideal é mesmo fugir do endividamento sempre, mas classifica como os mais perigosos aqueles que envolvem instituições financeiras, em função dos sempre temidos juros.
“Tem dívida da qual a gente não consegue escapar: água, luz, porque primeiro você consome e depois paga, seja morando sozinho ou em família. Mas dívidas com banco a gente tem que evitar, porque gera os juros que é aquilo que a gente paga pelo tempo e valor obtido e também pelo acordo feito. E se, por algum motivo, deixar de pagar, a dívida fica imensa, e aí é a pior coisa”, justifica o educador financeiro.
Ele confirma que os juros do cartão de crédito são hoje os piores do mercado. Depois vem os juros do cheque especial. Os juros do empréstimo consignado são menos piores em relação a outros, mas no fim das contas, são juros. “Então a gente tem que ter um controle do nosso consumo, sobre receita e despesa, e principalmente do que se quer, é preciso planejamento para não fazer dívida à toa”, orienta Damasceno.