Realização da COP 30 deve deixar legado para Belém

Publicado em 26 de maio de 2023

Belém foi anunciada como sede da trigésima edição da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP 30, o maior encontro do mundo sobre o tema – para além do presidente da República, Lula (PT), do governador do estado, Helder Barbalho (MDB), e do prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL), diferentes lideranças mundiais já divulgaram apoio para a realização do evento na capital paraense.

Desde já, a possibilidade abre espaço para muitas expectativas relacionadas à movimentação da economia no período e até mesmo para algum tipo de preparação com foco em dar conta de diferentes demandas a serem significativamente aumentadas antes, durante e logo após a programação, que costuma durar cerca de uma semana.

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Se Belém for de fato a anfitriã da COP 30, é possível que isso seja algo ainda maior do que foi o Fórum Social Mundial de 2009, quando mais de 100 mil pessoas de todo o mundo estiveram na cidade para seis dias de programações que se dividiram entre os campi da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e outros locais.

“O FSM se deu em um contexto diferente do de agora, e a proposta da COP 30 é bem maior, tem discussão mais ampliada atrelada a uma visão muito maior do que se projetava em 2009: bioeconomia, crédito de carbono, economia verde, que são conceitos que surgiram agora, não só em função das variações climáticas negativas no mundo, mas pela necessidade de pautar o clima em função do que se vive mundialmente e do que o Brasil representa com sua fauna, flora e a perspectiva disso no futuro”, avalia o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), Everson Costa.

Para ele, a oportunidade de ter Belém como palco desse debate tem de servir para que o mundo conheça o Pará e a Amazônia. “Atravessamos uma pandemia que mudou as perspectivas da relação de produção e consumo. A tecnologia que a gente tem hoje, diferente da de 2009, vai permitir que o mundo inteiro participe da COP 30, pessoalmente ou virtualmente. É um contexto diferente e mais desafiador”, sugere.

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PONTES

Uma COP 30 em Belém poderá fortalecer pontes com o turismo; já temos o de negócios, o religioso, e essa é uma chance de reforçar turismo ambiental. Everson vê ainda um diferencial para investimentos no Pará, já que é o estado da região norte com o maior PIB e o 10º na produção de riqueza nacional.

“Poderíamos discutir riqueza natural fazendo relação com o desenvolvimento sustentável, mas trazendo reflexões e possibilidades de alavancar outros indicadores nossos que são ruins: a distribuição de renda per capita é muito pobre, somos a 16ª pior renda do Brasil e a 5ª pior renda per capita do Norte. Somos de um estado rico, mas de povo com dificuldades e renda muito baixa. O ganho seria na verdade para o país inteiro e para a Amazônia”, analisa o supervisor técnico do

Dieese/PA.

Everson atenta ainda para a importância de se discutir e efetivar a criação dos empregos verdes, que têm a perspectiva de não agredir a natureza. “É preciso pensar em estratégias também no campo da geração do emprego, com investimento em qualificação, pesquisa, inovação distante de discursos e vieses apaixonados e radicais. Ninguém quer derrubar a Amazônia, destruir rios e avançar com exploração, mas queremos desenvolvimento com geração de emprego e renda”, diz.

“Nossa população desempregada é de cerca de 347 mil no Pará, uma informalidade acima de 1, 5 milhão, dois milhões ocupados ganhando até um salário mínimo. É um retrato que incomoda bastante, então por que não uma agenda ambiental com perspectiva de desenvolvimento sustentável que possa trazer emprego, renda e melhorar indicadores? Temos potencial para crescer nisso”, afirma.


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