Quem são os famosos que estão na mira da CPI das Bets?
Written by Redação on 15 de maio de 2025
Nos tempos em que um post pode valer mais que um salário anual e uma dancinha no reels pode abrir caminhos para uma conta bancária milionária, a vida de influenciador digital parece um verdadeiro conto de fadas moderno. O que o público muitas vezes não vê, ou finge não ver, é que, por trás de algumas dessas fortunas instantâneas, pode haver muito mais do que publicidade, lifestyle e “trabalhos pagos”.
O assunto da semana é a CPI das Bets, que vem ganhando a mídia ao convocar grandes nomes da internet brasileira para depor sobre suas relações com sites de apostas online, muitos deles investigados por possíveis esquemas de lavagem de dinheiro e fraude em operações cambiais. Criada em novembro de 2024, a Comissão Parlamentar de Inquérito foi prorrogada até junho e, a cada nova sessão, revela camadas ainda mais profundas da problemática entre o entretenimento digital e os jogos de azar.
Quem já apareceu e o que (não) disseram?
Nomes como Virginia Fonseca e Rico Melquiades movimentaram Brasília nesta semana. Com milhões de seguidores, ambos são rostos familiares em campanhas para sites de apostas. Virginia, uma das maiores influenciadoras do país, negou qualquer irregularidade: “Não faço nada fora da lei”, afirmou, rebatendo rumores de que teria assinado contratos com cláusulas de silêncio caso os apostadores perdessem dinheiro. Rico, por sua vez, preferiu a espontaneidade: “Meu dinheiro nunca veio só das bets”, disse, lembrando que venceu A Fazenda e que também vive de publicidade.
Ambos, amparados por autorização do STF, exerceram o direito constitucional de ficar em silêncio diante de perguntas que pudessem gerar autoincriminação. Mas a presença deles na CPI foi mantida como forma de colaborar com as investigações, que têm se debruçado sobre os contratos, influências e os milhões girando por trás das apostas online.
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A bomba da semana: R$ 2,5 bilhões em operações suspeitas
Outro nome que levantou polêmica, e não apareceu, foi o da advogada e ex-BBB Adélia Soares, que conseguiu um habeas corpus no STF para não depor. Segundo a investigação, ela teria se associado a organizações criminosas internacionais, incluindo a máfia chinesa, para abrir empresas de fachada ligadas a jogos ilegais. Uma delas, chamada Playflow, teria movimentado R$ 2,5 bilhões em operações cambiais fraudulentas, permitindo a remessa de dinheiro de apostas para o exterior. A documentação da empresa, registrada em Suzano (SP), é alvo de questionamentos por possíveis fraudes.
Deolane e Fernandim: reincidentes e blindados
Outro nome recorrente na CPI é o da influenciadora e advogada Deolane Bezerra, que também não compareceu após aval do STF. Investigada por lavagem de dinheiro, ela já havia sido convocada na CPI da Manipulação de Jogos em outubro de 2024, da qual também foi liberada. Sua mãe e seu filho, ambos influenciadores, estão na lista dos que ainda podem ser ouvidos.
Já o empresário Fernandim OIG, conhecido por sua relação com o Jogo do Tigrinho, também prestou depoimento. Ele negou qualquer envolvimento direto com o jogo e alegou que sua empresa, a OIG, apenas atua com tráfego pago. Mas a relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), afirmou que há fortes indícios de que a OIG facilita apostas ilegais, o que levanta suspeitas de crimes financeiros.
Quem ainda pode ser convocado: a lista bomba
O Senado já aprovou a convocação ou convite de uma lista extensa de personalidades da mídia e da música, que também aparecem em campanhas de apostas. Confira alguns nomes:
- Felipe Neto, influenciador e empresário digital
- Eliezer do Carmo, ex-BBB
- Felipe Prior, ex-BBB
- Gkay, atriz e influenciadora
- Jon Vlogs, criador da JonBet
- Pâmela Drudi, esposa de Fernandim, embaixadora da Bet7K
- Gusttavo Lima, cantor e rosto da VaideBet
- Jojo Todynho, influenciadora
- Rodrigo Mussi, ex-BBB
- Viih Tube, ex-BBB
- Wesley Safadão, cantor
Todos os citados estão ligados, de alguma forma, à promoção de casas de apostas. Embora as CPIs tenham poderes de instrução judicial, o STF já deixou claro que os direitos constitucionais dos convocados devem ser respeitados, inclusive o direito ao silêncio.
A investigação segue até junho.