Projeto previne doenças em comerciantes de alimentos do Ver-o-Peso

Written by on 4 de junho de 2025

Com a aproximação da COP 30, evento internacional que colocará Belém sob os holofotes globais para debates questões climáticas e ambientais, o famoso mercado e o cartão postal da cidade entra na rota de um novo esforço da Prefeitura para garantir não só a boa imagem da cidade, mas a saúde daqueles que mantêm esse ícone vivo diariamente. Afinal, cuidar de quem alimenta é cuidar da própria cidade.

Por isso, desde a última terça-feira, 3, o Ver-o-Peso passou a ser palco de um projeto de saúde pública idealizado pela Prefeitura de Belém. A ação, que segue até o dia 24, tem como foco o diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças como esquistossomose e verminoses entre os trabalhadores da feira, especialmente os que lidam com a manipulação direta de alimentos.

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A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), a Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa) e a empresa Sedcom, especializada em higiene e segurança alimentar. Cerca de 20 profissionais da Sesma atuam diretamente no mercado, promovendo abordagens educativas, distribuindo panfletos informativos e orientando os feirantes sobre formas seguras de lidar com os alimentos.

Como parte das ações, a equipe de saúde também está entregando recipientes para coleta de amostras de fezes aos trabalhadores da feira. Um veículo da Sesma passa diariamente recolhendo o material, que será analisado em laboratório. Caso alguma doença seja detectada, os feirantes serão devidamente tratados com medicamentos oferecidos pelo programa.

A coordenadora do Programa Municipal de Controle da Esquistossomose, Joelma Barbosa, destacou que o projeto é essencial não só para preservar a saúde dos feirantes, mas também para evitar que doenças sejam transmitidas à população consumidora. “A esquistossomose, diferente das verminoses, não é transmitida pela manipulação de alimentos, mas estamos oferecendo o exame como forma de cuidado integral com esses trabalhadores”, explicou.

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Segundo Joelma, a doença é silenciosa na maioria dos casos e só apresenta sintomas quando o quadro já é grave. Por isso, o monitoramento é fundamental. “Se detectarmos a doença, vamos além do tratamento: iniciaremos uma investigação para entender onde ocorreu a contaminação, já que ela se dá por meio do contato com caramujos em valas, canais e igarapés”, completou.

Para fortalecer o trabalho educativo, a Sesma também programou uma palestra voltada aos trabalhadores do Ver-o-Peso sobre boas práticas de manipulação de alimentos. A meta é alcançar cerca de 3 mil feirantes ao longo da ação que une exames laboratoriais, entrega de medicamentos e atividades educativas.

O feirante Carlos Magalhães, de 38 anos, elogiou a ação. “Isso é muito importante, não só pra nossa saúde, mas também para mostrar ao cliente que ele pode confiar no que está consumindo. Quem vende comida tem que estar com a saúde em dia”, afirmou.

Outra trabalhadora do mercado, Valcenira Ribeiro, de 47 anos, concorda. Ela trabalha há 15 anos na feira. “Sempre me virei sozinha para aprender como armazenar e preparar os alimentos. Acho ótimo que agora estejam olhando para a gente. Além da saúde, esse projeto ajuda a mudar a imagem do Ver-o-Peso. Tomara que continue depois da COP 30”, opinou.

Joelma Barbosa ainda destacou que o Ver-o-Peso foi escolhido para iniciar o projeto por ser um dos principais pontos turísticos da cidade e, sem dúvida, um dos que mais atrairá visitantes durante a COP 30. No entanto, a intenção é ampliar a ação para outras feiras e mercados de Belém nos próximos meses.


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