Passageiros denunciam falta de ônibus no Terminal Mangueirão

Publicado em 17 de agosto de 2023

Concebido com a proposta de promover a integração entre diversas linhas do transporte público na capital paraense por meio do uso de apenas uma passagem, o projeto “Integra Belém” está em operação desde novembro de 2021. Mas, ao longo destes quase dois anos de implantação, faltam ônibus e restam reclamações.

Segundo denúncias de usuários que estão cansados de passar por situações desgastantes com o serviço de integração oferecido no local, muitos problemas são vivenciados por quem depende de diversas linhas que deveriam circular regularmente no Terminal Mangueirão.

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Entre os principais problemas relatados, se destacam a demora dos ônibus, os horários irregulares de operação, a superlotação, extinção de linhas e a ausência de locais para as pessoas aguardarem sentadas pelo transporte.

Marco Aurélio da Costa trabalha nas proximidades de um supermercado no quilômetro 7 da avenida Augusto Montenegro. Ele costuma pegar um ônibus para descer no Terminal Mangueirão e embarcar em outro coletivo para ir para casa, na Cidade Nova, em Ananindeua.

A única linha disponível no terminal para Marco Aurélio voltar para casa é a 878.2-Cidade Nova/Mangueirão, operada pela Viação Forte. No entanto, de acordo com ele, a frota regular da linha é de apenas um veículo, que circula somente até às 19h na maioria das vezes, podendo ser estendida no máximo até às 19h30.

 











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O horário é considerado cedo pelos usuários, que acabam ficando sem transporte no local e, desta forma, isolados dentro do terminal. A única solução disponível é pegar um coletivo para descer em algum trecho das avenidas Augusto Montenegro ou Almirante Barroso e embarcar em outro ônibus pagando uma nova passagem.

“Os colaboradores do terminal, já estão constrangidos com tantas reclamações e não podem fazer nada. A situação é terrível em dias normais e só piora nos finais de semana”, desabafa Marco Aurélio.

MAIS RECLAMAÇÕES

A situação do morador da Cidade Nova se repete com quem reside no bairro da Jaderlândia e possui apenas a linha 960-Jaderlândia/Mangueirão, também sob a responsabilidade da Viação Forte, como opção de transporte para fazer a integração no terminal. A situação é a mesma: apenas um ônibus, com tempo de espera longo e fim das operações por volta das 19h.

Além das duas linhas citadas, outras se juntam na lista das “campeãs” em relação à demora no tempo de espera no Terminal Mangueirão: 758-Conjunto Maguari/Ver-o-Peso e 785-Tenoné/Ver-o-Peso/Via Centenário. De acordo com os passageiros, as duas linhas operadas pela empresa Belém Rio possuem uma quantidade insuficiente de ônibus para atender os dois conjuntos.












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Para quem mora no Canarinho, a realidade é ainda pior: a linha 771-Canarinho/Mangueirão só circula pela manhã e com apenas um veículo na frota. Nos demais horários do dia, o bairro só tem como opção a linha 666-Canarinho/Presidente Vargas, que também possui somente um ônibus. O bairro é atendido pela empresa Nova Marambaia.

A estudante Wállery Risuenho costuma usar a integração no Terminal Mangueirão para ir e voltar da Universidade Federal do Pará (UFPA) pagando apenas uma passagem. Ela depende da linha 996-Águas Lindas/Mangueirão para fazer o transporte, mas critica a demora entre um ônibus e outro, que chega a ser de uma hora de espera em pé, sem local para sentar e descansar.

“Uma vez reclamaram sobre a falta de lugar para a gente sentar e esperar pelo ônibus e falaram que o projeto do terminal previa que a pessoa ficasse pouco tempo aqui e pegasse logo o ônibus na integração. Mas a verdade é que os ônibus demoram tanto que a gente acaba sentando no chão mesmo para esperar até mais de uma hora. Pior é quando chove, que respinga água em todo mundo aqui dentro”, comenta.

LINHA EXTINTA

Criada em 2021 na ocasião da implementação do “Integra Belém”, a linha 209-Marambaia/Mangueirão/Via Castanheira passou por diversas mudanças até ter a frota reduzida significativamente pela empresa Nova Marambaia e deixar de circular em definitivo no primeiro semestre deste ano.












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Desde então, nenhuma outra alternativa foi criada para interligar a Marambaia com o terminal, que permanece sem a integração e com outras linhas que atendem o bairro sendo reduzidas — como a 548-Marambaia/Ver-o-Peso e 549-Djalma Dutra — ou extintas — como a 547-Médici/Presidente Vargas e 550-Telégrafo/Ver-o-Peso.

POSICIONAMENTOS

Em nota (veja na íntegra ao final da matéria), a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém informou que não autorizou a extinção ou supressão de linha ou de qualquer outro tipo de serviço de transporte coletivo por passageiros.

Segundo o órgão, se for constatada falha na prestação do serviço, em descumprimento da Ordem de Serviço (O.S.), como redução de frota ou qualquer outra irregularidade, a empresa é multada.

Já o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) afirma em nota (veja na íntegra ao final da matéria) que o quadro de horários do sistema BRT é elaborado de acordo com a demanda assistida, tanto pela bilhetagem quanto por pesquisadores de campo.

O Setransbel justifica que o incentivo ao uso de transportes alternativos (tais como os serviços por app) levou um grande volume de passageiros a deixarem de utilizar o transporte coletivo, o que, de acordo com a entidade, resulta na diminuição da quantidade de linhas em operação.

O sindicato das empresas também critica a falta de concessão de subsídios e desonerações por parte do poder público e a atual tarifa de R$ 4,00, considerada defasada, argumentando que as operadoras do transporte na Grande Belém acumulam grandes prejuízos que já levaram algumas empresas a falência.

CONFIRA A ÍNTEGRA DAS NOTAS:

Semob: “A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) comunica que não autorizou extinção ou supressão de linha ou de qualquer outro tipo de serviço de transporte coletivo por passageiros.

A Semob mantém fiscalização permanente junto às empresas que compõem o sistema de transporte coletivo por ônibus de Belém. Se for constatada falha na prestação do serviço, em descumprimento da Ordem de Serviço (O.S.), como redução de frota ou qualquer outra irregularidade, a empresa é multada.

Denúncias e reclamações relacionadas à qualidade do transporte coletivo, como nos casos citados, podem ser formalizadas junto à Ouvidoria pelos canais de atendimento do órgão, site da Semob (https://semob.belem.pa.gov.br), e-mail (ouvidoria.semob@cinbesa.com.br) ou Whatsapp (91) 98415-4587.

É importante o usuário identificar a linha, a empresa, o horário, o código alfanumérico (número que fica na lateral e na traseira do veículo) e descrever a situação ocorrida, para que o órgão possa identificar a empresa e operadores, averiguar a denúncia e tomar as providências cabíveis.

Setransbel: “O quadro de horários do BRT é elaborado de acordo com a demanda assistida, tanto pela bilhetagem quanto por nossos dedicados pesquisadores de campo.

Destacamos, também, que o incentivo ao uso de transportes alternativos levou um grande volume de passageiros a deixar de utilizar o transporte coletivo, o que resulta na diminuição da quantidade de linhas em operação

As empresas operadoras, mesmo com a defasagem da tarifa e sem a concessão de desonerações e subsídios do poder público, vem tentando de todas as formas operar o sistema. Desde março de 2022 o prejuízo mensal chega a cerca de R$12.000.000,00 (doze milhões de reais), resultado da homologação da tarifa pública em R$4,00 a despeito da Tarifa Técnica naquele momento calculada em R$5,00. O impacto financeiro já resultou na falência de algumas empresas e na dificuldade de todas as demais implementarem melhorias na prestação do serviço, como na renovação de suas frotas e manutenção de linhas com menor demanda, como as que operam nos bairros citados.  

Esperamos contar com a ajuda da imprensa para buscar as origens da crise e das dificuldades do sistema de transporte coletivo em Belém.”


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