Pará tem quase 1,4 milhão de mulheres chefiando a família
Written by Redação on 7 de maio de 2025
O Pará ocupou o 9º lugar no ranking dos estados brasileiros em domicílios chefiados por mulheres no ano de 2024 – ou seja, quase 1,4 milhão (48,91%) delas estão à frente do sustento da casa, segundo análise do Dieese/PA divulgada ontem, 6, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do 4º trimestre do ano passado. O estado ficou um pouco abaixo do percentual nacional, de 51,66%, e da região Norte, de 50,03%.
Ainda no balanço regional, embora o Pará registre o maior quantitativo absoluto de mulheres na chefia dos seus domicílios, em outra análise, tem o menor percentual do Norte – o Amapá apresentou a maior relação percentual de mulheres no comando dos lares, com 53,99%, mesmo tendo um dos menores quantitativos, de cerca de 149 mil.
Entre outubro e dezembro, período da análise que norteia o levantamento, em toda a região Norte, o total de domicílios chefiados por mulheres aumentou para 3,1 milhões, cerca de 4,91% a mais que o registrado no período anterior. No caso do Pará, este mesmo total aumentou em 8,69%, com um total de 1.389 milhões de lares. Neste cenário, o estado obteve um crescimento muito maior do que a média regional (4,91%) e nacional (2,21%).
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A PNAD contínua do IBGE indica que, no Pará, são cerca de 3,9 milhões de trabalhadores ocupados, sendo cerca de 2,3 milhões de homens (equivalente a 60% da ocupação paraense) e pouco mais de 1,5 milhão de mulheres (cerca de 40% restante). Além desta diferença de gênero na ocupação, o estudo indica mais de 820 mil mulheres recebendo até um salário mínimo por mês como renda do trabalho, ou seja, mais da metade das mulheres ocupadas no Estado.
“Temos um painel de indicadores que reflete um cenário precário de acesso ao mercado de trabalho por parte da mulher amazônida, da mulher paraense. Sabemos que nossa região tem contrastes e baixas em relação aos indicadores de educação, acesso à qualificação, e para além disso, tem uma questão estrutural do machismo, da falta de oportunidade. São mais de 3,9 milhões que fazem a economia do Pará. Entretanto, mesmo as mulheres sendo inclusive numericamente um pouco a mais em relação aos homens, de acordo com o último Censo, isso não significa que podemos falar em um mercado igual, já que temos uma proporção de 40-60”, analisa o supervisor técnico do Dieese/PA, Everson Costa.
“Quando a gente olha o rendimento salarial, são mulheres que, por mais que tenham mais estudo, mais qualificação, dupla função de pai e mãe, ainda não ganham salários equiparados. E olha que isso é lei, funções iguais, salários iguais. Mas na realidade, a diferença chega até 30% para os mesmos cargos – e se não tiver fiscalização, aí pode ser até maior”, aponta o estudioso.