Pará tem cerca de 208 mil pescadores; conheça suas histórias e desafios

Written by on 28 de junho de 2025

Neste dia 29 de junho é comemorado o Dia do Pescador, data ligada à tradição religiosa em celebração a São Pedro, considerado o padroeiro dos pescadores, e que encerra as celebrações dos santos juninos. Segundo o Ministério da Pesca e Agricultura, o Pará é o segundo estado com maior número de pescadores, passando de 208 mil trabalhadores. Na pedra do peixe, no complexo do Ver-o-Peso, principal ponto de distribuição e comercialização na capital paraense, é possível encontrar histórias que narram os desafios, a saudade de casa e a rotina para garantir o pescado.

Denis Pereira tem 30 anos e é natural de uma comunidade próxima da Vila do Camará, no arquipélago do Marajó. A embarcação em que ele e outros companheiros trabalham viaja por dois dias até chegar na costa da região, onde o pescado é encontrado. “São cinco dias pescando e contando o tempo para chegar aqui em Belém são nove dias”, relata. O marajoara passa a maior parte do tempo no mar, tendo como paisagem apenas “céu e água”. Questionado sobre os maiores desafios, é categórico: “As ondas de cinco ou seis metros quando o tempo está ruim. O barco sobe e desce encarando essa maresia. Nessas horas, só a fé em Jesus mesmo”.

A maresia e as condições climáticas não são os únicos contratempos enfrentados pelos pescadores. Max dos Santos, 42, é natural de Macapá, mas vende o pescado em Belém. A embarcação dele segue viagem próximo do oceano, antes de chegar no Ver-o-Peso. Apenas uma rota completa entre Macapá e Belém dura em torno de 20 dias ou mais, a depender da quantidade de gelo disponível para transportar a carga. O desafio, contudo, é a saudade. “Eu tenho uma mulher e um filho e a saudade aperta. Agora ficou melhor porque a embarcação tem wi-fi e a gente consegue se comunicar, mas antigamente, ficava sem saber o que estava acontecendo”, relata.

Para encarar a solidão, o dia a dia e a segurança nas embarcações é compartilhado entre os pescadores e trabalhadores da pedra do peixe. No vai e vem da maré, a pausa é o momento para ajustar as redes de pesca, fazer alguns consertos nos barcos, comprar alguns equipamentos ou ter um período de descanso. Para isso, “um ajuda o outro”, afirma Aldo Figueiredo, 43. Ele é de Belém e atua na logística de uma das embarcações. “A turma atravessa o oceano para trazer dourada, pescada, gurijuba e outros peixes. Essa segurança é feita por nós. Todo mundo aqui é parceiro”, afirma.

O esforço desses profissionais que garantem o pescado na mesa do consumidor não passa despercebido. Maria Miranda, 88, estava acompanhada do filho no mercado de ferro comprando o produto. “É um trabalho difícil. Já pensou ficar o dia todo molhado? Não é fácil e tem que ser valorizado”. O pescador Denis Pereira faz observação semelhante: “as pessoas têm que dar valor a esse produto na natureza que nós trazemos com muito esforço”, finaliza.

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Segundo os Evangelhos, o nome do padroeiro dos pescadores era Simão e foi Jesus quem o chamou Pedro. Natural de Betsaida, vivia em Cafarnaum e era pescador no Lago de Tiberíades. De acordo com o Vaticano, caminhando ao lado do Messias, Pedro emerge como um homem simples, irrequieto e, às vezes, até impulsivo. Vez por outra, fala e age em nome dos Apóstolos; não hesita em pedir a Jesus explicações e esclarecimentos sobre a sua pregação ou parábolas, como também o interroga sobre várias questões. Do Mestre, Pedro recebeu a missão de governar a Igreja nascente e ser um “pescador de homens”, por isso é considerado o primeiro Papa. Durante a perseguição de Nero, foi preso e, depois, crucificado de cabeça para baixo, por seu desejo. Segundo a tradição, o martírio do santo foi no circo do imperador romano, no dia 29 de junho do ano 67.

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Serviço

– A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), desenvolve projetos para concessão de crédito rural aos pescadores artesanais. O objetivo é facilitar a compra de materiais como chumbadas (um tipo de peso que reforça a ancoragem), boias, cordas e redes. O financiamento é por meio do Banpará que possui incentivo ao desenvolvimento sustentável. Outras informações estão disponíveis no site www.emater.pa.gov.br ou pelos telefones (91) 3299-3400 / (91) 3299-3404. A sede da Emater fica na BR 316 – Km 12 – centro de Marituba.


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