Para arcebispo de Belém, papa Leão XIV “construirá pontes”

Written by on 10 de maio de 2025

A eleição de um novo Papa marca um momento histórico para a Igreja Católica. A escolha de um pontífice nascido nos Estados Unidos — algo inédito até então — foi anunciada pelo conclave nesta quinta-feira (8), por volta das 13h07 (horário de Brasília). Aos 69 anos, o cardeal Robert Prevost, agora Papa Leão XIV, assume como o 267º sucessor de São Pedro e líder espiritual de mais de 1,4 bilhão de fiéis ao redor do mundo.

No primeiro dia de pontificado de Leão XIV, o Arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (9), na Cúria Metropolitana, comentou a eleição do novo pontífice. O arcebispo fez questão de compartilhar com a imprensa a mensagem enviada ao Vaticano logo após a eleição:

“Belém do Pará, 8 de maio de 2025. Santidade. Deus não se repete. Ele é sempre novo e projeta a sua Igreja e a humanidade para o alto e para a frente. (…) Ao acolher Vossa Santidade, Sucessor de Pedro, reconhecemos o tempo de uma profunda profissão de fé no instrumento de discernimento, anúncio e profecia que a Igreja recebe, manifestando-lhe nossa adesão sincera, nosso apoio incondicional e nossas fervorosas orações”.

“Nossa Igreja de Belém oferece-lhe imediata promessa de fidelidade”, continuou. Dom Alberto destacou o perfil singular de Prevost. O novo papa é nascido em Chicago, nos Estados Unidos, mas construiu sua trajetória religiosa principalmente no Peru, onde foi bispo de uma diocese interiorana e superior geral da Ordem dos Agostinianos. Antes da eleição, ocupava o cargo de prefeito do Dicastério para os Bispos, responsável pelas nomeações episcopais.

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Taveira ressaltou, ainda, a sólida formação teológica e filosófica do pontífice, doutor em Direito Canônico e com ampla experiência em cargos de liderança e formação dentro da Igreja. “Que bom ter a certeza de que esta é a figura colocada como sucessor de Pedro para a nossa Igreja. Ele tem 69 anos, é uma idade relativamente jovem para um Papa. Ele tem apenas dois anos como cardeal, mas sua experiência missionária e eclesial é muito sólida”, disse.

A escolha do nome ‘Leão XIV’ remete à memória de Leão XIII. O arcebispo explicou que Leão XIII foi um papa que deixou um marco na história da Igreja ao escrever a encíclica ‘Rerum Novarum’, que lançou as bases da doutrina social da Igreja em defesa dos direitos dos trabalhadores durante a Revolução Industrial. “Hoje, os desafios não são menores: a migração, as desigualdades sociais. Tudo isso é tão expressivo, tão importante e pede uma resposta da igreja. Penso que ali, na escolha do nome, ele já disse muito”, avaliou. Para Dom Alberto, a frase “embora muitos, em Cristo somos um só”, escolhida pelo novo pontífice como lema, resume bem sua visão de unidade na fé e no serviço à Igreja.

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Sobre os rumos do novo pontificado, Taveira afirmou que, embora cada papa tenha seu próprio temperamento e formação, a Igreja seguirá firme em sua missão evangelizadora. Segundo ele, uma das principais dúvidas levantadas após a eleição de Leão XIV foi se ele dará continuidade ao caminho iniciado pelo então Papa Francisco. “A Igreja não vai voltar atrás na sua responsabilidade de ser uma Igreja em saída”, garantiu. Para Dom Alberto, essa intenção ficou clara já nas primeiras palavras do novo papa ao mundo: “expressaram prontidão para ser uma Igreja missionária, que constrói pontes em vez de muros, em um mundo um mundo que às vezes cada um quer segurar o seu direito e não quer estabelecer o relacionamento com os outros”.

MEIO AMBIENTE

Diante da iminência da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), Dom Alberto também foi questionado sobre a expectativa do posicionamento do novo Papa em relação à pauta ambiental. Apesar de, conforme ele, ainda ser precipitado dizer que tipo de apoio e presença, porque Prevost apenas iniciou o seu ministério de sucessor, ele tem a certeza de que “o Papa será uma voz muito forte com relação às mudanças climáticas e com relação às questões da ecologia. Afinal de contas, a Santa Sé, ainda no tempo do Papa Francisco, nos pediu para reservarmos um número muito grande de lugares dos representantes do Vaticano que virão à COP”, declarou.

Sobre a possibilidade de Leão XIV visitar o Brasil, em especial Belém durante o Círio de Nazaré, Taveira diz que o momento é de estabelecer contatos. “Se nós tivermos a possibilidade e teremos a presença do Vaticano, a presença dos representantes do Papa, mas seria absolutamente temerário eu dizer que o Papa vem”. Segundo ele, o momento ainda é de acompanhar os desdobramentos do início do novo pontificado.

Para o arcebispo de Belém, o tempo de definição do conclave não causou surpresa, já que os últimos conclaves sempre elegeram o papa no segundo dia. Ele destacou que cerca de 80% dos cardeais estavam participando pela primeira vez, muitos nomeados por Francisco, o que exigiu mais tempo de discernimento e oração. Dom Alberto também ressaltou a alegria pela eleição de um Papa agostiniano, como o cardeal Robert Prevost. “O estilo dele é de vida de oração, de vida comunitária, muito próprio de Santo Agostinho. Isso nos traz uma grande alegria”.


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