Música: Claudia Leitte é acusada de racismo religioso

Written by on 18 de dezembro de 2024

A alteração na letra da música “Caranguejo”, popularizada pelo grupo Babado Novo em 2004, trouxe repercussão após um show realizado em Salvador. No trecho original, que faz referência a Iemanjá, figura central em religiões de matriz africana como o Candomblé e a Umbanda, Claudia Leitte substituiu os versos “joga flores no mar, saudando a rainha Iemanjá” por “só louvo meu Rei Yeshua”, uma alusão ao nome hebraico de Jesus.

A mudança gerou críticas de diversas figuras públicas. Pedro Tourinho, secretário de Cultura de Salvador, se posicionou contra a alteração, sendo apoiado por Ivete Sangalo. Recentemente, a escritora Bárbara Carine, vencedora do Prêmio Jabuti 2024, também comentou o assunto em suas redes sociais, sem citar diretamente Claudia Leitte.

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Bárbara destacou o impacto da modificação no contexto cultural e religioso, afirmando que a substituição contribui para a demonização de elementos das religiões afro-brasileiras. Para ela, a atitude reflete práticas de “racismo religioso” e vai contra as raízes do axé, gênero musical fortemente influenciado pelas culturas de terreiro.

Outro ponto de destaque foi a análise de Bárbara sobre uma possível motivação comercial para a polêmica. Segundo ela, a artista poderia estar buscando visibilidade ao adotar uma postura que ressoa entre setores mais conservadores da sociedade.

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A música “Caranguejo” é uma das obras que traz referências à religiosidade afro-brasileira, algo presente no axé desde sua origem. A mudança no verso gerou questionamentos sobre como manifestações culturais e religiosas são tratadas no Brasil, especialmente em um contexto de crescente debate sobre diversidade e respeito às diferentes expressões de fé.


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