Morre Raquel Welch, atriz que foi sex symbol dos anos 70
Written by on 15 de fevereiro de 2023
A atriz e modelo Raquel Welch morreu
nesta quarta (15), aos 82 anos. A informação foi confirmada pela família e o
agente da atriz.
A causa não foi divulgada, mas
familiares afirmam que a artista morreu após breve período de doença.
Welch começou a carreira de atriz em
1964, mas foi em 1966 que ela chegou ao estrelato com “Viagem
Fantástica”, de Richard Fleischer, e “Mil Séculos Antes de
Cristo”, de Don Chaffey.
As duas produções ajudaram a consolidar
a artista como símbolo sexual pela próxima década. Visto como
“exótico”, seu visual ajudou a redefinir o ideal de beleza nos
Estados Unidos, afastando a indústria do olhar único a tipos loiros como
Marilyn Monroe e popularizando os cabelos mais longos e expansivos.
Ela também ficou marcada na história
por sua atuação em “Desejo de Vingança”, de 1971, um dos primeiros
longas do controverso subgênero apelidado de “rape and revenge”.
Nessas histórias, mulheres se vingam de homens que a estupraram de maneira
brutal.
O longa, dirigido por Burt Kennedy,
também foi um dos primeiros faroestes a ter uma mulher como protagonista, ao
invés de estrelá-la como interesse romântico, e anos depois serviu de
inspiração a Quentin Tarantino para “Kill Bill”.
Welch ainda estrelaria outros
exemplares do gênero, incluindo “100 Rifles”, de 1969, e “O
Preço de um Covarde”, de 1968. A artista também marcou época com a comédia
“O Diabo É Meu Sócio”, uma adaptação livre de “Fausto” que
depois ganharia nova versão em 2000 com “Endiabrado”, estrelado por
Brendan Fraser e Elizabeth Hurley.
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Ela continuaria a trabalhar em filmes
de gênero, desde comédias como “Um Beatle no Paraíso”, de 1969, a
aventuras do porte de “Os Três Mosqueteiros”, de 1973, e sua
continuação, “A Vingança de Milady”, de 1974.
No caminho, ela contracenou com
celebridades masculinas do porte de Oliver Reed, Peter Sellers, o músico Ringo
Starr e Burt Reynolds, além de colaborar com os diretores Edward Dmytryk,
Herbert Ross e Richard Lester. Em todos os filmes, porém, sua presença nunca
foi minguada pelos outros artistas, mesmo quando sua figura era pensada apenas
pelo ângulo da sexualidade.
Nascida em Chicago, Raquel Welch mudou
com a família cedo para San Diego, e ainda na infância teve aulas de balé e
atuação. Sua beleza foi validada na adolescência, quando venceu diferentes
concursos de beleza, o que impulsionou uma carreira como modelo.
A estreia no cinema aconteceu como
figurante nos filmes “Uma Certa Casa Suspeita” e “Carrossel de
Emoções”, ambos de 1964. Ela ainda fez alguns trabalhos na TV antes de
assinar contrato com a 20th Century Fox, estúdio que a elevou ao status de
estrela.
Depois do auge nos anos 1970, a atriz
continuaria a marcar presença nas década seguintes, ainda que como uma figura a
ser citada e não na posição de artista interpretando um papel. Isso inclui as
participações breves em comédias como “Corra que a Polícia Vem Aí! 33
1/3”, de 1994, e “Legalmente Loira”, de 2001.
Seus últimos trabalhos foram na comédia
“Como se Tornar um Conquistador” e na série “Date My Dad”,
ambas de 2017.
Ela venceu o Globo de Ouro de melhor
atriz em comédia ou musical de 1975, por “Os Três Mosqueteiros”, e
foi indicada novamente em 1988 por seu trabalho no filme televisivo
“Direito de Morrer”, de 1987.
A atriz foi casada em quatro ocasiões.
Com o publicista James Welch, entre 1959 e 1964; o produtor Patrick Curtis, que
ajudou a promover sua carreira, entre 1967 e 1973; o também produtor André
Weinfeld, entre 1980 e 1990; e Richard Palmer, com quem foi casada entre 1999 e
2004. Ela deixa dois filhos.
Raquel Welch comentou algumas vezes
sobre os sentimentos contraditórios que nutria em relação à própria figura
sexual. Apesar de gostar da atenção dada ao corpo, ela também acreditava que a
impressão era limitante, a impedindo de ser escalada a todos os papeis que
gostaria de interpretar.
Esse cenário explica porque ela é uma
das únicas mulheres a ser capa da revista americana Playboy sem exibir o corpo
nu no ensaio principal. As imagens definem o legado da artista, que soube
exibir beleza sem necessariamente se despir aos olhos do público, mas esconde o
talento que teve para dar vida intensa a todas as personagens que interpretou
nas telonas.