Infecção do trato urinário costuma afetar mais as mulheres
Written by Redação on 1 de maio de 2025
A infecção do trato urinário (ITU) é uma das causas mais comuns de infecção na população, de acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). Particularmente, as mulheres são mais vulneráveis, sobretudo porque possuem menor extensão anatômica da uretra do que os homens, e maior proximidade entre a vagina e o ânus. Porém, os homens também são acometidos, principalmente quando há doença prostática associada.
Conforme explica a médica clínica geral Bárbara de Alencar, a infecção no trato urinário geralmente ocorre por bactérias do trato intestinal, como a Escherichia coli (E. coli). De acordo com a SBN, 70% a 85% dos casos de ITU são causados por esta espécie de microrganismo.
A SBN explica que a ITU pode acometer somente o trato urinário baixo, sendo chamada de “cistite”, ou afetar também o trato urinário superior (infecção urinária alta), sendo chamada de “pielonefrite”. Os sintomas na cistite e pielonefrite são diferentes.
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Na cistite, há geralmente dor ao urinar, urgência para urinar, aumento da frequência do desejo de urinar, e dor suprapúbica (na parte inferior do abdômen). A febre, na maior parte das vezes, não está presente. O que pode ocorrer em alguns casos é alteração de cor da urina.
“Além da dor ao urinar, os sintomas geralmente incluem ainda a sensação de bexiga não esvaziada, urina com odor forte e, às vezes, pode ter sangramento”, explica Bárbara de Alencar. Além destes sintomas, a especialista também alerta para outras possíveis manifestações referentes ao quadro clínico do paciente, como comprometimento dos rins e mal-estar geral.
Já na pielonefrite, que se inicia habitualmente após um quadro de cistite, ocorre frequentemente febre alta (geralmente superior a 38°C), associada a calafrios e dor lombar de um ou de ambos os lados.
Para o diagnóstico da ITU, além dos sintomas clínicos característicos, geralmente também é recomendado um exame de urina, que analisa a amostra biológica para identificar possíveis problemas no trato urinário. A depender do caso do paciente, a urocultura é outro exame laboratorial também indicado, sendo importante para identificar a bactéria causadora da infecção e determinar o tratamento mais eficaz, além de ser fundamental em situações de risco como em gestantes e pacientes com doenças crônicas.
“Em casos mais urgentes, o exame simples é o mais recomendado, pois o de urocultura leva mais tempo para revelar o resultado”, explica a médica, sobre o exame que pode levar até três dias para ficar pronto.
O tratamento da ITU é feito a partir de antibióticos, dependendo da apresentação da infecção do paciente e da evolução do quadro clínico. Bárbara de Alencar explica que a prevenção contra a ITU envolve evitar prender a urina, ingerir bastante água diariamente e urinar e fazer higiene prontamente após a relação sexual.
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Quanto aos fatores relacionados às complicações da infecção urinária, a SBN ressalta que destacam-se mulheres gestantes, pacientes diabéticos e pacientes submetidos a procedimentos urológicos.
A médica Bárbara de Alencar complementa dizendo que a infecção urinária em gestantes pode apresentar risco de aborto no primeiro trimestre de gestação ou parto prematuro no último trimestre de gravidez. “Gestantes, idosos e crianças são mais suscetíveis por terem imunidade mais baixa”, comenta. (Rafael Rocha com informações da SBN)
ITU
A ITU é definida pela presença de agente infeccioso na urina, em quantidades superiores a 100.000 unidades formadoras de colônias bacterianas por mililitro de urina (ufc/ml).