Honra e bullying: relatos de quem faz aniversário com Belém

Já imaginou morar em uma cidade que faz uma grande festa coletiva no dia do seu aniversário? Esta é uma realidade para duas belenenses que nasceram no dia 12 de janeiro. Muito mais do que a coincidência, comemorar uma nova idade no mesmo dia que Belém impactou diretamente a vida dessas moradoras da capital paraense.

Residentes, respectivamente, nos bairros do Jurunas e da Pedreira, Gersica Silva e Rebeca Amaral nunca se conheceram pessoalmente, mas compartilham entre si a mesma data de nascimento: 12 de janeiro.

Veja também:

Belém do Pará está cada vez mais vegana e vegetariana

Belém das marcantes: ritmo bomba no Youtube dos paraenses

Belém, 407 anos: as cidades dos mortos na cidade dos vivos

407 anos atrás, exatamente neste dia, ocorria o desembarque de Francisco Caldeira Castelo Branco na foz do Guajará, ponto estratégico que serviria para a instalação de um forte para defender a principal porta de entrada para a Amazônia da invasão de colonizadores de outros países.

A história da fundação de Belém já era contada há séculos quando Gersica e Rebeca nasceram. Mas o fato de terem chegado ao mundo no mesmo dia em que a origem da cidade teve início trouxe consequências para a história das duas.

Para Gersica, que completa 28 anos, o impacto foi repetir a referência à capital paraense mais de uma vez no documento de identidade. Além de “Belém” estar presente na seção “Naturalidade”, também aparece no próprio nome: Gersica Belém Pereira da Silva.

 

|

Texto Auxiliar:
Alinhamento Texto Auxiliar:
Link Externo:
Alinhar à esquerda:
Alinhar à direita:
Alinhar ao centro:
Fullscreen:
Fullscreen Exit:
Conteúdo Sensível:


  

Os pais de Gersica, Manoel Augusto da Silva e Rosângela Pereira, decidiram fazer uma homenagem à coincidência do nascimento da jovem com o aniversário da capital paraense e registraram a menina com “Belém” em seu sobrenome.

Por mais nobre e singela que a atitude fosse, a decisão marcou a vida de Gersica. “Durante o período da escola, muitos meninos costumavam fazer bullying com meu sobrenome e, por vezes, ficavam me chamando só pelo nome ‘Belém’. Naquela época eu ficava chateada e não gostava do meu próprio nome, mas, hoje em dia, já consigo lidar melhor com isso”, revela.

Em seu crachá de trabalho como assistente administrativa e nas suas redes sociais, Gersica não possui qualquer citação ao sobrenome, de certa forma, inusitado, mas sabe que nunca irá se desvencilhar das brincadeiras de parentes e amigos próximos.

HONRA 

Rebeca Amaral não leva “Belém” em seu nome (pelo menos, não foi algo que passou pela cabeça de Ellen Amaral, sua mãe), mas admite que carrega a cidade em que nasceu no coração.

“Nasci em Belém mesmo, mas morei grande parte da minha vida em Benevides. Antes não tinha dimensão do quanto Belém é linda e rica em muitos sentidos, especialmente na culinária. Com o passar dos anos e com minha mudança pra cá fui conhecendo as coisas no meu tempo e aproveitando os espaços lindos que temos aqui”, comenta.

 

|

Texto Auxiliar:
Alinhamento Texto Auxiliar:
Link Externo:
Alinhar à esquerda:
Alinhar à direita:
Alinhar ao centro:
Fullscreen:
Fullscreen Exit:
Conteúdo Sensível:


  

A jornalista recém-formada, que faz 23 anos nesta quinta (12), ressalta que comemorar o aniversário junto com Belém pode ser considerada uma grande honra e motivo de felicidade.

“Hoje me vejo apaixonada por todas as particularidades da nossa cidade, pelo que já temos de bom e pelo potencial de crescimento e me sinto feliz de compartilhar a minha data de nascimento e comemoração com a cidade que conquistou meu coração por completo”, declara.