Família mostra força e superação na luta contra o câncer

Written by on 5 de fevereiro de 2025

Linda Beatriz, aos três anos de idade, era uma criança cheia de energia. Brincava, corria e irradiava alegria. Em 2022, no entanto, um diagnóstico precoce de Leucemia Mielóide Aguda (LMA) mudou completamente a vida dela e de sua família.

Essa realidade não é exclusiva da família de Linda. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 7.930 novos casos de câncer infantil são diagnosticados por ano no Brasil, sendo a principal causa de morte em crianças e adolescentes de 1 a 19 anos.

A luta de uma família contra o câncer infantil

Eduardo Dias, pai de Linda, lembra que a batalha começou em julho de 2022, quando a filha sofreu reações adversas à quimioterapia logo no primeiro ciclo de um tratamento previsto para durar dois anos.

“Ela foi desenganada pela medicina após sofrer um AVC isquêmico. Devido à toxicidade da quimioterapia e ao risco de novos AVCs, nossa família, em conjunto com a junta médica, decidiu não continuar com a quimioterapia paliativa. Trouxemos nossa filha para casa, confiando que Deus a curaria. E Ele curou. Nossa filha está viva para a glória de Deus”, relata Eduardo.

Receber um diagnóstico de câncer infantil é um choque para qualquer família. Eduardo lembra o impacto inicial da notícia. Segundo ele, “o primeiro momento foi desesperador, mas depois foi substituído pela esperança em Deus e na cura. A reação mais forte veio da avó paterna, que entrou em desespero ao imaginar perder sua neta”.

Atualmente, três anos após o diagnóstico, a família segue buscando esperança em dias melhores. “O mais importante tem sido a fé em Deus e a união de familiares e amigos, que nos ajudam na reabilitação completa da nossa filha. Agora estamos tratando as sequelas que ficaram após o AVC”, completa Eduardo.



No entanto, o pai de Linda ressalta que o apoio às famílias de crianças com câncer ainda é limitado. “Dentro do ambiente hospitalar, existe um acompanhamento completo com psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais. Mas, quando não há mais esperança de cura pelo tratamento quimioterápico, esse suporte desaparece. Isso é um déficit que pode ser melhorado com projetos e políticas públicas”, opine ele.

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Câncer infantil: diagnóstico e sintomas

A Dra. Alayde Vieira, oncopediatra e diretora clínica do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, explica que o câncer infantil tem origem 100% genética, mas isso não significa que seja hereditário.

“O câncer infantil é uma questão genética, mas pode estar associado a algumas síndromes raras que aumentam a incidência da doença. Sempre reforçamos que não é culpa dos pais ou da alimentação da criança”, explica a médica, destacando que algumas condições aumentam o risco de câncer na infância.

Segundo a oncopediatra, “crianças com Síndrome de Down, por exemplo, têm mais chances de desenvolver leucemias agudas. Outras síndromes, como neurofibromatose e síndrome de Bloom também aumentam esse risco”.

Diferente dos adultos, em que exames como mamografias e testes de PSA ajudam na detecção precoce do câncer, nas crianças o diagnóstico antecipado depende da atenção aos sintomas.

“Os sintomas podem ser confundidos com doenças comuns da infância, como febre persistente por mais de 14 dias, desânimo progressivo e palidez. O câncer mais frequente é a leucemia aguda, seguida pelos tumores cerebrais e linfomas”, aponta a  diretora clínica do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, reforçando a importância da vigilância médica. 


Suporte adequado, acolhimento e atendimento humanizado

O enfrentamento ao câncer infantil não afeta apenas os pacientes e suas famílias. Os profissionais da saúde que lidam diretamente com essas crianças enfrentam desafios diários que vão desde a sobrecarga de trabalho até a falta de infraestrutura adequada.

O Dr. Eduardo Amoras, diretor de comunicação do Sindicato dos Médicos do Pará (SINDMEPA) e responsável técnico pela cirurgia pediátrica do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, alerta que o atendimento oncológico exige muito mais do que conhecimento técnico.

“Hoje, cerca de 2% da população mundial sofre dessa doença. Os médicos e demais profissionais que lidam com o câncer infantil precisam de suporte adequado para exercer sua função com dignidade e preservar sua própria saúde, especialmente a mental. O câncer infantil exige empatia, acolhimento e um olhar humanizado não apenas para o paciente, mas também para sua família. A família adoece junto. O impacto do diagnóstico e do tratamento afeta toda a rede de apoio”, ressalta ele.

Eduardo Amoras reforça a importância de “garantir condições adequadas para quem cuida como ferramenta essencial no combate ao câncer e na construção de um atendimento verdadeiramente humanizado”.

A importância da fé e da esperança

Diante da realidade difícil enfrentada pelas famílias de crianças com câncer, Eduardo Dias, pai de Linda, deixa uma mensagem de encorajamento para quem passa por essa situação.



A luta contra o câncer infantil vai além dos hospitais. Envolve políticas públicas, suporte às famílias, investimento na capacitação dos profissionais e um olhar mais humano para todos os envolvidos nesse processo. A esperança, o acolhimento e a fé são fundamentais para transformar essa realidade.


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