Entrocamento: encontro de vias, comércios e muitas histórias
Written by on 16 de março de 2024
O Entroncamento é um ponto estratégico de Belém onde diversas vias importantes se conectam, como a rodovia BR-316 e a avenida Augusto Montenegro, além das avenidas Almirante Barroso e Pedro Álvares Cabral. É desta maneira que as feiras, pontos comerciais e vendedores ambulantes impulsionam economicamente diversos bairros que compõem essa região, como o Castanheira, Atalaia e Marambaia.
Estima-se que as primeiras atividades comerciais naquele perímetro começaram ainda na década de 1970. Com o decorrer dos anos o movimento aumentou, e hoje, é possível encontrar uma variedade de produtos e serviços, distribuídos em barracas e pequenos estabelecimentos. O local chama atenção, principalmente pelo fluxo intenso de clientes e por servir de sustento para muitas famílias.
Aos 90 anos, seu José Bezerra da Silva tem muita história para contar. “Trabalho no Entroncamento há mais ou menos 20 anos, então de lá para cá, nessas duas décadas, vi a região se desenvolver, a feira se expandir, novas lojas abrirem e o local ficar cada vez mais frequentado por pessoas advindas dos mais diferentes bairros da cidade, o que despertou a atenção de mais gente querendo trabalhar”.
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Proprietário da Casa dos Temperos, o empresário revela que dali tira o sustento da família até os dias de hoje. “Foi daqui que criei, por exemplo, todos os meus filhos e por isso sou muito grato por todos esses anos de trabalho. Claro que, assim como qualquer outro local, precisa de melhorias, mas se comparar com outros anos, o espaço evoluiu e para melhor receber os clientes e para os comerciantes”, acrescenta.
Algumas pessoas consideram o espaço agradável, como é o caso do feirante Alex Monteiro Cunha, 41. “Para se ter uma ideia, eu trabalho no Ver-o-Peso, mas pelo menos umas duas vezes por semana eu saio de lá e paro aqui para encontrar com os meus amigos. O Entroncamento tem muita história. Se sentar aqui para conversar, dá para escrever um livro”, disse.
VARIEDADE
É dali que muitos outros comércios são abastecidos na cidade. Uma das justificativas são os preços atrativos que alguns pontos oferecem seus produtos aos clientes. De tabacaria, depósito de bebidas e vendas de roupas, lá é possível encontrar ainda várias barracas com vendas de hortaliças e eletrônicos.
Logo nas primeiras horas do dia, Reginaldo Araújo, 41, monta a sua barraca com os mais variados acessórios, como fones de ouvido e capas para smartphone. “Todos os dias recebo várias pessoas que param, compram e me ajudam a levantar uma renda todos os meses. Mas apesar de trabalhar no espaço apenas três anos, posso afirmar que é um local que salvou a minha vida em vários aspectos”, enfatiza.
O autônomo lembra que veio de Bragança para Belém e com dificuldades financeiras chegou a morar na rua até conseguir se erguer e trabalhar na calçada da área. “Hoje consigo sonhar e conquistar coisas que antes para mim eram impossíveis. Com a renda que eu tenho ganhado consigo sustentar minha família e também a pagar cursos para eu crescer ainda mais na vida”, completa Reginaldo.
Claudomiro Borges, 73, também veio de outro lugar, do Maranhão, e encontrou no Entrocamento uma forma da sua subsistência. “Trabalho por aqui faz uns oito anos. É um serviço que eu gosto, pois, além de vender frutas de um modo geral, é uma forma de conversar com os clientes e conhecer histórias. Cheguei aqui na cidade apenas com a vontade de trabalhar e hoje sou grato”, afirma o feirante.
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Raila do Rosário, 32, trabalhava de carteira assinada, mas precisou se ausentar do emprego para cuidar do filho. “Tenho um filho especial e percebi que não ia dar conta de me manter no emprego. Então sai, montei um carrinho de vendas de bombons e salgados o que me dá mais flexibilidade no tempo”, conta.
“Moro no bairro do Castanheira, um dos que compõem a região, então posso garantir que o Entroncamento tem uma importância grandiosa não só para os vendedores que tiram os seus sustentos, mas também dos moradores que possuem um comércio possante próximo de casa. E o desenvolvimento ainda não parou, pois aqui ainda tem muita coisa para fazer e crescer e eu acredito”, concluiu Raila.