É Papai Noel! Crianças contam histórias sobre o bom velhinho

Ho ho ho, feliz Natal!”. A frase clássica do Bom Velhinho, sem dúvida, está presente na memória de muita gente e marca a chegada do Natal. A figura do Papai Noel, com seu saco cheio de presentes, roupa vermelha e barba branca, é um dos maiores símbolos desta época do ano, levando alegria por onde passa, especialmente para as crianças.

A magia dessa figura emblemática, que aparece a cada Natal, vai muito além para as crianças, pois para os pequenos esse é um momento que remete, principalmente, a presentes. E também desperta a fantasia: a imaginação corre solta quando eles se põem a pensar como é Papai Noel e como ele faz para dar conta de presentear tanta gente no mundo todo em uma única noite.

“Ele tem uma barba branca, tem um gorro daquele redondo com uma bola na ponta e as listras são brancas. E ele é muito feliz com as crianças que não brigam”, descreve Arthur Dias, de 5 anos. Para as pessoas que são boazinhas, ele dá o presente, diz o menino. “Ah, e ele só passa para dar o presente à noite”, detalhe fundamental, aponta. A prima dele, Isadora Oliveira, de 4 anos, uma grande sortuda, conta que já flagrou Noel deixando o presente à noite, enquanto Arthur só o viu no shopping. E ela também dá seu alerta: “Criança que for desobediente, ele não dá o presente”.

“Ele é gordo, barbudo, cara de 74 mil anos”, descreve Emília Sá, 7 anos. Já para Valentina Couto, 9 anos, sua idade é incontável. “Ele é um ser humano com um bilhão de anos. Tem barba também”, arrisca.

Para a pequena Maitê Epifânio Rodrigues Pamplona, de 4 anos, o Bom Velhinho mora no Polo Norte e faz todos os brinquedos que entrega na noite de Natal para a criançada.

“Ele tem uma blusa, um cinto e usa gorro na cabeça. Ele é legal, porque ele dá presentes. Lá tem rena, bonecos de neve, tem pinguim. A fábrica de presentes é dentro da casa dele, os gnomos ajudam ele. São muitos!”, explica Maitê.

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A missão do Papai Noel, a cada Natal, é entregar um presente para cada criança pelo mundo, tarefa que deve dar muito trabalho, sem contar que antes é preciso comprar ou fabricar os presentes. O meio de transporte dele, como muitos sabem, é o trenó. A cor é vermelha, mas alguns detalhes não são muito certos. “Ele tem asas”, explica Isadora sobre o fato do trenó voar; Arthur discorda. “Não, não. Na ‘Patrulha Canina’ eu vi que não tem nenhuma asa”, ele lembra, citando um episódio do seu desenho favorito na televisão. Estas jornalistas, que não assistiram ao desenho, não tiveram como confirmar a informação.

“Ele acorda uma da manhã para ir lá na farmácia comprar os brinquedos, vai em outra farmácia compra, espera. Ele chega com a rena dele”, garante Otto De Angelis, 8 anos, com uma preocupação em mente: “Aqui em casa eu não sei como ele vai chegar, porque a nossa casa não é muito grande. Então, onde ele vai parar com o trenó? Na frente da porta, não vai dar, porque se o carro da vovó ou do titio estiverem lá, ele vai ter que chegar em cima do telhado”, arrisca. “Depende da casa que ele vai, mas ele tem ajuda daqueles gnominhos”, acredita Otto.

Para o irmão de Otto, Rudá De Angelis, 4 anos, Papai Noel está mais para super-herói. Depois de fabricar todos os brinquedos do mundo, ele entrega sozinho para as crianças, mas só para as que foram boazinhas, garante. “Ele coloca todos os presentes numa caixa grande e carrega com uma mão só. Ele vem correndo, segurando numa mão e não tem ajuda, ele é forte”, conta Rudá.

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Para cada desafio, uma solução

E quem não tem chaminé em casa para o Papai Noel entrar, não se preocupe, pois Isadora sabe qual é a solução usada pelo Bom Velhinho: “Ele tem as chaves de todas as casas”, garante. Uma dificuldade é a locomoção fora do trenó. “Ele não anda muito. Ele é muito velhinho”, diz Isadora, lembrando de onde vem o famoso apelido do Papai Noel.

E Isadora levanta outro desafio importante. A prima Jamille, de 6 anos, acabou de se mudar para São Paulo; a outra prima, Ananda, ela acredita que mora em Marituba; e tem a prima Esther, que mora em Ananindeua. São muitas crianças, em lugares diferentes e distantes. Então, como Noel faz para entregar o presente de todo mundo a tempo? “Jesus!”, responde ela mesma. Sim, se o aniversário é dele, por que não ajudar o Papai Noel?

“Ele tem um helicóptero. Aí ele ajuda o Papai Noel”, explica Isadora, dando revelações bombásticas sobre Jesus. E para quem duvida, Arthur também é testemunha. Ele lembra que realmente, durante a pandemia, quando o Papai Noel chegou em um shopping da cidade, foi usando um helicóptero. “Era de Jesus”, confirma Isadora. “Ele pode dar presente para as crianças. Eu estou falando sério”, reforça, diante de uma jornalista chocada com a revelação.

Voltando ao assunto da vida do Papai Noel, outra pessoa que pode ajudá-lo nessa data é a esposa dele, a Mamãe Noel. “Mas ela não mora com ele, mora em outro país. É no nosso mundo, mas é mais longe que o Polo Norte”, explica Arthur. Isadora, então, levanta uma questão: “O que o Papai Noel gosta de comer?”. E ela mesma responde: “Ele gosta de comer fruta”. Inclusive, as crianças que Noel considera boazinhas para ganhar presente sempre comem todas as frutas – e legumes, claro. “Eu como todas as frutas. Eu como maçã, ‘bacaxi’, eu como uma banana todo dia”, garante Isadora.

Mas uma coisa é unânime entre todos: o Bom Velhinho só traz presentes para quem tiver bom comportamento. Para saber quem fez tudo certinho, Arthur conta que o Papai Noel vê tudo do céu, e Isadora dá detalhes: “ele tem muitas câmeras, em todos os lugares!”.

“Tem que obedecer às mães”, acrescenta Maitê.

Assim como a pequena Maitê, Isadora também acredita que os presentes são feitos pelo Noel, que coloca em uma caixa, põe um lacinho, e deixa embaixo da árvore de Natal. Como são muitos presentes, Arthur conta que o Papai Noel tem alguns ajudantes. “É, mas eu não lembro o nome deles”, lamenta, e explica que isso é porque quando os conheceu “ainda era criança”, com uns três ou quatro anos de idade. Mas garante que assim que descobrir os nomes, ele informará ao jornal.

Robson David Pimentel Dias Neto, de 6 anos, sabe que Papai Noel chega de trenó mesmo. “Ele é um grande velhinho, como nas histórias. Os duendes fazem os presentes e ele entrega. Porque ele tem um trenó e as renas”, diz.

Se essa galerinha pudesse ficar frente a frente com o Noel, ele teria que matar muitas curiosidades e certamente rolaria uma sabatina de perguntas.

“Eu perguntaria se as renas dele voam de verdade e se trabalha com gnomos de verdade”, adianta Emília.

“Eu quero falar para ele entregar todos os presentes para as crianças”, lembra Maitê.

“Como você tem esse grande trenó e como ele voa?”, pergunta David.

“Perguntaria quantos anos ele tem e como faz para não ter dor na coluna, carregando um saco tão cheio de coisa”, se preocupa Valentina.

No final da entrevista, chegamos a um tema polêmico. “A Ananda disse que Papai Noel não existe”, conta Isadora. Mas, diante do fato que o Bom Velhinho foi avistado nos shoppings e pela própria Isadora durante uma de suas entregas, ela e Arthur concluem que Ananda está errada, e assim dão fim à polêmica.

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*Todas as crianças entrevistadas são das famílias da equipe de reportagem e edição; já as ilustrações que dão vida a tanta imaginação são do diagramador Magno Brito, com os votos de um Feliz Natal para os leitores!