Dr. Responde: Equilíbrio alimentar é melhor para emagrecer

Publicado em 31 de outubro de 2024

Dieta da lua, cetogênica e o mais atual jejum intermitente compõem uma extensa lista de “dietas malucas” que visam a perda de peso rápido, de forma equivocada e sem respeitar a individualidade de cada pessoa. A variação de alimentos é a principal indicação para quem quer manter uma alimentação saudável.

O grande problema que ronda esse tipo de dieta restritiva é justamente a rápida perda de peso. Isso porque com a redução brusca dos quilos sem o menor esforço acompanha a perda de massa muscular e a permanência da gordura corporal, o que pode ser prejudicial à saúde. Além disso, essas receitas compartilham a grande restrição de grupos alimentares, como proteínas e gorduras boas, responsáveis pela manutenção dos tecidos do corpo, fortalecimento do sistema imunológico e melhoram a circulação.

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“Quando adotamos uma dieta dessas, estamos restringindo um grupo alimentar. Elas são genéricas, feitas para todo mundo e, ao mesmo tempo, para ninguém. Vão ter restrições calóricas que são seguidas de forma incoerente por quem não sabe aplicar a técnica corretamente. É diferente quando temos uma dieta bem calculada, especializada, com objetivo e feita para aquela pessoa. Quando você tem um plano alimentar, você vai trazer todos os alimentos na sua rotina de forma correta”, diz o nutricionista Fernando Leite.

O especialista alerta que mesmo muito populares, essas dietas não eximem a importância de acompanhamento profissional. Apesar de serem seguidas e indicadas por influenciadores digitais e blogueiras, nesses casos, esse tipo de alimentação é assistida por uma equipe multidisciplinar e seguida por plano alimentar, suplementação correta e atividade física. “A variação é fundamental para uma rotina alimentar. Todos os alimentos podem fazer parte da dieta. É o conjunto que faz do plano alimentar mais proveitoso e rico”, aponta o nutricionista.

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Portanto, ao prezar por uma boa alimentação, é preciso consumir os três tipos de alimentos: condutores, fonte de proteínas e vitaminas; reguladores, ricos em vitaminas; e os energéticos, como os carboidratos e as gorduras boas. “Os grupos de alimentos têm que ser variados e diversificados durante o dia. Se incluir somente um grupo alimentar, como a carne, vai faltar o grupo de alimentos reguladores, que são fibras e carboidratos. A exclusão de algum grupo traz malefícios a curto, médio e longo prazos. Veganos e vegetarianos têm como variar com outros grupos, substituindo o consumo de carne por soja e grão de bico”, disse o especialista.

SUPERALIMENTOS

Os chamados “superalimentos” são aqueles que, comparados a qualquer outro alimento, são mais ricos em algum nutriente, como vitaminas, minerais e fibras. Lentilha, chia, castanha-do-pará, abacate e o vinho são alguns tipos de superalimentos ricos, fontes de antioxidante, ômega-3, fibras, proteínas, ferro, gorduras boas e demais nutrientes. Na região amazônica, o destaque fica por conta do açaí, fruta abundante em flavonoides, que atuam no combate de inflamações, doenças cardíacas e é bom para a saúde do cérebro e dos ossos.

Nos últimos anos, esses alimentos invadiram o conceito de alimentação saudável, tido como “milagrosos”, podendo até compensar maus hábitos alimentares. Apesar disso, o nutricionista alerta que os superalimentos não são nenhum super-herói, mas podem, sim, trazer benefício à saúde, caso seja levada em consideração a composição nutricional.

“Não é um alimento que vai ser consumido e momentaneamente você vai emagrecer. Ele vai ter suas características e limitações. como qualquer outro alimento. Só que esse alimento vai ser muito mais rico em certo nutriente que vai trazer algum benefício. Tem pessoas que colocam o superalimento como super-herói, mas não é assim que funciona. Você tem que consumir esse alimento a partir da característica que ele tem, mas não vale a pena abusar”, explica Fernando.

PARA ENTENDER

Para saber se uma dieta é coerente para ser adotada na rotina é necessário responder ao seguinte questionamento:

  • 1- Essa dieta contempla as minhas necessidades? Eu estou tendo energia para fazer todas as necessidades diárias?
  • 2- Eu consigo seguir a dieta sem qualquer dificuldade?
  • 3- Essa dieta é praticável para minha rotina?
  • Se a resposta for “sim” para as três perguntas, quer dizer que a dieta pode ser boa, desde que seja sempre variada.




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