Dia do Compositor: conheça a trajetória de alunos do IECG
Written by Redação on 15 de janeiro de 2025
Comemorado no dia 15 de janeiro, inicialmente no México (1945), o Dia Mundial do Compositor parabeniza aqueles que atuam como criadores de arte por meio de letras e melodias. Para alunos e professores do Instituto Estadual Carlos Gomes (IECG), é uma data que lembra desafios superados e experiências vividas no curso.
O estudante José Corrêa, 22 anos, que faz o bacharelado em música com habilitação em composição e arranjo no IECG, comenta sobre como surgiu a vontade de ser compositor a partir do estudo do piano. “Comecei aos 14 anos no piano e, depois de um tempo, fui criando algumas composições com ele e acabei me identificando com esse universo, decidindo que seguiria essa carreira”, comenta José, que está no 6° semestre do curso.
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Desde que ingressou na instituição, José já vivenciou momentos que o motivaram a continuar sua jornada como estudante de composição. “Meu outro sonho era participar do Festival Tinta Fresca, da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Quando saiu o edital da 12ª edição do evento, quis compor uma peça para orquestra e, entre as 41 composições inscritas por estudantes de composição, minha obra foi uma das finalistas”.
“O concerto final foi realizado na sala Minas Gerais, no ano passado, e minha obra foi agraciada com uma menção honrosa”, recorda José.
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Além dessa experiência, o jovem também ganhou o primeiro lugar na categoria de Composição, no Concurso Dóris Azevedo para Jovens Musicistas, promovido pelo IECG no ano de 2022.
Assim como José, a ex-aluna Camila Alves, 37 anos, também trilhou um caminho especial dentro do curso e hoje atua como profissional de nível superior na área de composição. “Terminei o curso técnico em violão clássico no IECG em 2011 e, em 2019 decidi que a música seria meu caminho e meio de subsistência principal. Foi quando prestei vestibular novamente na instituição, e optei pela composição e arranjo, por vislumbrar um maior campo de trabalho”, explica Alves.
MERCADO
O curso de composição e arranjo do IECG é referência na Região Norte, pois é o único ofertado como curso de graduação superior, sendo uma das habilitações do bacharelado em música. Na grade curricular, o curso ensina conhecimentos específicos da profissão, como explica o compositor e professor doutor Nelson Neves.
“O objetivo para a classe de arranjo, neste semestre de 2025, por exemplo, será fornecer e acrescentar mais informações e ferramentas aos alunos para que possam colocar em prática suas ideias musicais. Mais do que isso, ajudar a liberar a criatividade e imaginação”, diz Neves, que integra o quadro de docentes da instituição.
De acordo com o professor doutor Nelson Neves, o estudante precisa desenvolver diferentes habilidades para estar preparado para o mercado. “São necessárias habilidades musicais sólidas, incluindo conhecimento de teoria musical, harmonia, ritmo, percepção musical, como ferramenta fundamental no processo de criação, orquestração, criatividade melódica, e muita imaginação”,diz.
Nelson Neves tem formação em doutorado em artes musicais pela Universidade de Nebraska-Lincoln, em piano performance (EUA), mestrado em música pela Universidade Missouri-Columbia (EUA) e é bacharel em teologia com ênfase em música sacra, pela Faculdade Batista Equatorial de Belém.
O professor comenta ainda sobre a importância de comemorar o Dia Mundial do Compositor e estimular os jovens a olhar para esta profissão como um meio de seguir na carreira musical. “Os autores de obras musicais podem inspirar e emocionar através de harmonias, ritmos e melodias. Eles ajudam a expressar sentimentos, transmitir emoções e dar voz a pessoas, grupos ou até mesmo à humanidade. Os compositores são os artesãos que moldam emoções em harmonias e melodias. É através da música e da arte do compositor que se evidencia a arte, identidade e a cultura de um povo ou nação”, reflete Neves.
Para ele, os compositores paraenses têm características próprias, com um estilo diferenciado. “O compositor é o reflexo ou um porta-voz do lugar, cidade ou país em que vive, para transmitir as influências e impressões. E isso percebemos nos nossos compositores paraenses. Para citar apenas alguns, temos Gentil Puget, Wilson Fonseca, Altino Pimenta, Paulo André Barata, e Waldemar Henrique, que é, talvez, o maior exemplo claro disso. As temáticas abordadas pelos compositores paraenses engrandecem a nossa cultura, tornando-a, assim, mais conhecida e difundida em nosso país”, pontua o professor.