Dia da Mulher: questão de gênero, pluralidade e resistência

Publicado em 8 de março de 2023

Geralmente,
identidade de gênero é um tema delicado e envolto de rejeição, mas não deveria
ser. Afinal, há muita gente que não se encaixa nos padrões pré-estabelecidos do
que é ser mulher ou homem. 

8 de março: o Dia de Toda Mulher 

Em
entrevista à CNN Brasil, o psiquiatra Alexandre Saadeh, que há 30 anos trabalha
com questões de identidade de gênero, define uma pessoa trans como alguém que
“quando nasce, tem um sexo reconhecido de acordo com a genitália, mas possui
uma identidade de gênero que, ou é oposta à que corresponde à genitália, ou
condiz com algo intermediário”.

Porém,
é preciso expandir os horizontes e olhar além. Alexandre explica que a
transexualidade é um fenômeno histórico, apesar de ainda não ter sido plenamente
compreendida pela ciência.

Lorena
Esteves, doutora em Comunicação (PPGCOM/UFPA) e estudiosa de gênero e
interseccionalidades, afirma que o sistema de opressão do patriarcado, que vem desde o processo de colonização no Brasil, recai mais fortemente em grupos sociais vulnerabilizados, como mulheres trans e homossexuais, interseccionadas à outras formas de opressão de gênero, raça, etnia e classe.

 











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A
pesquisadora também ressalta a importância de considerar a diversidade ao falar
sobre um sistema opressor. “Somos plurais, diversas, com histórias de vida
diferentes, por isso não se deve generalizar as opressões”, evidencia Lorena.

Para
além dos conceitos, pessoas transexuais, transgêneros e travestis não se
identificam com o gênero a qual foram designadas de acordo com o sexo biológico. Entre elas, mulheres.

 











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O QUE É SER MULHER?

Mais
amplo do que se pode resumir, as respostas vêm de múltiplas vozes.

Uma
delas é da Lana Larrá, 1ª coordenadora adjunta da área de mulheres trans e
travesti, no comitê gestor do Plano Estadual de Enfrentamento à Lgbtifobia, no Pará.

Ser
mulher, para Lana: “é essência, resistência. É luta por direitos e dignidade de
quem sempre esteve em vulnerabilidade social”. A ativista LGBTQIAP+, que se
identifica como mulher travesti, relatou que o processo de identificação não
foi fácil, e que ocorreu aos 19 anos de idade. 

Para
Agnes Lucius, mulher trans e graduanda em Filosofia na Universidade Estadual do
Pará, ser mulher é passar por todos esses processos socioculturais e manter-se resistente. “É entender nossas potências e fragilidades e ir de reencontro com a nossa humanidade, com o nosso sagrado feminino. Desde os primórdios, ser mulher é uma constante luta pelo seu espaço, por respeito e por equidade” afirma Agnes. 

A
artista independente e mulher trans, Alice de Oliveira, acredita que,
sobretudo, ser mulher é ter direito à vida, saúde e empregabilidade. Mas o significado vai além “da visão limitada e fetichista que cria uma onda de violência e marginalização de nossos corpos”.

Para
Uỳara Amanaỳara, artista de multilinguagens, é uma questão de pertencimento:
“quem nos define mulher somos nós mesmas e isso é a verdadeira emancipação
feminina”.

“Primeiro existimos para então construir a ‘mulheridade’ que existe em nós. Ser mulher vai além de fronteiras concretas, além de rosa ou azul ou feminino ou masculino. Ser mulher está na capacidade de se construir enquanto tal para entender que significa que não existe um ‘ser mulher'”, continua a artista, que inclui representatividade e ambiguidade na construção do “ser mulher”.

“Como travesti, eu digo: ser mulher é entender que o feminino me pertence, e o masculino também”. finaliza Uỳara Amanaỳara, que acredita que o processo de identificação será eterno em sua existência. 


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