Cortejo Visagento toma ruas do Guamá

Divertir ao mesmo tempo que promove o aprendizado. Essa é a proposta do Cortejo Visagento, que ocorre nesta terça-feira, 31, pelas ruas do bairro do Guamá, em Belém. A concentração será às 18h, no Cemitério Santa Isabel com direção à Praça Benedito Monteiro, próximo à rua Barão de Igarapé-Miri, também no bairro do Guamá.

A data de hoje é conhecida internacionalmente como o Dia das Bruxas, ou Halloween, mas em Belém é o Dia da Matinta Perera, e por isso foi escolhida para a realização do evento, organizado pelo Espaço Cultural Nossa Biblioteca, espaço de leitura comunitário bastante atuante no Guamá. O cortejo já está em sua quinta edição e virou uma tradição no bairro. É o que conta uma das organizadoras, Tereza Oliveira.

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“A ideia é que a cada ano seja escolhida uma rota diferente para o seu trajeto, porque a proposta do cortejo também é falar sobre a história do bairro do Guamá e como ele começou a ser habitado, para que as pessoas que moram no nosso território possam criar um sentimento de pertencimento e valorização desse território”, explica.

O Cortejo Visagento visa falar sobre a cultura paraense e a cultura amazônica das visagens, da fantasia e da memória existentes dentro do bairro do Guamá. “É um evento que foi pensado juntando duas atividades que a gente fazia na biblioteca. A primeira é a Rua de Leitura, cuja ideia é apresentar a biblioteca fora do espaço físico dela, levando atividades culturais como cinema, teatro, literatura. Também foi pensado nas aulas em que um dos voluntários, o professor de história Raimundo Oliveira, que atua em duas das escolas do bairro, levava os alunos para dentro do cemitério [de Santa Izabel], como uma forma de se apropriarem da história daquele espaço e de toda a cultura que tem lá, que também é muito importante”, descreve.

O Guamá também é o bairro que tem a sua própria história de visagem, com um dos maiores personagens de lendas urbanas da cidade, a Moça do Táxi. “A concentração do cortejo será no cemitério Santa Isabel, de onde sairá pela rua Paz de Souza, depois pela travessa 14 de Abril, em seguida, o cortejo irá pela rua Silva Castro, passando ainda pela avenida José Bonifácio, rua Barão de Igarapé-Miri e terminaremos na Praça Benedito Monteiro, que também é um espaço público que nós devemos nos apropriar. A ideia é que enquanto a gente está percorrendo essas ruas, haja apresentações culturais e momentos para contar como aquelas ruas foram criadas, qual era a história delas, como foi o início de sua ocupação”, detalha Tereza Oliveira, dizendo que essa é uma das novidades deste ano.

A outra novidade é que a homenageada desta edição é a Iara. “Todo ano o cortejo escolhe uma nova figura, um personagem, um autor, que tenha a ver com a história das visagens, que tenha a ver com essa cultura, para ser homenageado. Este ano, a figura escolhida foi a Iara e junto dela nós temos a temática que é a água, a mãe da vida e que pede socorro. Nós escolhemos principalmente este tema e a figura dela por conta da perda da biodiversidade que nós estamos tendo, com as queimadas na Amazônia”, aborda a coordenadora.