COP 30: resíduos ganham mais tempo de uso e valor de mercado

Publicado em 15 de setembro de 2024

A COP 30 está na porta e os alertas sobre a crise dos resíduos são claros. De um lado está a falta de consciência quanto ao uso e descarte correto. Do outro, a importância de ações e investimentos na indústria da reciclagem.

O Pará já se prepara para receber a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro de 2025, evento que deve reunir mais de 40 mil visitantes, cujo maior e mais importante encontro mundial estará com os olhos voltados para a Amazônia.

E quando se fala em Amazônia, especialistas são categóricos ao afirmar que a chave para um futuro sustentável está em conciliar a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento local.

Pensando nisso, a economia circular surge como um conceito econômico que busca minimizar o desperdício e os impactos ambientais, e potencializar a utilização de recursos através de ciclos de uso contínuo, ou seja, permitir que resíduos e produtos tenham mais tempo de uso.

“Lixo” ganha valor e incentiva a economia

O novo modelo surge como uma abordagem inovadora e promissora, que busca promover a sustentabilidade e a eficiência no uso de recursos, onde o “lixo” é substituído por “recursos em ciclo”.

No Pará, esse novo conceito de economia já é colocado em prática através do Instituto Alachaster, que conta com ecopontos – onde podem ser entregues resíduos recicláveis – espalhados por bairros da Região Metropolitana de Belém.

Nesses ecopontos, os resíduos descartados pela comunidade local e por empreendedores e/ou empresas ganham um novo valor de mercado, além de ser um incentivo ao engajamento social. 

Moeda ecológica: o que é e como funciona

Soraya Costa, cofundadora do Instituto Alachaster, lembra que a proposta de valorização dos resíduos através dos ecopontos vêm desde a fundação, em 2016. Moradores do bairro da Marambaia, em Belém, foram os primeiros a serem incentivados com a ação. 

“As pessoas entregavam seus resíduos no nosso espaço e recebiam bônus em troca dessa boa prática, era realmente uma premiação, uma bonificação que a gente oferecia”, relembra ela.

Com o passar do tempo, o Instituto Alachaster ampliou as possibilidades de troca, mostrando o valor dos resíduos para a comunidade. “Conseguimos uma parceria com uma plataforma que permitia transformar esses bônus em créditos ecológicos. Experimentamos essa troca com a moeda verde em 2019 e muitas pessoas participaram efetivamente. As pessoas se mostraram muito interessadas e estavam dispostas a contribuir. Foi aí que surgiu a estrutura física, para que tivéssemos um ponto de referência que não fosse mais itinerante, mas que fosse fixo e que as pessoas soubessem onde poderiam descartar corretamente os seus resíduos”, destaca Soraya,

Atualmente, quatro estruturas de contêineres são administradas pelo Instituto Alachaster, uma parceria com o Governo do Pará, através da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado do Pará (Semas), que trabalha a educação ambiental por meio da valorização dos resíduos.

O instituto também conta com uma parceria com Circular Campina, um coletivo que trabalha arte, cultura e valorização do centro histórico de Belém, com comércios parceiros da moeda ecológica, onde os usuários vão até um ecoponto, descartam seus resíduos e podem trocar por créditos acumulados que podem ser substituídos por produtos e descontos nos comércios credenciados.

Entenda como funciona:

“Com essa ação a gente mostra que sustentabilidade, meio ambiente, valorização de resíduos, arte e cultura, educação ambiental estão conectados, isso é uma grande ação de cidadania. A gente consegue mostrar que tem como envolver todos os nichos, todos os mercados, todas as camadas da sociedade nessa grande construção de sustentabilidade”, enfatiza a cofundadora do Instituto Alachaster.

Soraya Costa reforça que o objetivo da ação é mostrar para as pessoas que os resíduos descartados diariamente têm um valor de mercado “através de boas práticas, fazendo com que a pessoa crie esse hábito sustentável”. 

Mirando o futuro, a cofundadora do Instituto Alachaster acredita que a economia circular irá crescer na mesma proporção em que a sociedade e empreendedores se conscientizem e apostem em modelos de negócios inovadores e sustentáveis.

“Quando a gente fala de sustentabilidade, a gente sempre fala do tripé: meio ambiente, sociedade e economia. Esse papel do multiplicador, da pessoa mostrar que está fazendo, mostrar os resultados, é muito importante porque na maioria das vezes o meio ambiente é deixado de lado. Mas quando as pessoas veem que outras estão fazendo, que está trazendo benefícios, tendo retorno positivo na área ambiental, econômica e social, elas também têm interesse em fazer. Aí também entra o trabalho do instituto, no sentido de orientar como podem se engajar na sustentabilidade”, conclui.

Quais materiais o Instituto Alachaster recebe?

Todos os materiais devem estar limpos e separados.

PAPEL:

PapelãoPapel brancoImpressosCadernosLivrosRevistas

METAL:

Lata de bebidaLata de alimentosDesodorantes sprayPanelasCadeadosInox em geral

PLÁSTICO:

Embalagens de limpezaEmbalagens de higienePotesGarrafas plásticasGarrafas pet

VIDRO:

GarrafasPotesFrascosFolhas de vidroCoposTravessas

ÓLEO:

Óleo de cozinha usado

OUTROS:

EletrônicosSombrinhaBannerRoupasTecidosJeans

E você, está preparado para fazer a sua parte? A sustentabilidade está presente em uma série de ações e atividades do dia a dia, onde a preocupação social e a participação de cada indivíduo é fundamental para o futuro do planeta e das próximas gerações. 

Reportagem: Andressa Ferreira

Edição: Kleberson Santos

Fotografia: Emerson Coe


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