COP 30: ONG global prepara workshop para jornalistas em Belém

Em um momento no qual a Amazônia volta a ocupar o centro das atenções mundiais, especialmente com a aproximação da COP 30, que em 2025 será realizada em Belém, iniciativas de conscientização ganham cada vez mais espaço. Uma dessas propostas vem da Proteção Animal Mundial, organização não-governamental internacional que pretende dialogar diretamente com os jornalistas paraenses sobre a interseção entre bem-estar animal e a crise climática.

Renata Busch, representante da ONG, esteve nesta sexta-feira (25) na redação do Diário do Pará, onde se reuniu com o diretor de redação Clayton Matos. Durante a visita, ela explicou o objetivo da sua passagem pela capital paraense: “A gente pretende trazer aqui pra Belém um workshop para jornalistas em agosto por conta da COP 30.”

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Segundo Renata, apesar de o foco da ONG estar na causa animal, existe uma conexão muitas vezes subestimada entre esse tema e as mudanças climáticas.

“Muita gente não consegue perceber que há uma ligação entre bem-estar animal e questões climáticas”, destacou. Ela mencionou que a vida silvestre e os animais criados em fazendas – como porcos, bois e galinhas – estão diretamente envolvidos nas dinâmicas ambientais.

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O workshop proposto pretende abordar o tema dos sistemas alimentares, que, conforme explicou Renata, voltou à pauta das Conferências do Clima a partir da edição realizada em Dubai. “Esse tema voltou a ser abordado no Azerbaijão e também deve voltar aqui”, disse ela, apontando a importância crescente dessa discussão nas cúpulas internacionais sobre clima.

VILÃO DA CRISE CLIMÁTICA

Renata Busch destacou que os sistemas alimentares são um dos grandes vilões da crise ambiental.

“A gente pode dizer que a produção de alimentos hoje, a forma que a gente produz alimentos, é um dos maiores vilões do clima”, afirmou ela completando que “74% das emissões de gases de efeito estufa no Brasil vêm desse modelo de produção de sistemas alimentares.”

Sobre a expectativa em torno da realização da COP 30 na capital paraense, a representante se mostrou entusiasmada. “É superimportante a gente ter uma COP sendo sediada em Belém, ser a Amazônia, o coração da Amazônia, enfim”, disse, enfatizando que o bioma amazônico traz uma relevância especial às discussões que deverão ocorrer.

APROXIMAÇÃO ESTRATÉGICA

A visita de Renata Busch à cidade tem também um caráter estratégico de aproximação com a imprensa local. “O motivo que eu quis vir aqui… minha base é Rio de Janeiro, tá? Então, não faria sentido eu ter esse tipo de tratativa tão à distância”, explicou. Ao optar por encontros presenciais, ela busca construir pontes mais sólidas com os profissionais de comunicação da região: “Não ser uma comunicação fria à distância.”

A recepção dos profissionais locais, segundo ela, tem sido positiva. “Estou sendo muito bem recebida”, afirmou, acrescentando que a proposta do workshop só seguirá adiante se fizer sentido para os jornalistas locais. “Não adianta a gente achar que um workshop pode ser interessante, mas, sim, ver se faria sentido essa ideia.”

SOBRE A PROTEÇÃO ANIMAL MUNDIAL:

• Nome internacional: World Animal Protection
• Fundação: 1950
• Tipo: ONG internacional sem fins lucrativos
• Sede: Londres, com escritórios em diversos países, incluindo o Brasil
• Missão: acabar com o sofrimento animal causado pela exploração humana e promover um mundo onde os animais vivam livres da crueldade
• Número de apoiadores: mais de 7 milhões ao redor do mundo
• Áreas de atuação:
• Animais de produção – Bem-estar de animais criados para consumo, como porcos, bois e galinhas
• Animais silvestres – Proteção contra exploração no turismo e no tráfico ilegal
• Animais em comunidades – Promoção do convívio responsável entre humanos e animais domésticos
• Animais em emergências – Resgate e cuidados durante desastres naturais e crises humanitárias
• Campanhas e ações:
• Combate ao uso excessivo de antibióticos na pecuária industrial
• Denúncia do desmatamento ligado à produção de alimentos
• Críticas à exploração de animais no turismo
• Promoção do turismo responsável, com escolhas éticas que respeitem os animais e o meio ambiente.