COP 30 deve ter ações para a preservação dos oceanos

Written by on 17 de julho de 2024

O Governo do Pará e integrantes da família Schurmann estiveram reunidos nesta terça-feira, 16, para discutir a participação da iniciativa que leva ao mundo a mensagem de preservação das águas, por meio da expedição “Voz dos Oceanos”, instituição sem fins lucrativos, durante a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), em novembro de 2025, em Belém.

O objetivo é inserir na COP 30 programações como uma exposição imersiva e interativa sobre a preservação dos oceanos, além de programações em outros espaços durante e após a Conferência, para promover uma conexão maior das pessoas com os rios e com a zona costeira. Além disso, o objetivo é que uma expedição saindo da África do Sul e outra partindo do sul do Brasil se encontrem no oceano e cheguem a Belém durante o evento do clima, com um estudo inédito sobre a presença de microplásticos em organismos marinhos, como ostras e mexilhões.

Vilfredo Schurmann, capitão das expedições, disse que a reunião com o Governo do Pará definiu o destino das duas expedições e que está feliz com a parceria envolvendo a COP e com a possibilidade de amplificar o alcance da mensagem que a família já traz para as florestas.

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“A nossa chegada seria em Santa Catarina, mas depois dessa reunião, realmente definimos que a embarcação que vem da África do Sul e o outro barco que está percorrendo a costa brasileira se encontrarão no oceano e chegarão na COP 30, aqui em Belém. Podemos adiantar que estamos discutindo uma experiência imersiva e interativa, onde as pessoas vão entrar não só no rio, mas vão entrar no mar também. Outra coisa que discutimos foi a possibilidade de termos um local para dois veleiros, que seja inclusive um futuro terminal náutico. Então eu acho que isso tem tudo a ver com o Pará, e com Belém, porque muitos barcos que vão para o Caribe, Trinidad e Tobago, poderiam também vir para cá, que é muito mais perto.

“Então temos algumas ideias, tivemos uma reunião bem extensa e há condições de fazer uma coisa muito legal. Estou feliz com essa parceria, porque a gente vem navegando com os nossos barcos e uma mensagem para o futuro, para os jovens da necessidade de preservar esse grande, vamos dizer assim, esse grande globo azul e também das florestas. Então temos os oceanos e a floresta se unindo, entendo que para um futuro mais sustentável”, disse Vilfredo Schurmann.

CONEXÃO

Raul Protázio Romão, secretário adjunto da Semas, destacou a importância dos Schurmann na COP 30 para estimular a conexão de quem vive na Amazônia com as águas. “O que discutimos foram formas de trazer um pouco dessa experiência e um pouco dessa mensagem de proteção dos oceanos para a COP, promovendo o engajamento da sociedade, seja com exposições, seja com construção de legado por meio de ativos para Belém, como um terminal náutico, assim como a ativação de espaços em que a população de Belém e principalmente a juventude se conecte com o rio”, disse o secretário. “Então a gente começou a desenhar essa parceria que vai ter várias frentes e agora, o próximo passo é fazer os estudos de viabilidade do que será implementado até a COP, e mesmo depois da COP, para que isso seja mais um dos importantes legados que o governo deixará a partir dessa conferência do clima”.

Brenda Maradei, assessora da vice-governadoria e membro do Comitê Estadual da COP 30, destacou que o diálogo foi o pontapé inicial de uma parceria importante para a Conferência do Clima. “Iniciamos hoje o diálogo com diversas ideias que a partir de agora a gente possa começar a colocar no papel para viabilizar a concretização disso em diferentes lugares da nossa cidade em diferentes espaços, com foco em educação ambiental, com foco em legado para a cidade de Belém com foco em dar visibilidade para a importância dos rios da Amazônia. Hoje tivemos o pontapé inicial dessa construção com essa conversa super produtiva sobre inúmeros projetos e parcerias que nós vamos ter daqui até a Conferência”, disse.

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PARA ENTENDER

A família schurmann

 Os integrantes da família Schurmann são os primeiros brasileiros a contornar o mundo de veleiro. Desde os anos 1990, os Schurmanns já cruzaram os 3 oceanos e 7 continentes do planeta em suas aventuras pelos mares que começaram em 1984, quando deixaram a segurança da vida em terra firme em busca de um sonho vivido em família. A família também é responsável pela criação da iniciativa ‘Voz dos Oceanos’, instituição sem fins lucrativos e por meio da qual realiza suas expedições ao redor do mundo, estimulando a conscientização sobre a poluição plástica nos oceanos e o engajamento social em busca de soluções.

Com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), nas expedições, a família registra tudo o que avista pelos oceanos e costas litorâneas, incluindo algumas partes mais remotas do planeta, e as exibe em documentários na internet e na televisão. No Brasil, os documentários já foram exibidos pelo programa Fantástico, da TV Globo.

Fapespa apresenta estudo inédito sobre ilhas de Belém

A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) lança seu novo produto: o Boletim da Sustentabilidade das Ilhas de Belém. Os boletins apresentam, em cada edição, as principais características socioespaciais das ilhas ao redor da capital paraense, utilizando zoneamento geoambiental.

A primeira edição destaca a Ilha de Cotijuba, por se tratar de uma área de importância turística para a capital. Este estudo ajuda a criar políticas públicas para a região das ilhas, que não tem muitas informações precisas e muitas vezes não refletem a realidade local.

Ainda que Cotijuba enfrente deficiências em infraestrutura básica, o seu potencial turístico é inegável. Dessa forma, o estudo contribui para uma administração eficiente, já que ao contar com informações qualitativas e quantitativas, os responsáveis por tomar decisões mantêm seu planejamento atualizado, o que resulta em melhores resultados, conforme explicado pela diretora de Pesquisas e Estudos Ambientais (DIPEA), Luziane Cravo Silva.

Quando se trata de gestão de territórios, esse planejamento torna-se ainda mais detalhado, devido às pressões sociais e econômicas associadas. Nesse contexto, análises técnicas são fundamentais para que os gestores identifiquem desafios e oportunidades em seus planos de gestão, visando oferecer serviços de qualidade à população, por esta razão, projetos como esse são essenciais.

O Boletim da Sustentabilidade da Ilha de Cotijuba é um produto do projeto Atlas da Sustentabilidade, projeto da Coordenação de Estudos Territoriais (CET) da Diretoria de Pesquisas e Estudos Ambientais (DIPEA) da Fapespa, formado por uma equipe multidisciplinar, que analisa e apresenta dados e informações sobre sustentabilidade do estado do Pará, para subsidiar ações de gestores e fornecer informações a cientistas e comunidade em geral. Sua produção compõe relatórios sobre a sustentabilidade, boletins, notas técnicas, sendo fonte de produção e divulgação de conhecimento científico na Região Amazônica, sobretudo na Amazônia Paraense.

“Dessa forma, a Diretoria de Pesquisas e Estudos Ambientais da Fapespa, por meio de projetos inovadores como o Boletim da Sustentabilidade das Ilhas de Belém, reafirma seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e a conservação ambiental, fornecendo dados essenciais para a formulação de políticas públicas que beneficiem toda a sociedade paraense”, avalia Luziane Cravo Silva.

Segundo a pesquisa intitulada “Análises das paisagens da ilha de Cotijuba: através do mapeamento das unidades geoambientais, Belém” (DA SILVA, 2021), a Ilha de Cotijuba possui uma área de 16,5 km², apresenta um clima equatorial super unido, com temperaturas máximas médias de 31,8°C e mínimas de 22,3°C. O nome Cotijuba, de origem tupi-guarani, significa “trilha dourada”, referindo-se à coloração do solo arenoso da região.

Conforme o Plano Diretor de Belém, Cotijuba integra o Distrito Administrativo de Outeiro (DAOUT) e está subdividida em duas macrozonas: a Macrozona do Ambiente Urbano (MZAU), localizada na zona Oeste e sul, e a Macrozona do Ambiente Natural (MZAN), situada na zona Norte e Leste.

A ocupação da ilha iniciou-se com os indígenas da tribo Tupinambás e ganhou nova configuração socioeconômica em 1874, com a instalação do Engenho Fazendinha, pelo capitão Pereira da Cunha. No século XIX, Cotijuba foi usada como área estratégica militar durante a Revolução Cabana. No século XX, a ilha foi comprada pelo desembargador Raimundo Nogueira de Farias, que estabeleceu um educandário para pequenos infratores, impulsionando seu desenvolvimento social e econômico com o apoio do governador Magalhães Barata.

Hoje, Cotijuba conta com nove praias e é acessível por via fluvial. A construção do Trapiche de Outeiro pela prefeitura de Belém, nos anos 2000, melhorou significativamente o embarque e desembarque de visitantes, aumentando a mobilidade e acessibilidade na região.




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