Confira como empreendedores estão transformando rolês em negócio

Written by on 8 de junho de 2025

Um simples rolê por algum lugar pouco explorado da cidade pode ser o ponto de partida para uma forma de empreendedorismo que tem alcançado números cada vez mais expressivos no Brasil, a creator economy – ou economia dos criadores de conteúdo. De acordo com um estudo realizado pela plataforma Influency.me, o número de influenciadores digitais no país passou de 2 milhões neste ano, um salto de 67% entre 2024 e 2025.

Tendo como produto o próprio conteúdo criado para alimentar diferentes redes sociais de acesso gratuito, a creator economy encara os influenciadores como empreendedores, o que demanda uma atuação que vai além da criatividade para a produção de textos, imagens e vídeos. Envolve, também, conhecimentos sobre gestão, estratégia, planejamento e constância.

Em muitos casos, o ponto de virada chega quando a pessoa por trás da criação de conteúdo se pergunta: e se eu encarasse essa atividade como o meu trabalho? O que decorre depois desse questionamento é a profissionalização desse trabalho, que passa a ser encarada realmente como um negócio, um meio de empreender. É quando o número de seguidores começa a crescer, o engajamento ganha outra proporção e o retorno financeiro se torna palpável.

Para a paraense Katte (@generalmorango), 31 anos, o momento de ‘virada de chave’ chegou em meados de janeiro de 2024. Mas bem antes disso ela já criava conteúdos para as redes sociais. Psicóloga e mestre em teoria e pesquisa do comportamento, ela começou a criar conteúdos relacionados à sua profissão, ao mesmo tempo em que postava, em seu perfil pessoal, algumas dicas de lugares que gostava de visitar. Nesse processo, ela acabou se encantando pela criação de conteúdo. “Eu gostei muito desse mundo de criação de conteúdo, de postar, ver como o algoritmo do Instagram funciona. E eu sempre gostei muito de conhecer novos lugares também, de fazer rolês, de descobrir coisas diferentes, lugares que ainda não eram muito conhecidos”, recorda. “Então, todo rolê diferentão eu estava e as pessoas começaram a me pedir dicas. Aí eu pensei: ‘Quer saber? Eu vou fazer um rolê e vou gravar’”.

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Na época, Katte lembra que já tinha começado a acompanhar alguns vídeos no estilo review, formato em que o influenciador faz uma avaliação e fala sobre a sua experiência com o uso de algum produto, serviço ou de um lugar visitado. E foi esse o caminho encontrado por ela. “Eu fui para um restaurante na Ilha do Maracujá com a minha família e gravei tudo, editei o vídeo. Depois eu fui para um outro rolê no Trapiche do Lulu, um rolê que você entra pelo Utinga, vai de bike por uma trilha, depois chega lá, toma banho de rio, come peixe com açaí. Já era um rolê conhecido, mas não por tanta gente como é agora”, lembra. “E acabou que eu criei um TikTok para postar esses vídeos e em menos de uma semana eu já tinha 10 mil seguidores. Os vídeos viralizaram muito e eu gostei de fazer isso. Eu comecei a fazer mais vezes e começaram a me convidar para conhecer os estabelecimentos”.

Foi quando os convites para conhecer outros locais, recebendo por isso, começaram a chegar, que Katte percebeu que estava diante de uma oportunidade real de ter um negócio próprio, onde o seu principal produto seria o conteúdo produzido para a internet. “Uma marca de cosméticos naturais que usam bioativos da Amazônia chegou em mim porque a dona dessa marca viu o meu vídeo no Trapiche do Lulu e ela me procurou porque queria um vídeo desse para a fábrica dela que fica em Icoaraci. E ela perguntou quanto eu cobrava. E eu: ‘Meu Deus, querem me pagar para ir lá fazer o vídeo, para editar, pra postar na internet’. E aí foi a minha primeira publicidade”.

Se até aquele momento, os conteúdos criados por Katte não tinham tanta constância, quando ela decidiu investir na atividade como uma forma de empreender, isso mudou. A partir de janeiro de 2024, ela passou a ser mais presente nas redes e a ter um planejamento para a publicação de seus vídeos, seguindo sempre o nicho voltado para as dicas de lugares e experiências a conhecer. “Eu comecei a me dedicar de fato no início de 2024 e os resultados começaram a vir. As pessoas começaram a me ver, eu comecei a ter mais seguidores”, lembra. “Hoje em dia é algo que eu dedico muito mais tempo do que ser psicóloga, por exemplo”.

Entre os conteúdos que Katte sabe que vão ter uma boa receptividade pelo seu público, que atualmente soma 90,4 mil seguidores no Instagram, ela destaca os que destacam particularidades de Belém e do Estado do Pará. “Eu ia atrás de coisas que eu sabia que iam chamar a atenção do público. Eu comecei a viralizar, por exemplo, falando do picolé de tacacá, sorvete de açaí com camarão, coisas diferentes e regionais, porque o público daqui gosta bastante das coisas que são regionais e eu sou apaixonada por tudo aqui também. Eu moro em Belém desde 2010, eu sou de Parauapebas, no Sudeste do Pará”, conta. “Então, eu fui aprendendo a me posicionar aos poucos. A me posicionar com os seguidores, a me posicionar com os empresários, com os clientes e aí as coisas melhoraram bastante, inclusive depois que eu comecei a ter contato com outros influenciadores”.


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