Comida regional será ponto forte na COP30; comerciantes já se preparam
Written by Redação on 4 de junho de 2025
O ano de 2025 tem movimentado a economia em diversos setores, e a gastronomia popular informal também se organiza para a chegada de visitantes em Belém. “A tendência é aumentar agora, porque a gente já está numa contagem regressiva para a COP30. Nós, mulheres que estamos nesse ofício de tacacazeiras e trabalhamos no nosso dia a dia, esperamos que, com esse acontecimento, aumente mais o nosso reconhecimento”, opina Ivanete Pantoja, 50, presidente da Associação dos Vendedores de Tacacá e Comidas Típicas do Pará.
Ela mantém um ponto de venda de comidas típicas — herdado dos pais e com 50 anos de existência — na avenida Nazaré, próximo da Basílica Santuário. “Através das nossas iguarias, esperamos que as pessoas que venham visitar Belém do Pará possam conhecer nossa cultura, e que a gente possa crescer e estar pronta como boas empreendedoras que somos. Essa é uma renda familiar. Lógico que o movimento ainda não está excessivo. Temos nosso fluxo do dia a dia, que é popular, mas a tendência é crescer, sim”.
Segundo Ivanete, a maioria das tacacazeiras está se preparando com cursos para potencializar as vendas e aumentar os lucros. “A gente vem buscando oficinas, estamos procurando o Sebrae, que está oferecendo capacitações. Com essas oficinas, estamos aprendendo a calcular o valor real de uma cuia de tacacá, algo que muitas vezes não sabíamos, e também como comprar a melhor matéria-prima, para fazermos um bom trabalho, obter uma boa renda e garantir que as pessoas degustem nosso tacacá com qualidade”, completa. Ela também afirma esperar oportunidades e melhorias permanentes para a categoria, com apoio do poder público.
Patrícia Teles, 28 anos, vendedora de guaraná da Amazônia no Complexo Ver-o-Rio, no bairro do Umarizal, afirma que sua principal preparação é tentar transferir sua barraquinha para a região do Parque da Cidade, no Marco. “Parque da Cidade. Na época do evento, a gente vai tentar ir para lá. Vamos tentar, pela Secon, abrir um negócio na região. Até porque a gente sabe que aqui no Ver-o-Rio vai dar uma quebrada quando inaugurarem a Doca e o Parque. Aqui vai enfraquecer”.
Atendimento
O vendedor Nilson Cardoso, 68, mantém um ponto na Roso Danin, no bairro do Canudos. Além do tacacá, oferece diversas outras iguarias, e o proprietário está otimista quanto ao movimento. “Vai melhorar 80% [o movimento]. Eu sou muito positivo, acredito que as coisas vão melhorar pra todo mundo, não só pra mim. Para todos nós que trabalhamos com culinária, tanto a paraense quanto a comida caseira de restaurante. A expectativa é essa: que melhore pra todo mundo e também pro nosso estado, pra nossa cidade”.
Nilson conta que o Sebrae tem sido um dos principais parceiros na preparação de seus funcionários para o atendimento a turistas estrangeiros. “Estamos nos preparando. Inclusive, os meus meninos estão fazendo curso também, pelo Sebrae, tudo certinho, registrado. Eles ofereceram cursos pra gente, inclusive de línguas. Justamente pra gente saber receber esse povo todo que vem de fora”.
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Para o comerciante, é fundamental saber dialogar com os futuros clientes e apresentar os pratos em outros idiomas. “Não é justo chegar um alemão, um argentino, um italiano, estrangeiros e a gente não saber desenrolar, entender o que eles querem dizer. Nós também podemos oferecer nosso cardápio para eles. Explicar o que é. Falar da origem do tacacá, da maniçoba, entre outros pratos. Porque o pessoal de fora não sabe o que é isso, não conhece uma maniçoba, um tacacá, um arroz paraense. Então temos que estar preparados para apresentar nossa culinária paraense aos estrangeiros”.