Cidade Invisível contou com a consultoria de paraense

Publicado em 27 de março de 2023

Matinta Perera, Boitatá, Curupira, lenda do boto, muitas
são as histórias que cercam o folclore da Amazônia e que são representadas em
diversos trabalhos artísticos no Pará. Esses personagens já foram referenciados em muitas narrativas, e mais
recentemente na série Cidade Invisível, da Netflix.

Já na 2ª temporada, a produção brasileira explora os diversos
personagens do folclore nacional, em uma trama que também aborda problemáticas
históricas na Amazônia, como o desmatamento e apropriação ilegal de terras indígenas.
Muitas cenas, inclusive, foram gravadas no Pará, dando ainda mais imersão e
identidade para a narrativa da série.

E para não fazer feio nas representações da ambientação e
cultura paraense e da Amazônia, os diretores da produção tiveram a ajuda da escritora e artista
plástica Monique Malcher, que trabalhou como consultora de roteiro na série. Em
entrevista para o DOL, ela conta como foi essa experiência.

“O convite veio por conta de algumas roteiristas da série
acompanharem meu trabalho literário, terem lido Flor de Gume e gostado
bastante. Fiquei feliz e empolgada com a possibilidade de colaborar com a série
porque muito me interessa novas experiências artísticas que também envolvam a
palavra, e claro, temas que envolvam o Norte”.

Monique detalhou como foi o trabalho em Cidade
Invisível e destacou a influência nos diálogos de personagens do Pará.

“Atuei principalmente revendo diálogos dos personagens
paraenses para que soassem dinâmicos e tivessem mais verossimilhança, fugindo
do clichê. Foi muito bom saber que essa consultoria foi feita por outros
artistas do Norte que admiro. Também apresentei algumas músicas paraenses,
troquei ideias sobre a vida plural no Norte. Foi muito bom estabelecer esse
diálogo com uma equipe aberta e em busca disso”, explica Monique.

 

Cidade Invisível é considerada uma das produções brasileiras
de maior sucesso na Netflix, já tendo sido indicada a diversos prêmios, como o
ABC de Cinematografia, prêmio APCA de Televisão Séries, Cena Awards, entre
outros. Em 2021, a série entrou para a lista de mais vistas em mais de 40
países, além de no Brasil, ficar várias semanas no top 10 de mais assistidas.

Pode haver muitas explicações para tanto sucesso assim, mas
sem dúvida uma delas é a fidelidade e o respeito no tratamento da cultura representada. Para Monique Malcher, uma das qualidades da produção é a expressão de
nossas verdades.

“Não usaria a palavra mito, diria
que são nossas verdades. E nossas verdades são muito complexas, é um grande
desafio alcançar um lugar respeitoso e não caricato quando vão se abordar temas
amazônidas”, declara a artista.

A segunda temporada da série
estreou há poucos dias na Netflix e já está fazendo grande sucesso entre os fãs”.
Monique garante que ficou feliz em participar do projeto e ver a aplicação de mudanças
no texto final das narrativas.

“A segunda temporada teve um cuidado
não só com a narrativa, mas com a contratação de pessoas do Norte em várias
frentes da série, isso foi incrível. Me diverti bastante lendo os episódios,
vendo eles mudarem e finalmente apreciando o resultado final. Um trabalho
gigante de uma equipe muito engajada, fiquei feliz de fazer parte disso”.

A segunda temporada de Cidade
Invisível deixou um possível gancho para novos episódios, mas a Netflix ainda
não anunciou uma possível 3ª temporada. Enquanto ela não chega, os fãs podem continuar curtindo os 12 episódios disponíveis no serviço de streaming.


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