Chuvas mudam cuidados com animais e plantas no Goeldi

Written by on 31 de janeiro de 2025

Em razão das fortes chuvas características do inverno amazônico, o Parque Zoobotânico do Museu Emílio Goeldi, localizado no coração de Belém, demanda uma atenção diferenciada em sua conservação, tanto nos recintos dos animais quanto nas áreas ao ar livre. O parque abriga aproximadamente 1.790 animais, distribuídos entre os viveiros e nas áreas livres, além de possuir mais de 3 mil espécies de plantas. Para todos esses seres, há cuidados específicos que variam conforme as diferentes estações do ano.

Em um esforço para garantir a segurança de todos, a administração optou por interditar as visitas ao local durante os períodos de chuvas intensas. Essa decisão visa evitar eventuais acidentes, como a queda de galhos, que podem ocorrer devido à grande quantidade de árvores presentes na área. Ademais, os alagamentos que costumam aparecer durante essas chuvas podem atrapalhar a visitação.

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Assim como os humanos, os animais também são afetados pelas mudanças climáticas. Este impacto é especialmente significativo para os primatas, que, por serem suscetíveis a doenças respiratórias, necessitam de suplementação de vitamina C, além de uma dieta equilibrada. Conforme a bióloga, Tatiana Figueiredo, os cuidados para manter os animais aquecidos incluem oferecer abrigo adequado e até pequenos cobertores.

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Além de primatas, aves, preguiças, tatus e tamanduás também enfrentam dificuldades respiratórias. A bióloga ressalta a importância de monitorar as condições dos viveiros durante as temporadas de chuva, pois é fundamental verificar a necessidade de reparos em estruturas que possam ter se deteriorado com as chuvas. “É fundamental verificar se todos os abrigos oferecem proteção durante chuvas intensas. Em algumas situações, pode ser necessário transferir um animal para uma área mais resguardada. Para aqueles que estão em estado mais debilitado ou são mais velhos, sempre dedicamos uma atenção especial”, explica a bióloga.

Em algumas situações, pode ser necessário transferir um animal para uma área mais resguardada. Para aqueles que estão em estado mais debilitado ou são mais velhos, sempre dedicamos uma atenção especial”, disse Tatiana Figueiredo.

ESTRESSE

Adicionalmente, ela menciona que todos os animais e filhotes recém-chegados ao Parque Zoobotânico são mais suscetíveis às variações climáticas. Isso se deve ao estresse adaptativo que eles estão submetidos. “Mudanças mínimas na temperatura podem impactar as aves, especialmente se elas se molharem. Estamos sempre atentos à fonte de calor, avaliando sua necessidade. O manejo da temperatura dos répteis é o mais desafiador, uma vez que eles não conseguem regular sua temperatura corporal. Eles dependem de fontes externas de energia”, diz.

Revitalização da área verde ocorre no período das chuvas

Os cuidados com a vegetação também mudam em função das variações climáticas. De acordo com Hedayson Rogério, técnico na área de flora, as árvores nos espaços verdes são igualmente afetadas por alterações climáticas e requerem atenção específica. É fundamental avaliar a condição de cada árvore durante a estação seca, para que sejam realizadas as podas essenciais. “Muitas pessoas acreditam que as intervenções ocorrem mais no período de chuvas. No entanto, nossa estratégia de prevenção tem início em dezembro”, esclarece.

Normalmente, o cultivo de espécies que revitalizam a área verde ocorre durante a época de chuvas. Essa prática é recomendada, pois as plantas mais delicadas, como as mudas, podem não suportar as condições de clima seco.

“No Museu Goeldi, quanto mais umidade, melhor”, explica o especialista da equipe de flora. “Dentro do nosso trabalho aqui, nós temos esse manejo da flora. Então nós monitoramos essas árvores mais antigas, nós passamos o tomógrafo, que é utilizado para a gente verificar como estava ali naquela interseção ali por dentro. Temos avaliações visuais, mas também complementamos essa questão do manejo. E da utilização do tomógrafo, temos drones que nos auxiliam nessa questão de galhos secos lá em cima, ângulos de inclinação, nas podas também, podas de equilíbrio. Normalmente no período de inverno a gente utiliza também para fazer esse tipo de limpeza”, finaliza.


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