Cesta básica tá cara! Veja como economizar nas compras
Written by on 9 de novembro de 2022
A cada ida ao mercado, o consumidor sente no bolso a elevação dos preços dos alimentos. Uma pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) apontou que a cesta básica comercializada no primeiro semestre deste ano na região Norte foi a segunda mais cara do país, com o preço médio de R$ 833,64. É importante compreender que diversos fatores do cenário econômico influenciam na formação do preço final dos produtos.
Ainda de acordo com a Abras, os produtos com maior variação durante os seis primeiros meses de 2022 foram a batata (55,81%), a cebola (48,13%), o leite (41,77%) e o feijão (40,97%). Em junho, os itens que apresentaram maior elevação foram o leite (10,72%), feijão (9,74%) e a farinha de trigo (3%), em comparação com os preços praticados em maio.
”Um dos fatores foi o preço do combustível. Infelizmente, aqui, a maioria dos produtos nós importamos e é via rodoviária. Além disso, a guerra na Ucrânia afetou diretamente os produtos derivados do trigo. Não é só o pão. São várias coisas feitas com trigo. O leite também teve um aumento muito grande, principalmente pela falta de chuvas em algumas regiões produtoras de leite. E em função do gado confinado, que precisa de ração. Essa ração é derivada de produtos que tiveram aumento. Tudo isso gerou os aumentos dos produtos nesse primeiro semestre”, declarou Jorge Portugal, presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas).
Com o intuito de dar alternativas para que o consumidor pudesse economizar na hora das compras, os supermercadistas adotaram estratégias durante o primeiro semestre para manter as vendas. Segundo Jorge Portugal, dentre elas estavam a disponibilização de produtos similares, de preço inferior aos produtos de marca. Além de apostarem em promoções para atrair a clientela.
MUDANÇA
Os constantes aumentos nos preços dos produtos fizeram com que a dona de casa Márcia Reis, 46 anos, que reside no bairro da Cremação, em Belém, passasse a substituir produtos de marca por outros similares com preços menores. A ideia é testar e manter na lista, caso seja de boa qualidade.
Donos do Nazaré vão vender bens para pagar funcionários
“Tem que equilibrar os valores. Na minha casa, antigamente, eu comprava as marcas mais conhecidas. Agora compro as mais inferiores por causa do preço. Inclusive, troquei a marca (de água sanitária) por essa outra e vou experimentar, porque o valor é menor e se for boa vou comprar só ela. Venho com R$ 20,00 e faço o possível para levar de 3 a 4 itens que estejam faltando. Ando com lista quando venho fazer compras maiores, porque tem que ir somando para ver se o dinheiro vai dar. Em casa moram eu, meu esposo, um filho e um neto. A gente gasta muito mais que R$ 500 por mês com alimentação”, afirmou.
SERVIÇO
DICAS PARA ECONOMIZAR NAS COMPRAS
– Para não haver desperdícios é importante elaborar a lista de compras identificando em casa o que precisa comprar. Muitas vezes a pessoa vai sem a lista, não se lembra e acaba comprando a mais e muitos produtos são perecíveis, tem validade.
– Faça pesquisa de preços pela internet, aplicativos, converse com os amigos, donas de casa para saber em quais locais os produtos estão mais em conta.
– Aproveite os dias em que os supermercados fazem promoções de determinados produtos, como o dia da carne, da feira, das frutas e etc.
– Opte por comprar frutas da época. Muitas vezes, as frutas fora da safra ficam mais caras.
– Vá à feira na hora da chepa. O consumidor pode aproveitar esse horário em que os preços começam a cair para fazer compras.
– Não vá ao mercado sentindo fome, porque você acaba psicologicamente enchendo o carrinho com mais comida.
– Faça as compras com calma. Pesquise as opções e os preços para escolher os produtos que caibam no seu bolso.
– As famílias às vezes se unem para comprar determinados produtos em quantidade maior, em mercados atacadistas, e depois dividem o custo e os itens entre si. Pode ser uma boa saída para economizar.
FONTE: Economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia PA/AM, Nélio Bordalo