Bole-Bole comemora 40 anos de fundação

Nesta sexta-feira, 2, a Associação Carnavalesca Bole-Bole festeja seus 40 anos de fundação, com uma programação cultural extensa e variada. A celebração vai contar com show dos cantores Arthur Espíndola, Brenda Moraes, Paulinho Torres, Luizinho Moura e a Bateria Audaciosa, apresentação dos quesitos da agremiação e o desfile das fantasias de enredo para o Carnaval 2024. A programação inicia às 20h, na quadra da escola de samba, no coração do Guamá.

“É algo incrível e indescritível, a força do Bole-Bole é a comunidade dele. Nós falamos que vamos abrir a quadra para uma coisa mínima, a comunidade transforma no máximo. Eles se doam, cantam, aprendem o samba, fazem questão de viver o dia a dia da escola para além da noite de desfile. Eu afirmo que a mágica dos 40 anos gloriosos do Bole-Bole está na comunidade que o ama”, declara Bruno Costa, intérprete da escola de samba.

Atual campeã do Carnaval de Belém, a Bole-Bole se prepara para desfilar este ano com o enredo “Juriê, a fantástica energia da floresta”, que tem como personagem central a entidade criança, Juriê, que vem para acordar as lendas da Amazônia, em defesa e celebração da floresta. “Pelas águas, céus e matas de Moju, cenário do enredo, ele acorda a matinta, curupira, mapinguari, peixes e animais para exaltar a memória ancestral e usá-la como referência para proteger o hoje. Juriê é uma energia de amor, alegria e comunidade, assim como o Bole-Bole”, já havia comentado Bruno, ao DIÁRIO.

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A escola será a terceira a desfilar no sábado, 2 de março, na Aldeia Cabana, durante o carnaval de Belém. A expectativa é grande para levar o bicampeonato para o bairro do Guamá e celebrar uma trajetória que já foi tecida por grandes enredos que retratam a cultura paraense. Dentre seus títulos, a agremiação é campeã do emblemático carnaval dos 400 anos de Belém. Na época, o Bole-Bole contou que a festa de Belém era preparada numa “grande cozinha”, que era o Guamá. Artistas paraenses como Nilson Chaves, Lucinnha Bastos e Mahrco Monteiro também já foram temas de desfiles da agremiação, assim como Ronaldo Silva, tema do último título.

O presidente e cofundador da escola, Herivelto Martins e Silva, o Vetinho, conta que já nasceu com uma veia artística, inclinada para a música, em uma família grande e muito festeira, que o introduziu no mundo do carnaval ainda adolescente, assim colaborando para o nascimento do Bole-Bole e toda essa longa história com o carnaval. Ele tinha só 21 anos quando estava fundada a Escola de Samba Arco-Íris e havia composto o samba “Um grande coração chamado Brasil”, mais conhecido como “Pinta Sete”. Por discordar da condução que o Arco-Íris estava tomando, resolveu se afastar e fundar o próprio bloco.

“No ano de 1984, reuni meus amigos e familiares e fundamos a Associação Carnavalesca Bole-Bole, que desfilou pela primeira vez nesse mesmo ano como bloco, com o samba ‘A Ilha da Fantasia’. Muitas coisas aconteceram, muitos enredos surgiram, me veio inspiração para compor muitos sambas, passamos para a categoria Escola de Samba, vieram vitórias, derrotas, tristezas, alegrias, entre outros fatos e acontecimentos que nos fizeram crescer no Carnaval de Belém e agora, neste ano de 2024, chegamos a 40 anos de uma história construída com o suor de cada guamaense que se dedicou arduamente para a construção do Bole-Bole. Minha relação com a escola é de muito amor e dedicação”, declara-se Vetinho.

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É nesse clima de rememorar e festejar tantas alegrias, lágrimas e suor que Vetinho espera que ocorra uma grande festa esta noite. “Minha expectativa para a festa de aniversário é de que possamos reviver momentos de emoção e alegria, recebendo os guamaenses, os mojuenses [já que tanto seu fundador como a escola têm um pé no município de Moju], autoridades e demais amigos e simpatizantes do Carnaval”.