Bissexualidade: amor e atração por dois gêneros

Publicado em 2 de junho de 2023

“O B de LGBT+
não é de Biscoito!”, essa é uma frase que alguns bissexuais repetem para
mostrar que existem. A bifobia é diária, já que muitos são taxados como “confusos”
e “indecisos”, mas não é bem assim.

Uma pesquisa
inédita do Instituto Brasileiro de Geografia e Estátistica (IBGE), feita em
2019 e divulgada em 2022, mostra que cerca de 2,9 milhões de adultos se
declaram homossexuais e Bissexuais no Brasil. Isso corresponde a quase 5% da
população em relação aos heterossexuais que somavam 94,8% dos brasileiros.

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Os dados também
mostram que a população autodeclarada Bissexual ou homossexual é maior entre os
que tem nível superior e maior renda, pois se mostram independentes
financeiramente e conseguem seguir a vida pessoal sem muita interferência da
família, por exemplo. “Isso sugere que pessoas com maior nível de instrução e
renda têm menos barreiras para declarar sua orientação sexual ou ainda maior
entendimento dos termos usados”, observa Maria Lucia, coordenadora da pesquisa.

Mas o que é a Bissexualidade?

A bissexualidade
é a atração romântica e/ou sexual que homens e mulheres sentem pelo mesmo sexo
e pelo sexo oposto. É considerada uma das três principais classificações da
orientação sexual, junto com a heterossexualidade e a homossexualidade. Sendo
mais conciso, o Bissexual é aquele que não precisa se identificar
exclusivamente como homossexual ou heterossexual.

O publicitário
João Daniel Guedes, de 28 anos, se identifica como um homem cisgênero bissexual
e que sempre soube que gostava de homens: “Desde pequeno, já sabia que gostava
de rapazes também, porém não me identificava completamente como Gay, quando
estava um pouco mais velho, pouco depois dos 18 anos, que fui entender que
realmente me identificava como bissexual”. Conta.

Para Daniel, não
precisa ter pressa em “se assumir” para alguém e que não tem problema em
parecer estar “confuso”. Sobre o que ele diria para alguém que ainda está se
descobrindo ele responde: “não se rotule, nem se coloque dentro de uma caixa,
leve tudo no seu tempo, aos poucos você se encontra, está tudo bem se sentir
“perdido ou confuso”, esteja sempre do lado das pessoas que gostam e apoiam
você”.

Assim como heterossexuais
sabem que são heteros desde o nascimento, os Bissexuais também sabem. Por isso,
a descoberta acontece normalmente nos tempos de escola ou na universidade. Isso
porque é o período que ocorre a maior interação social entre as pessoas,
garantindo que novas descobertas sejam feitas.

Foi o que
aconteceu com a jornalista Fernanda Palheta, que se declara como uma mulher
cisgênero Bissexual. “Se eu parar para pensar, acho que desde criança. Posso
citar quando eu estava na 4ª série do fundamental e gostava de um colega de
classe, assim como tinha o mesmo interesse por uma colega. Hoje a gente chama
de “crush”, então seria isso”, comenta Fernanda que namora com uma mulher.

Um dos sinais de
bifobia é sempre a dúvida por quem os bissexuais estão se relacionando naquele
momento, se estão com alguém do sexo oposto já se presume que seja
heterossexual e quando está com alguém do mesmo sexo que é homossexual, o que
também não é verdade. Por isso, a bissexualidade é conhecida como fluida.

Fernanda conta
que nunca presenciou algum ato muito evidente de discriminação, mas que percebe
alguns olhares diferentes: “experiência ou vivência marcante eu não lembro.
Acompanhada da minha namorada já recebemos alguns olhares, mas hoje a gente
tenta ignorar. Situações vexatórias ou parecidas nunca me ocorreram, nem mesmo
quando acompanhada dela”, explica.

E o que é amor?

Tanto Daniel
quanto Fernanda definem o amor como algo que vai além de gênero, etnia e
parentesco. “Amor é respeito, carinho e aceitação”, fala Daniel.

“, no começo eu
comprava muito a ideia de que amar se resumia a encontrar no outro “a metade
que faltava”. Hoje, considerando o meu relacionamento atual, eu percebo que
amar é somar ao outro até tudo transbordar. E, mesmo que transborde, não tem
problema, só o que tem é paz, o aconchego, se sentir bem ao lado daquela pessoa”,
Conclui Fernanda.

O amor vai muito
além de sentir atração sexual ou romântica. É cuidar e viver de forma livre se
permitindo amar quem quiser, seja alguém do mesmo sexo, do sexo oposto ou os
dois. 


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