Arraial do Pavulagem puxa primeiro arrastão no domingo (16)

Publicado em 15 de junho de 2024

Não há como falar em festejos juninos em Belém sem lembrar imediatamente do Arraial do Pavulagem. Pelo 37º ano, o grupo puxa seu cortejo pelo centro de Belém, saudando as tradições musicais nortistas, os mestres e mestras da cultura. Neste domingo, acontece o primeiro dos quatro cortejos previstos para esta temporada. E não virá fraco. A partir das 10h, a expectativa é que a manifestação cultural agrega em torno de 35 mil pessoas. O número também é recorde no Batalhão da Estrela, o grupo de músicos e brincantes que dá suporte ao cortejo e é formado a partir das oficinas oferecidas no período anterior à quadra junina. Serão mais de 1.100 pessoas, a grande maioria delas de mulheres, entre brincantes de perna de pau, dançarinos e membros da percussão, além de músicos de instrumentos de sopro e outros.

“Esses cortejos populares são agregadores, e nesses 37 anos de troca de saberes, tem algumas conquistas, mas não são individuais de ninguém do Arraial. É a Funtelpa, a Prefeitura, a Equatorial, todo mundo que está em torno desse evento, com a ajuda das leis de incentivo”, diz Ronaldo Silva, um dos músicos fundadores do Arraial do Pavulagem.

O espetáculo começa com a Roda Cantada, às 9h, em frente ao Theatro da Paz. Às 10h, o cortejo sai, desce pela avenida Presidente Vargas e segue pela Rua Municipalidade, chegando depois à Praça Waldemar Henrique, onde a banda Arraial do Pavulagem se apresenta com convidados especiais. Junto com o Arraial, vão marcar presença amigos e parceiros como Luê, Íris da Selva e Allan Carvalho e a mestra Maria, da Vila da Barca. Um percurso que será cumprido em todos os domingos até 7 de julho.

Para Ronaldo Silva, toda essa movimentação popular em torno do arrastão do Arraial do Pavulagem é saudável e positiva, ao trazer de volta o envolvimento com as brincadeiras populares. “Quando os bois começaram a participar dos concursos, de alguma maneira também se afastaram da comunidade que ajudava a construir aquilo”, diz Ronaldo, afirmando que quando mudaram o nome do cortejo e da banda, se assumindo como um grande arraial, buscaram a força desse coletivo. Ele acredita que a energia que move o grupo a continuar vem dessa interação.

“Desde o primeiro dia que a gente começou a fazer essa brincadeira, ainda com o Ruy [Baldez, antigo integrante do Arraial], que a gente não para de descobrir coisas novas sobre a nossa cultura brasileira. Eu nunca me esqueço de ouvir alguém falar que Belém já foi capital cultural do país, na época da borracha, do Theatro da Paz, que recebia a elite. Quando o boi Pavulagem sair, pela primeira vez. lá pra cima do teatro, será uma coisa mágica”, festeja o cantor e compositopr, que junto com Júnior Soares acaba de lançar o EP “Boi da Estrela”, com músicas feitas em torno das emoções dos arrastões juninos.

“Acredito que a palavra tem força. É sobre compartilhar o que a gente tem de melhor. A gente foi ensinar essas músicas e o momento mais bonito, para mim, é esse, quando a gente consegue fazer com que as pessoas descruzem os braços, que cantem, dancem, toquem um instrumento, e tragam de volta esse direito ancestral de compreender melhor a cultura brasileira praticada aqui”, diz Ronaldo.

“Mesmo que as rádios não tocassem a gente, mas o público sim, e acho que a gente se renova por esse compromisso”, completa o músico.

INCLUSÃO

Com o tema “Arraial do Saber”, este ano os arrastões vão manter o espaço “+ Inclusão” da Equatorial Pará, patrocinadora do evento, que oferecerá 20 vagas no local adaptado durante os quatro domingos da festividade, destinadas às pessoas com transtorno do espectro autista e com deficiência (PCD). Para tanto, é preciso se inscrever no link descrito na bio do perfil da Equatorial no Instagram. Cada inscrito tem direito a um acompanhante.


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