AGU vai investigar fake news disseminadas sobre o Marajó

Written by on 25 de fevereiro de 2024

Nos últimos dias, as redes sociais foram tomadas de comentários, notícias e opiniões acerca de casos que envolveriam pedofilia, tráfico humano e outros crimes contra crianças e adolescentes no Arquipélago do Marajó, no Pará. Em meio à repercussão, muitos conteúdos de desinformação passaram a ser compartilhados, o que agravou a situação e provocou reações em cadeia em toda a sociedade.

Para combater a disseminação de fake news, o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, determinou a identificação de possíveis “redes de desinformação” que atuaram na criação e compartilhamento de conteúdo falso sobre a situação de crianças e adolescentes no Marajó.

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Em publicação nas redes sociais, Jorge Messias declarou que houve uma “desordem informacional” sobre a real situação do Marajó. Ele defendeu que a população marajoara deve ser respeitada e receber um tratamento digno de todos os entes públicos.

O ministro da AGU também reforçou que o Governo Federal está empenhado em apurar denúncias sérias de casos na região do Marajó e que há ações no sentido de desarticular redes de tráfico humano e exploração sexual infantil em todo o Brasil.

VEJA A PUBLICAÇÃO:

Determinei à PNDD @AdvocaciaGeral que atue imediatamente na identificação de redes de desinformação, que criam desordem informacional sobre a Ilha de Marajó.

Os marajoaras merecem respeito e um tratamento digno de todo o Poder Público.

O Governo Federal está empenhado em…

— Jorge Messias (@jorgemessiasagu) February 24, 2024

POSICIONAMENTOS

O governador do Pará, Helder Barbalho, e o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania já se manifestaram sobre a repercussão de fake news sobre o Marajó nos últimos dias. O chefe do Executivo paraense ressaltou ações que estão em curso para combater a exploração sexual infantil na região e melhorar a qualidade de vida da população marajoara. 

“É inaceitável que crianças sejam vítimas de exploração em Marajó ou em qualquer parte do Brasil e do mundo”, disse Helder, relembrando que tal problema não é somente no Marajó, mas sim em todas as regiões brasileiras onde existe pobreza.

O governador acrescentou que segue em contato permanente com o Governo Federal e as prefeituras da região para construir políticas públicas e atacar este problema de forma estruturada.

O governador elencou ainda uma série de ações promovidas pelo Estado para melhorar a qualidade de vida na região e amenizar os problemas, como cursos tecnológicos, delegacias e a construção de duas Usinas da Paz, uma em Breves e outra em Portel.

O Governo Federal, por sua vez, através do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, desmentiu fake news de que a União teria cancelado ações, políticas e projetos voltados ao Marajó, reafirmando que, em maio de 2023, criou o programa “Cidadania Marajó”, considerado um novo marco em políticas públicas para a região e que substituiu o antigo programa, intitulado “Abrace o Marajó”, iniciado na gestão Bolsonaro e alvo de críticas e denúncias.

COMO A REPERCUSSÃO SOBRE O MARAJÓ COMEÇOU

Uma apresentação da cantora gospel paraense Aymeê no reality show musical “Dom” foi o estopim para a repercussão sobre casos de exploração sexual infantil e redes de tráfico humano no Arquipélago do Marajó. Na letra da canção “Evangelho de Fariseus”, ela retrata problemas vivenciados por crianças na Amazônia. De imediato, houve uma grande comoção dos internautas, que passaram a comentar e disseminar conteúdos sobre o assunto, além de cobrar posicionamento das autoridades competentes.

Influenciadores e artistas como Rafa Kalimann e Thayla Ayala fizeram posts no Instagram sobre os supostos casos de exploração sexual infantil no Marajó. A ex-ministra Damares Alves também se posicionou. Ela, inclusive, ganhou destaque na mídia ao trazer, sem provas, supostas denúncias de atrocidades que seriam cometidas na região marajoara.

Em 2023, o Ministério Público Federal ajuizou uma ação civil pública contra Damares. As declarações dela jamais foram comprovadas e a própria ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos nunca apresentou os fatos sobre a denúncia que fez durante um culto evangélico na cidade de Goiânia (GO).


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