Agremiações querem tornar a folia em Belém 100% sustentável

Publicado em 13 de janeiro de 2024

Com o objetivo de implementar ações e políticas de preservação ao meio ambiente, além de ser uma grande celebração aos 408 anos de Belém, as Escolas de Samba Associadas – ESA, em parceria com a Secretaria de Cultura do Estado do Pará (Secult), lançam hoje, 13, a partir das 16h, o projeto “Carnaval Sustentável”, na Fundação Cultural do Pará (FCP).

“A gente, enquanto Amazônia, deveria dar um exemplo para o Brasil e o mundo, com todos esses debates que surgiram, em especial no governo passado, com todos os números desfavoráveis para a Amazônia em relação ao desmatamento, à falta de respeito ao meio ambiente. Nós nunca seremos e nem temos essa pretensão de ter o glamour, a grandeza e a visibilidade do Carnaval do Rio de Janeiro, mas por que não ser um exemplo de respeito para o próprio Carnaval do Rio e para o mundo? Então, surgiu a ideia do Carnaval Sustentável, uma ideia coletiva”, falou Fernando Guga, presidente da ESA.

CONTEÚDO RELACIONADO

Pabllo Vittar não passa mais áudio para Anitta. Brigaram?Bicicletada em Belém homenageia a palhaça Miss Jujuba
Mamma Bruschetta é internada às pressas em UTI de SP

Um dos pilares do projeto é que todo o lixo produzido no Carnaval deve ser recolhido e reutilizado no próprio Carnaval e em outras manifestações culturais.

“A gente recolhe, transforma e reutiliza. Este é o primeiro pilar e o outro, que acho bem mais interessante e amplo, é que ao longo do ano a gente tenha uma cadeia produtiva, desde o lixão, que recolha os materiais que podem ser reutilizados e que a gente pode usar nas Usinas da Paz, por exemplo, nos próprios barracões das escolas, e aí empregar pessoas, gerar emprego e renda durante o ano todo, para que no Carnaval a gente tenha o material reutilizado com o mínimo de impacto ambiental e que abasteça as escolas. E, quem sabe, a gente consiga fazer com que a produção seja grande o suficiente, inclusive para vender para outras regiões”, acrescentou Fernando Guga.

A ideia é que, já no Carnaval deste ano, o primeiro pilar seja colocado em prática e, ao longo do ano, sejam estabelecidas parcerias para que, em 2025, o ano da COP-30 em Belém, o Carnaval seja completamente sustentável.

ABRE-ALAS

O lançamento do projeto terá uma programação carnavalesca para todos os públicos – jovens, adultos, amantes e simpatizantes do Carnaval -, além do grupo Pagoville, às 16h, e Samb’Esa, com Luizinho Moura e Fábio Moreno, a partir das 21h30. As onze agremiações do Grupo Especial do Carnaval de Belém também farão um show completo, a partir das 18h30, com quesitos, baianas e uma superestrutura para festejar o aniversário de Belém.

“A expectativa é a melhor possível, a própria festa de lançamento tem o envolvimento das escolas de samba, carnavalescos, dos protagonistas da festa que são os artistas, cantores, a bateria, estão muito envolvidos com a ideia, estão entendendo aos poucos do que se trata e realmente adotando a ideia como necessária. Então, a gente está super otimista, a festa vai ser grande, muitas autoridades do meio ambiente estarão lá, estamos muito otimistas”, declarou Fernando Guga.

Quer mais notícias de entretenimento? Acesse nosso canal no WhatsApp!

Projeto pretende tornar cadeia produtiva do carnaval eficiente

Segundo Herivelto Martins e Silva, o Vetinho, compositor, presidente de honra e um dos fundadores da Bole-Bole, a escola sempre procurou reaproveitar materiais desde a sua fundação, mas muitas escolas não têm barracões de alegorias para guardar e recuperar materiais que podem ser reutilizados e manter uma cadeia produtiva.

“Daqui para frente, penso que todas as atividades humanas, sejam industriais, comerciais, culturais e outras, têm que ter esse pensamento voltado para a sustentabilidade, precisamos estar integrados com todos os segmentos que estão preocupados com o futuro do planeta. A COP-30 vem aí e precisamos ter voz nessa discussão, separar o joio do trigo, deveria ser um comportamento geral, sem volta, quem não se enquadrar deve se retirar do processo”, falou Vetinho.

O projeto terá parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), e com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) para formular uma cadeia produtiva visando ao desenvolvimento de tecnologias de reciclagem que, por sua vez, implica a substituição dos insumos derivados do petróleo – hoje amplamente utilizados nos desfiles de carnaval do Brasil – por materiais alternativos e menos poluentes. Nesta cadeia de produção deverão ser envolvidas as comunidades das escolas de samba e as Usinas da Paz do Governo Estadual, tendo como resultado gerar emprego e renda para essas pessoas.

Já em parceria com a Secretaria de Saneamento do Município (Sesan), haverá campanha de educação ambiental nas comunidades localizadas nas imediações das escolas de samba, com projetos pedagógicos de reciclagem. E na avenida do samba, as ações educativas, como distribuição de material didático e locuções na sonorização do sambódromo, vão estimular a conscientização ambiental, ao mesmo tempo em que, na área do evento, serão dispostas lixeiras para coleta seletiva. Por fim, na dispersão do desfile de cada escola de samba, a logística reversa recolherá fantasias e adereços que deverão ser entregues à respectiva agremiação a fim de serem reaproveitadas no Carnaval vindouro.


Faixa atual

Título

Artista

AO VIVO!

Pagodão 99

12:00 16:00

AO VIVO!

Pagodão 99

12:00 16:00