Aumento de queimadas na Amazônia preocupa senador Jader
Written by on 14 de setembro de 2022
Uma área equivalente ao tamanho da cidade de São Paulo foi desmatada na Amazônia apenas em julho deste ano. Estimativas apontam que a taxa anual de desmatamento no Bioma Amazônico será a maior dos últimos anos.
Nos anos de 2020, 2021 e 2022, os meses de julho do governo Bolsonaro contabilizaram, juntos, 4.600 km² de floresta derrubada, um número quase 160% maior do que o registrado entre 2016 e 2018. Crescem, todos os meses, o desmatamento e as queimadas na região.
Para o senador Jader Barbalho (MDB-PA) há um descontrole geral do sistema de proteção da Amazônia. O senador cobra do Ministério do Meio Ambiente informações sobre as providências que estão sendo tomadas para frear esse avanço.
“Enquanto o Brasil completava o Bicentenário da Independência, no dia 7 de setembro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrava 18.374 focos de incêndio na Amazônia, marca superior a todo mês de setembro de 2021”, lembra o parlamentar em ofício encaminhado ao ministro Joaquim Álvaro Pereira Leite.
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No período citado por Jader, o registro já batia novos recordes: foram 16.742 focos no mesmo mês no ano passado. “A fumaça já cobre outros estados brasileiros, como Rondônia, Acre, Paraná, São Paulo, e chegou também a países vizinhos como a Bolívia.
ASSUSTADOR
O desmatamento continua batendo recordes todos os meses. Em agosto, foram derrubados 1.661 km² de floresta, um aumento de 81% em relação aos dados de 2021. O valor é o segundo maior observado no mês de agosto no histórico recente do Bioma, perdendo apenas para o de 2019, primeiro ano do atual governo.
Jader Barbalho enfatiza ao ministro do Meio Ambiente a necessidade de desacelerar a devastação na Amazônia, e cita dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). “Não foi apenas o desmatamento que teve crescimento considerável em agosto.
Lembro que as queimadas, naquele mês, superaram todas as marcas desde 2010, com 33.116 focos, o que representa um aumento de 18% em relação ao mesmo mês de 2021”, relata. “Infelizmente o desmatamento e as queimadas andam praticamente juntos. A floresta é derrubada, boa parte da madeira é vendida clandestinamente e o que sobra é deixado para secar. Daí se usa o fogo para ‘limpar’ a área”, reforça.
“Até hoje nada foi feito para desbloquear o Fundo Amazônia, que foi paralisado em 2019 por culpa do atual governo. Os recursos do Fundo Amazônia eram utilizados para fomentar projetos que combatam o desmatamento da Floresta Amazônica e promover a preservação e desenvolvimento sustentável da floresta”, ressalta o senador no ofício ao ministro.
“Diante desses fatos, solicito a Vossa Excelência que informe: quais as providências que estão sendo tomadas para frear o desmatamento e as queimadas na Amazônia e quanto de recurso já foi mobilizado e destinado para esses fins? O que está sendo feito para o desbloqueio do Fundo Amazônia?”, cobra o senador paraense no documento.
O ofício encaminhado ao ministro do Meio Ambiente foi protocolado ontem. “Espero ter respostas que nos permitam ter um mínimo de esperança para o nosso planeta”, conclui Jader, lembrando que a Amazônia Legal abrange 59% do território brasileiro, distribuído por 775 municípios e representa 67% das florestas tropicais do mundo.
Se fosse um país, a Amazônia Legal seria o 6º maior do mundo em extensão territorial. Um terço das árvores do planeta estão na região, além de 20% das águas doces.
“Infelizmente o desmatamento e a queimada andam praticamente juntos. A floresta é derrubada, boa parte da madeira é vendida clandestinamente”. Jader Barbalho, senador.