Os melhores e piores shows do Rock In Rio, segundo a Folha
Written by on 12 de setembro de 2022
Primeiro Rock in Rio após a pandemia de Covid-19 e às vésperas das eleições presidenciais, a edição de 2022 do festival teve de altos e baixos, com shows que já podem ser considerados históricos, tanto para o bem quanto para o mal.
Enquanto a funkeira Ludmilla se consagrou como uma das figuras mais potentes do mercado pop nacional, veteranos como Billy Idol e a banda Guns N’Roses provaram que não estão no melhor momento de suas carreiras com apresentações muito aquém do que já foram capazes.
Leia, a seguir, o balanço do jornal Folha de S.Paulo dos melhores e dos piores shows da edição de 2022.
O MELHOR DO FESTIVAL
– Green Day
A banda californiana mostrou que, embora tenha sido um dos precursores do movimento emo, tem muito mais a mostrar. O show enfileirou seus principais hits, mas foi o carisma e a energia do vocalista Billie Joe Armstrong que levaram a apresentação às alturas. As rodinhas de bate-cabeça não cessaram um minuto.
– Coldplay
Velho conhecido do festival, os ingleses tiraram a má impressão de seu último álbum, “Music of the Sphere”, com um show enérgico e recheado de hits cantados a plenos pulmões pela plateia, encantada com as luzes das pulseiras que mudavam de cor a cada canção.
– Ivete Sangalo
A baiana entrou em cena tocando na guitarra o clássico “Sweet Child Mine”, do Guns N’ Roses, antes de desfilar um rosário de hits que mesclaram desde o axé music até o pagodão baiano. A cantora fez do festival um Carnaval para um público animado, que cantou sem medo canções como “Sorte Grande” e “Abalou”, além de se emocionar com o dueto da cantora com o piano do filho, Marcelo, e reiterar críticas ao governo de Jair Bolsonaro.
– Papatinho e L7nnon
No palco Sunset, a dupla se sobressaiu numa apresentação repleta de pirotecnia e estabelecendo um diálogo fluido entre o funk clássico, o trap e as variantes do novo funk, desde a ostentação paulista até o proibidão carioca, mostrando que o ritmo funciona muito bem no palco do Rock in Rio.
– Demi Lovato
A cantora pop viajou entre todas as fases de sua carreira, desde quando era a favorita do público juvenil graças ao apoio da Disney, até o momento em que se tronou uma cantora madura e segura, com um bom repertório. No Rock in Rio, apostou num clima roqueiro para fã nenhum pôr defeito.
– Ludmilla
Um dos principais nomes do funk nacional, a cantora aumentou muito sua cotação no mercado da música pop com um show histórico, no qual celebrou a figura da mulher preta, periférica e bissexual. Teve espaço para o funk, para o pagode e para o pop numa apresentação digna de palco Mundo.
O PIOR DO FESTIVAL
– Guns N’ Roses
A banda teve energia para um show de três horas, e um Axl Rose completamente disponível. Entretanto, a péssima performance vocal do cantor fez com que a apresentação resultasse constrangedora, a despeito do já esperado ótimo desempenho de Slash. A cada agudo que Rose não alcançava, um fã deixava o Parque Olímpico.
– Avril Lavigne
Apesar de ter feito uma apresentação meramente protocolar em São Paulo, a cantora se esforçou para atender às expectativas dos fãs no Rock in Rio. Entretanto, nada jogou a favor da intérprete de “Complicated”, que enfrentou um som muito baixo, impedindo que o público se conectasse com a apresentação.
– 1985, A Homenagem
Ivan Lins, Elba Ramalho, Blitz, Alceu Valença, Pepeu Gomes, Luisa Sonza, Liniker, Agnes Nunes, Xamã e Andreas Kisser se encontraram no palco Sunset para homenagear a primeira edição do festival, mas o show soou apenas confuso e, com os problemas de som, nada ficou claro. O dueto de guitarras de Pepeu Gomes e Andreas Kisser foi o mais prejudicado.
– Marshmello
O show do americano voltou a levantar o questionamento: a quem interessa o show de um DJ no Rock in Rio? Certamente a ninguém que aguardava a apresentação de Post Malone, logo em seguida ao do músico que esconde seu rosto sob um capacete que emula um marshmallow. Já na metade da apresentação foi possível notar que o músico se esqueceu de que tinha uma multidão para entreter.
– Billy Idol
Foram 31 anos de hiato entre a primeira apresentação do astro americano no Rock in Rio e seu retorno na última edição. Com a voz rouca e com problemas para lembrar a letra de seu maior hit, Idol tentou reverter a situação com simpatia e carisma, mas não empolgou a plateia, que embalou um coro chamando pelo nome do músico Supla. Idol não parece ter entendido a piada, mas seguiu como mero show de abertura para Fall Out Boy e Green Day.