Qual a importância do Teste do Pezinho para recém-nascidos?
Written by Redação on 7 de junho de 2025
Assim que uma criança nasce, alguns exames são indispensáveis, principalmente os que podem detectar doenças graves no futuro.
Por isso, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) destaca a importância do exame para a detecção precoce de doenças que podem comprometer gravemente a saúde e o desenvolvimento infantil, caso não sejam diagnosticadas e tratadas a tempo.
Implantado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) há 24 anos, por meio da Lei nº 10.889/2001, o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), mais conhecido como Teste do Pezinho, possibilita, a partir de uma simples coleta de sangue no calcanhar do bebê, a identificação de diversas doenças ainda nos primeiros dias de vida. O diagnóstico e o tratamento precoces reduzem significativamente os riscos de complicações no crescimento e no desenvolvimento das crianças.
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A Sespa reforça que a coleta da amostra de sangue deve ser realizada entre o 3º e o 5º dia de vida do recém-nascido, período ideal para garantir a precisão do exame e a detecção eficaz das patologias. Todas as unidades básicas de saúde e maternidades do estado devem estar habilitadas para realizar essa coleta, que é posteriormente enviada ao Laboratório Central do Estado (Lacen-PA), referência na triagem neonatal no Pará.
A coordenadora estadual de Saúde da Criança, Ana Cristina Guzzo, explica que a realização do teste dentro do prazo adequado é essencial. “As crianças com alterações no exame são chamadas para uma nova coleta e, se necessário, realizam exames complementares, conforme a patologia identificada. Confirmado o diagnóstico, elas iniciam o tratamento com medicamentos, fórmulas específicas e acompanhamento contínuo pelo serviço de referência, geralmente por um período de dois anos”, detalha.
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Ampliação do exame
Ana Cristina também ressalta que o Pará já cumpre integralmente a primeira etapa da Lei nº 14.154/2021, que visa ampliar a cobertura do PNTN, incorporando novas doenças ao rol de triagem. “O programa foi dividido em cinco etapas. Na primeira, são rastreadas a fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias, hipotireoidismo congênito, doença falciforme e outras hemoglobinopatias, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita, deficiência de biotinidase e, agora, a toxoplasmose congênita”, destaca.
Segundo Guzzo, a inclusão da toxoplasmose congênita permite que o estado cumpra 100% das exigências da primeira fase da nova legislação. “As etapas foram estruturadas de forma progressiva, e o Pará já alcançou a totalidade da primeira etapa”, reforça.
Doenças detectadas na primeira etapa
O Teste do Pezinho permite identificar doenças graves que, muitas vezes, não apresentam sintomas logo após o nascimento. Confira abaixo:
O hipotireoidismo congênito é uma doença hereditária que impossibilita a glândula tireoide do recém-nascido de gerar o hormônio tireoidiano T4. Em crianças pequenas, esse hormônio é fundamental, e a ausência dele diminui o metabolismo, impedindo o crescimento e o desenvolvimento físico e mental.
A pessoa com fenilcetonúria nasce sem a capacidade de quebrar adequadamente moléculas do aminoácido fenilalanina. A doença prejudica a atividade da enzima que processa fenilalanina em tirosina. E, caso não tratada, leva a deficiência intelectual, convulsões, náuseas, vômitos, erupção cutânea semelhante a eczema e um odor corporal característico.
A doença falciforme é caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice, daí o nome falciforme. Essas células têm sua membrana alterada e rompem-se mais facilmente, causando anemia.
A fibrose cística ou mucoviscidose se caracteriza pelo acúmulo de secreções mais densas e pegajosas nos pulmões, no trato digestivo e em outras áreas do corpo.
A hiperplasia adrenal congênita refere-se a diversas doenças genéticas causadas pela deficiência de diferentes enzimas na síntese dos hormônios adrenais. A doença afeta o crescimento e o desenvolvimento normais de uma criança.
A deficiência de biotinidase é uma doença genética rara caracterizada pela deficiência da enzima responsável pela absorção e regeneração orgânica da biotina, uma vitamina existente nos alimentos de uma dieta normal.
A toxoplasmose congênita ocorre quando a gestante entra em contato pela primeira vez com o Toxoplasma gondii e adquire a infecção. O parasito se multiplica na placenta e pode infectar o feto causando comprometimento de intensidade variável com predominância de lesões no sistema nervoso central e na retina.
A realização do Teste do Pezinho, conforme enfatiza a Sespa, é um direito de toda criança e uma responsabilidade compartilhada entre o sistema de saúde e as famílias, garantindo um começo de vida mais saudável e protegido.