Pará segue sem casos confirmados de gripe aviária
Written by Redação on 24 de maio de 2025
O material coletado no último dia 19 de maio, no município de Eldorado dos Carajás, deu resultado negativo para Influenza Aviária e Doença de Newcastle, infecções respiratórias que acometem aves silvestres e domésticas.
A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) realizou três procedimentos padrões referentes à investigação clínica e epidemiológica de síndrome respiratória e nervosa das aves em propriedades de subsistência e encaminhou para o laboratório federal de defesa agropecuária do Ministério de Agricultura e Pecuária (LFDA-MAPA).
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A agência aguarda o resultado das outras duas amostras (outra de Eldorado dos Carajás e uma de Abel Figueiredo), informando que o atendimento às notificações é uma rotina do Serviço Veterinário Oficial. Qualquer suspeita de doença em aves deve ser imediatamente comunicada à Agência.
Na última terça-feira (20), a Adepará realizou uma reunião técnica ampliada com produtores do setor agrícola em Santa Isabel do Pará com a participação de representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Apav, além de responsáveis técnicos e funcionários de revendas agropecuárias. O objetivo detalhar as medidas de biosseguridade e as ações que a Agência vem executando para a manutenção da sanidade dos plantéis avícolas.
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O controle sanitário do rebanho de aves é feito pela agência através de ações de vigilância nas granjas cadastradas e também nas propriedades que possuem criação de aves de subsistência, com a coleta de material biológico para verificação da ausência do vírus de influenza aviária.
Mais de 3 mil atividades de vigilância já foram realizadas pela Adepará no Estado. Apenas este ano já ocorreram 11 notificações de síndrome respiratória e nervosa das aves, sendo 7 coletas de amostras encaminhadas para exame que deram resultado negativo e 4 descartadas.
O Pará ocupa hoje a 11ª posição na produção de frango de corte no Brasil com alojamento semanal de 1,9 milhão de aves destinadas ao abate, distribuídas em 267 granjas registradas em todo o Estado. No segmento de avicultura comercial são 3 milhões de aves produzindo ovos diariamente em 19 granjas localizadas no polo produtivo da região nordeste do Estado, abrangendo principalmente os municípios de Santa Izabel do Pará, Santo Antônio do Tauá, São Caetano, Benevides, Bujaru, Castanhal, Terra Alta Igarapé Açu, Maracanã e Paragominas. Destaca-se ainda outro importante polo produtivo localizado em Santarém.
O recente registro de um caso de gripe aviária numa granja no Rio Grande do Sul intensificou a vigilância sanitária em todo o país, resultando no aumento de denúncias sobre possíveis ocorrências da doença, sobretudo em pequenas propriedades. E no Pará não foi diferente. “O trânsito de aves abatidas aqui no Pará para outros Estados permanece sem restrições, considerando que todos os protocolos sanitários estão sendo rigorosamente observados no Estado, como sempre ocorreu”, destaca Cláudio Afonso Martins, presidente da Associação Paraense de Avicultura (APAV).
A cadeia produtiva no estado é responsável pela geração e cerca de 120.000 postos de trabalho (diretos e indiretos). O Pará também é destaque na produção de ovos, ocupando a segunda colocação na produção na região Norte, com produção anual de 2.585.417 caixas, onde são acondicionados 930.750.120 ovos.
Pará não faz exportações internacionais
Atualmente o Pará não realiza exportações internacionais de frango nem derivados, destinando toda sua produção ao mercado interno e alguns Estados da região Nordeste como Maranhão, Amazonas, Piauí e, eventualmente, o Ceará. A APAV garante que o consumo de carne de frango e ovos não representa qualquer risco à saúde da população, uma vez que a influenza aviária que teve um caso confirmado em um município do Rio Grande do Sul, é uma doença que acomete exclusivamente as aves, não havendo possibilidade de transmissão para seres humanos, como vem sendo exaustivamente divulgado nos últimos dias.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), entidade nacional a qual a APAV é associada, o volume de frango embargado para exportação no país será direcionado para outros países, sem impacto para o abastecimento interno. “Todas as medidas sanitárias estão sendo seguidas no Rio Grande do Sul onde foi registrado o primeiro caso da influenza aviária e a granja afetada será liberada num prazo de 28 dias que começou a ser contado desse a última quinta-feira”, esclarece Martins.
O presidente da APAV reforça que o Brasil é o terceiro produtor mundial de frango de corte e líder global em exportação, destinando aproximadamente 35% de sua produção ao mercado externo, atendendo a 153 países. “Mês passado o Brasil bateu novamente recordes na exportação de carne de frango. Vamos aguardar as ações sanitárias sem criar alardes e mantendo a serenidade. A situação está sob controle e vai se normalizar. O mais importante é esclarecer que a doença não ocasiona qualquer risco ao consumo humano, acometendo exclusivamente as aves”, reforça.
Para Cláudio Martins o momento agora requer cautela e responsabilidade na divulgação das informações principalmente para se evitar a propagação de informações equivocadas que gerem dúvidas e insegurança na população. “Não há risco de desabastecimento ou falta de produtos. As granjas seguem operando normalmente, assim como ocorreu na época da Covid 19”, assegura.