Calouros da UEPA iniciam cursos entre planos e esperanças
Written by Redação on 2 de março de 2025
Um futuro promissor através do aproveitamento das oportunidades acadêmicas é a expectativa dos calouros da Universidade do Estado do Pará (Uepa). Com o início das aulas na última semana de fevereiro, os novos universitários estão animados para começar a trajetória acadêmica e as inúmeras oportunidades de ensino, pesquisa e extensão. Responsável por uma grade curricular diversificada, a Uepa oferece cursos nas áreas de Ciências Exatas, Humanas e Sociais e Biológicas, proporcionando aos alunos uma formação ampla e alinhada às demandas do mercado de trabalho.
Fundada em 1993, a Universidade do Estado do Pará é uma instituição pública estadual de ensino superior. Caracterizada pela estrutura multicampi, está presente em dez das doze regiões de integração do Pará, espalhadas em cinco campi, localizados em mais de quinze municípios paraenses. Atualmente, os cursos estão distribuídos em três centros, situados em Belém: Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE) e Centro de Ciências Naturais e Tecnologia (CCNT).
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Este último, localizado no bairro do Marco, é responsável pela oferta de oito cursos, a maioria nas áreas de Ciências Exatas e Tecnologia, como Engenharia de Produção; Engenharia Ambiental e Sanitária; Tecnologia de Alimentos; Engenharia de Software; Engenharia Florestal; Tecnologia em Comércio Exterior; além de Design; e Relações Internacionais.
A escolha de Bruno Santos, 18, pelo curso de Engenharia de Produção foi fruto da indicação de egressos da Universidade do Estado do Pará (Uepa) e da afinidade pela área de Ciências Exatas. A preferência, então, recaiu sobre um curso com ampla atuação no mercado de trabalho, que abrange desde o controle de qualidade à tecnologia. Com o ingresso garantido na universidade, agora ele deseja aproveitar todas as oportunidades de crescimento profissional promovidos pela educação superior.
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“Eu pretendo ter o melhor aproveitamento possível, mas principalmente aumentar o meu networking, conhecer pessoas novas e conseguir aproveitar o que é a universidade de fato, que tem esse poder de abrir portas. Não tivemos muitas aulas ainda, mas estou muito interessado na questão de planilhas inteligentes, de Excel e também me interessei por algumas coisas de programação, logística, supply chain e pesquisa operacional. Quando eu conheci o curso, me identifiquei com a área de controle de qualidade, mas eu acredito que vá me interessar mais a área de gestão e controle de alguma empresa”, explica o calouro.
De olhos atentos no futuro, Bruno acredita que o mercado de trabalho está cheio de oportunidades para a sua formação, e vislumbra uma atuação voltada às práticas sustentáveis. “Eu vejo que tem muita possibilidade na área de logística reversa, que eu me interesso, voltada à sustentabilidade, e a questão de uma gestão mais ambiental, de certa forma. Quando eu ingressar no mercado de trabalho, pretendo buscar uma área mais voltada para a sustentabilidade”, ponderou o universitário.
O calouro Eduardo Galiza, 17 anos, já pressente uma uma trajetória acadêmica cheia de aprendizados e oportunidades, mesmo na primeira semana de aula. A conquista de uma vaga no curso de Engenharia Ambiental e Sanitária veio após um ano de estudos intensos focados, inicialmente, em Medicina. Amante das questões que envolvem o cuidado ao Meio Ambiente, o aluno enxerga no ensino superior uma oportunidade de contribuir para a realidade dos territórios de comunidades tradicionais, como as quilombolas.
“Eu gostei muito do curso até agora, a estrutura do CCNT me surpreendeu muito positivamente. É um curso que não era muito falado antigamente, mas eu conheci por volta de 2023 e gostei muito da grade curricular, as possibilidades do mercado de trabalho também, gostei muito das áreas de atuação e creio que vai ser uma área bem mais desenvolvida e explorada no futuro, e valorizada também. Eu vejo muitas oportunidades de emprego, principalmente na parte de engenharia ambiental com as comunidades tradicionais”, projeta o discente.
Em um curso multidisciplinar entre as áreas de Exatas e Humanas, Eduardo afirma que essa característica será fundamental para atuar no mercado de trabalho de forma e técnica, simultaneamente. “Talvez eu trabalhe fora ou viajando pelo estado e pelo restante do Brasil. Pretendo ter uma certa estabilidade, mas fazendo uma coisa que eu gosto. Eu sempre gostei muito dessa área de meio ambiente e conciliando essas partes eu posso fazer a minha parte para o que é tão fundamental do mundo. Eu acho que fazendo a minha parte eu posso melhorar um pouco a qualidade de vida da população e dar uma estabilidade ao todo”, disse.
Já o Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE), situado no bairro do Telégrafo, é responsável pela oferta de cursos voltados a modalidade de licenciatura, como História; Pedagogia; Ciências Naturais; Física; Química; Ciências Sociais; Ciências da Religião; Geografia; Letras – Língua Portuguesa; Letras – Língua Inglesa; Letras – Libras; Matemática; Música; Ciências Biológicas; Filosofia; além de Bacharelado em Secretariado Executivo Trilíngue.
A paixão pelos livros foi a motivação de Yasmin Costa, 18 anos, ao optar pelo curso de Letras com habilitação em Língua Portuguesa. Durante a pandemia, foi a leitura a responsável pela melhora do quadro psicológico, o que, anos depois, lhe rendeu uma vaga na universidade para estudar a língua nativa e sua literatura. Estimulada por uma professora ainda no Ensino Médio, foi que a universitária decidiu tornar a paixão em ofício.
Ainda na primeira semana de aulas, Yasmin espera que o curso seja um meio para que aprenda mais ainda sobre a futura área de atuação. “Eu espero aprender de tudo um pouco porque aqui a gente tem uma grande diversidade de culturas, então eu quero aprender muitas coisas em relação ao meu curso, fazer todas as mentorias, participar de palestras, das pesquisas em literatura. Eu quero muito utilizar todos os mecanismos que a Uepa vai me promover para, mais tarde, conseguir me lançar no mercado de trabalho”, afirmou a discente.
Com a certeza de uma futura atuação na docência, ela ainda diz que já pensa não somente na graduação, mas no mestrado e doutorado, requisitos básicos para ministrar aulas a universitários. “É muito cedo para saber a área específica, mas eu tenho certeza que quero ser professora. Eu já tenho um chamado para a docência, já tenho pensado em iniciação científica e, lá na frente, no mestrado. Quero aproveitar tudo o que tem aqui para me profissionalizar”, revelou Yasmin.
Essa é a segunda graduação de Isabele Santos, 26 anos, também caloura do curso de Letras-Língua Portuguesa. Após uma sequência de tentativas de continuidade no ensino superior, essa também é a primeira vez que ela estudará na modalidade presencial, o que tem gerado grande expectativa na sua passagem pelo curso. Amante da literatura, ela relata que a escolha pela Uepa levou em consideração o suporte de qualidade visando a capacitação profissional. “Eu optei pela Uepa por ser uma universidade que tem muita credibilidade. Essa é a primeira semana e é totalmente diferente do ensino EAD. Estar no ambiente da sala de aula tu consegue absorver muito melhor do que sozinha, consegue tirar as tuas dúvidas, ter mais clareza. Eu vejo que tem muitas oportunidades de aprender com palestras, e todas as iniciativas de ensino que a universidade oferece. Eu estou com uma expectativa ótima do curso, gosto bastante de ler, falar, escrever, aprender, e isso me trouxe para Letras”, disse Isabele.
TRAJETÓRIA
De acordo com o professor doutor Werner Morhy Terrazas, do curso superior de Tecnologia em Alimentos, ao chegarem na Uepa, através do processo seletivo, os alunos primeiramente passam por disciplinas básicas, que envolvem cálculos e estatística, no caso dos cursos de Exatas. Depois, os discentes têm acesso a formação mais técnicas relacionadas a cada curso. No caso de Tecnologia em Alimentos são abordados o processamento de carnes, óleos e gorduras, pescados, além de projetos de indústria de alimentos.
Durante o percurso acadêmico, os universitários ainda têm a possibilidade de participar de programas de incentivo à pesquisa e qualificação, como o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) e Programa Institucional de Iniciação à Docência (Pibid), que concedem bolsas aos contemplados. Atualmente, a participação nos programas é a principal chave de entrada para carreira acadêmica com foco na docência, além de facilitadora em processos seletivos de especialização,mestrado e doutorado.
“As possibilidades podem levar a uma pós-graduação, se especializar em uma certa área, dentro da área da Tecnologia de Alimentos, por exemplo. Muitos dos nossos alunos têm se destacado na seleção para mestrado, não somente aqui no Pará, mas fora, em universidades de ponta, como Unesp e Unicamp. Muitos deles também estão trabalhando em centros de pesquisa, na extensão rural e nas indústrias privadas. Uns 30% a 40% dos nossos professores são egressos das primeiras turmas do curso”, afirma o docente.
Segundo a técnica pedagógica do curso Pedagogia, Jane Buecke, acompanhar toda a evolução do acadêmico é “uma experiência interessante porque a gente acompanha a chegada deles todos cheios de euforia, de expectativa e perguntas. E a gente vai acompanhando o dia a dia deles durante o decorrer do curso, o crescimento deles, a evolução. Nós trabalhamos com muita assistência de vários tipos, principalmente pedagógica, para que eles possam se sentir acolhidos e permanecer no curso. Nós fazemos também esse trabalho de perceber as tendências e as dificuldades”, relata.
Com uma vasta opção de desenvolvimento de habilidades, a universidade ainda dispõe da possibilidade de pesquisa, extensão, monitoria, grupos de pesquisa, além de cursos, minicursos e palestras. Em conjunto com um ensino humanizado e o acompanhamento pedagógico presente, a Uepa desponta com uma educação superior que promove todos os meios para o crescimento profissional dos estudantes.
A Uepa tem o diferencial de ter um pedagogo em cada um dos cursos. Eu acho que não tem universidade no Brasil que tenha. E o papel do pedagogo é justamente de estar acolhendo, acompanhando a vida pedagógica do aluno, mediando as relações professor-aluno. Isso faz uma diferença muito grande para o aluno se sentir acolhido e se desenvolver nas suas potencialidades. Além disso, nós temos serviço de apoio pedagógico para as necessidades específicas dos alunos, que temos junto com o Núcleo de Assistência de Acessibilidade e Inclusão para pessoas com deficiência ou qualquer outro tipo de dificuldade”, pontuou a técnica pedagógica, Jane Buecke.