Tecnologia: como vencer as barreiras dos negócios digitais
Written by Redação on 23 de fevereiro de 2025
Os negócios digitais são a nova forma de inovação no mercado econômico. Em 2025, pelo menos cinco modelos de negócios digitais são tendência para investir em um bom faturamento. Isso porque, em ritmo acelerado de crescimento, o ambiente digital tem sido impulsionado por uma nova forma de consumo que se concentra no meio online. Para aproveitar as oportunidades dos negócios digitais, as micro, pequenas e até grandes empresas devem estar bem posicionadas, com foco no aumento do trabalho remoto, comércio eletrônico e a produção de conteúdo digital.
São diversas opções para quem quer empreender no meio digital. De acordo com o Rubens Magno, diretor-superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PA), as alternativas envolvem as redes sociais e os marketplaces, plataformas que conectam vendedores e compradores a serviços e produtos com múltiplas finalidades, facilitando as transações. Mas, em todos os casos, é essencial que os pequenos negócios criem uma presença no ambiente digital, uma ferramenta capaz de impulsionar vendas e conectar diferentes perfis de clientes.
“Assim como nos negócios tradicionais, nos meios digitais o empreendedor precisa conhecer seu cliente, suas preferências de consumo, e acompanhar as tendências de mercado. Fica inviável para um negócio digital não possuir modalidades de frete diferenciados, onde o cliente escolhe diferente tipos de fretes, que se adequam às suas necessidades de receber um produto, ou mesmo opções de pague online e retire do físico, ou ainda, compre online na loja física, e com a possibilidade de comparar os preços. Isso tudo é parte de uma experiência de vendas, para que o cliente seja convencido do valor da compra”, aponta o porta-voz do Sebrae.
Apesar das diversas vantagens, os negócios digitais inicialmente carecem de confiabilidade, situação ocasionada pela ausência de contato físico, o que pode dificultar a criação de um vínculo emocional e credibilidade com os clientes. Pensando nisso, é necessário que o empreendedor pense em estratégias para criar uma relação confiável com o possível cliente, que deve ser o cerce para a conversão de suas vendas.
“O empreendedor de pequeno negócio precisa entender quem é seu potencial cliente, esse é o primeiro passo para aumentar a taxa de conversão de vendas. Quanto mais perto o empreendedor estiver de falar com o perfil ideal de consumidor, mais chances tem. Ele também pode oferecer promoções e ofertas, oferecer fretes grátis por tempo limitado, e oferecer suporte telefônico ou por WhatsApp, por exemplo. Essas são orientações que facilitam bastante [essa relação]”, orienta Magno.
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TENDÊNCIA
Em 2025, ano da COP 30, em Belém, os negócios não podem esquecer da questão da sustentabilidade. Sendo assim, a economia circular e a energia sustentável são dimensões que estão em crescente demanda. Empresas que focam não apenas no lucro, mas também no seu papel em relação à práticas mais saudáveis com o meio ambiente tendem a conquistar novos espaços no mercado investidor.
“Empresas que adotam práticas sustentáveis, como a compensação de carbono e o uso de energia renovável, têm mais chances de conquistar investidores e consumidores, mas também não podemos esquecer de plataformas de microaprendizagem, que oferecem cursos curtos e focados e que estão cada vez mais populares; e o e-commerce que continuará em alta. Nossos empreendedores poderão comercializar produtos por meio de sites e redes sociais, e fazer vendas diretas, fazer transmissões ao vivo para demonstração de produtos”, afirmou Rubens Magno, do Sebrae-PA.
Outra área em alta é o marketing de influência, estratégia que utiliza influenciadores digitais para promover produtos, serviços ou marcas através da confiança e proximidade com os seguidores. “Acredito que o marketing de influência também estará em alta, incluindo a produção de conteúdo para as redes sociais, a contratação de influenciadores digitais para vários trabalhos com nichos direcionados. Para ter ideia, já foram mapeados mais de 100 na Região Metropolitana de Belém, sem falar nos serviços de marketing digital, com a produção de peças estratégicas que conectam o empreendedor ao seu público”, afirmou o porta-voz.
INOVAÇÃO
Em 2020, a pandemia da Covid-19 impactou profundamente a economia global, evidenciando a fragilidade do setor econômico brasileiro. Milhares de empresas, principalmente os pequenos negócios, enfrentaram quedas abruptas nas receitas, enquanto os setores de tecnologia e e-commerce experimentaram um crescimento sem precedentes que mudou as relações com as redes sociais. Com a remodelação dos padrões de consumo, trabalho e produção, a pandemia também foi responsável por alternativas de renda, em um período de altos índices de desemprego.
Foi nesse cenário de crise econômica que nasceu a Milloca Papelaria, criada pela empreendedora e arte educadora Milla Cantuária. Após perder o emprego e com mais de 40 anos, ela buscava uma fonte de renda que aliasse as vendas online com uma paixão antiga: a papelaria. Com foco em produtos “fofos” e diferentes, a empreendedora apostou em um mercado ainda pouco explorado na capital paraense, o que, até hoje, chama atenção dos apaixonados por itens de papelaria e escritório.
Mesmo sem experiência prévia com negócios online, Milla procurou fazer tudo de forma profissional, com CNPJ, site próprio e compra de marcas renomadas, como Tilibra e Molin. “Sempre gostei de produtos diferentes, com brilho, personagens fofinhos, pompons e eu tinha muita dificuldade em encontrar esses produtos diferentes em Belém. Abri um CNPJ, criei um site com domínio próprio e comecei a comprar das grandes fábricas, grandes fornecedores como Tilibra, Molin, Trist, Pentel, New Pen, entre outras grandes marcas. Quis fazer um negócio com qualidade”, relatou a empreendedora.
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Além do Instagram, atualmente ela divulga os produtos pelo Facebook, TikTok, Youtube e WhatsApp, onde mantém um grupo VIP com alguns consumidores, uma forma de fidelização dos clientes. Com presença digital em diversas plataformas online, a Milloca Papelaria ainda enfrenta diversos desafios, o maior deles envolve a criação de uma experiência envolvente, já que os interessados não podem tocar ou testar os produtos presencialmente, tornando essencial o investimento em boas descrições, fotos detalhadas e avaliações de clientes.
“No ramo da papelaria, as pessoas querem ver o produto, testar, querem saber como é que uma caneta específica escreve, se é uma escrita grossa ou fina, se falha ou não, se desliza no papel, se papel é fino ou mais grosso, se o caderno é decorado, qual é o tamanho. Para amenizar essa dificuldade de testagem do produto no digital, eu faço vídeos mostrando os produtos, dando ideia de como usar. Outros eu explico como usar, mostro tudo para que a pessoa tenha noção de como funciona. No site são as vendas e tem todos os produtos, descrição e várias fotos”, revela Milla Cantuária.
Com vendas abertas para todo o Brasil, a Milloca Papelaria aceita pagamento em diversas bandeiras de cartão de crédito, além de ter 5% de desconto no Pix. Apenas nos primeiros quinze dias de fevereiro, o site recebeu 788 visitas únicas, sendo 76 apenas em dois dias da semana. Os números revelam as diversas vantagens de abrir um negócio online, que inclui o alcance ampliado de clientes, redução dos custos fixos, preços mais competitivos e a possibilidade de automação dos processos de pedidos e pagamentos.
“A Milloca já foi para vários lugares, Fortaleza, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, São Luiz, Manaus, além de umas localidades que demoram um mês para chegar. O meu trabalho também tem outras vantagens, como a economia com o o espaço físico porque faço tudo de casa, não tem aluguel, luz, ou funcionários para pagar. Então eu tenho todas essas economias. E uma vantagem pessoal é que eu tenho duas filhas e estou em casa o tempo todo acompanhando no dever de casa, cuidando quando ficam doentes e orientando elas”, conclui a microempresária.
NEGÓCIOS DIGITAIS
O Pará tem potencial para se tornar um hub de tecnologia sustentável na Amazônia, combinando inovação digital com preservação ambiental e inclusão social. Empresas, governos e comunidades locais precisam colaborar para garantir que a transformação digital beneficie todos os paraenses. Neste sentido, o Sebrae lista as principais tendências, que também pode ser aplicadas em nossa região:
1 – AFILIADO DIGITAL
Muitas empresas disponibilizam suas plataformas para que as pessoas façam cadastro como afiliados digitais – que atuam na divulgação de produtos e serviços na internet. Na prática, é recomendado fazer uma pesquisa pelos melhores programas de afiliados, e só depois escolher as empresas para se afiliar. Depois disso, é preciso fazer seu cadastro e selecionar os produtos que gostaria de promover. As opções são infinitas: culinária, literatura, apostilas para concurso, software, cursos on-line, turismo, utilidades para casa e eletrônicos.
2 – PESQUISAS ON-LINE
Muitas plataformas de pesquisa on-line pagam pessoas para opinar sobre novos produtos ou serviços, ou até mesmo para informar sobre como melhorar aqueles artigos que já estão no mercado. Basta pesquisar na internet sobre sites de pesquisas remuneradas e se inscrever.
3 – INFOPRODUTOR
É aquele especialista em determinada área que aproveita seu conhecimento para desenvolver produtos digitais, como cursos on-line, e-books, webinars, podcasts, videoaulas. Aqui, vale de tudo: desde livros de receita, passando por aulas de música, dicas de maquiagem até estratégias de marketing, por exemplo.
4 – VENDAS DE CURSOS ON-LINE
Enquanto o infoprodutor foca na criação de conteúdo digital, o vendedor de cursos on-line foca na comercialização desses produtos, escolhendo o assunto e o nicho do curso, pesquisando o mercado e a melhor plataforma para vender.
5 – SERVIÇOS E SOLUÇÕES DIGITAIS
Serviços digitais estão em alta e devem continuar aquecidos, como desenvolvimento de sites, criação de softwares e aplicativos, webdesign e serviços de suporte que podem ser realizados de modo virtual.
Fonte: Informações do Sebrae
SITE OU REDE SOCIAL?
- Redes sociais e sites tem finalidades diferentes. Segundo o diretor-superintendente do Sebrae-PA, Rubens Magno, o ideal é estar presente nas redes sociais e ter um site próprio, já que o primeiro serve para diferentes propósitos na comunicação e relacionamento. Isso porque “enquanto o site profissionaliza o pequeno negócio e passa mais credibilidade, as redes sociais podem ser uma maneira fácil de interagir o público do empreendedor, também é a maneira com menor custo de se fazer presente”, diz.
- Por isso, a orientação é definir estratégias diferentes para cada canal de comunicação e traçar objetivos que o empreendedor deseja no momento. “Depois disso, estabelecer quais ações ele deve focar. Dessa maneira, se a ideia é fazer vendas rápidas ou interagir com o público, as redes sociais podem ser o melhor caminho. Porém, se o empreendedor quiser profissionalizar o seu negócio e realizar vendas maiores por meio da internet, o ideal é criar um site institucional ou loja virtual mesmo”, conclui Rubens Magno.