Chuvas também trazem frutas saborosas; veja quais são!
Written by Redação on 10 de janeiro de 2025
Com o início do inverno amazônico, as chuvas frequentes trazem não apenas alívio para o calor intenso, mas também o sabor inconfundível das frutas típicas da estação. É nesse período que mercados e feiras de Belém são tomados por cores, aromas e sabores que refletem a riqueza frutífera da região.
Antônia Bronze, professora doutora em Ciências Agrárias, na área de Fruticultura Tropical e Olericultura, da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), explica que o período chuvoso proporciona o ambiente ideal para o amadurecimento de várias frutas típicas da região amazônica, que entram em safra. As frutas desta estação incluem: pupunha, bacuri, cupuaçu, castanha-do-pará, uxi, bacupari, biribá, buriti, camu-camu, tucumã e muruci.
Já outras, provenientes de outras regiões, são: “manga, originária da Ásia e cultivada em várias regiões do Brasil, mas também presente na Amazônia; mangostão, originário do Sudeste Asiático; rambutã, do Sudeste Asiático; limão, também Asiático; pequiá, nativo do Brasil; e taperebá, também nativo do Brasil”, detalha.
MERCADO
No Complexo do Ver-o-Peso, bairro da Campina, a movimentação comprova o que a especialista aponta. Conforme os feirantes, a procura por frutas da estação vem crescendo significativamente. Entre os destaques, estão o bacuri, a manga, rambutã, pupunha, cupuaçu e muruci.
A vendedora Kátia Rosas, 42 anos, conta que o bacuri é sempre muito procurado. “Quando ele chega, é febre. Aqui, um pacote de cinco unidades sai por R$20”, diz. Já a manga, característica dessa época, está sendo vendida a sete unidades por R$10. Ela também destacou outros produtos como o muruci, saindo por R$8 o pacote de meio quilo, e a polpa de cupuaçu, que custa R$30 o quilo.
Sheuly Sena, 21 anos, destacou a pupunha e o rambutã, frutas que começaram a aparecer agora, sendo vendidas a R$20 o quilo. Outra fruta que também ganha espaço no ponto dela é o muruci, vendido por quilo, com preços que podem variar entre R$10 e R$15. “Nem todas as frutas típicas estamos comercializando já; como nosso verão amazônico foi muito quente, de certa forma, impactou o tempo de algumas dessas frutas”, ponderou.
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SAFRA
A especialista também destaca os períodos de safra de cada fruta, que variam conforme a cultura. O bacuri, por exemplo, tem safra de dezembro a maio, enquanto o cupuaçu é colhido entre janeiro e abril. Já a pupunha aparece com maior frequência de março a julho, e a manga pode ser encontrada de setembro a março. A castanha-do-pará, com seu período de colheita estendido, é encontrada de janeiro a junho.
Outro ponto importante é o impacto da safra no preço. Segundo Antônia, frutas da estação geralmente chegam mais baratas ao consumidor e, em casos de excesso de produção, polpas e doces costumam ser mais produzidos. “Durante a safra, a oferta aumenta significativamente, o que geralmente reduz os preços no mercado local. Frutas frescas ficam mais acessíveis à população, incentivando o consumo”, observa.
BENEFÍCIOS
A professora Antônia Bronze , da Ufra, ressalta, ainda, os benefícios das frutas, que “não são apenas deliciosas e tradicionais da cultura amazônica, mas também repletas de nutrientes essenciais para manter a saúde e promover o bem-estar”.
- Bacuri: rico em vitamina C, excelente para fortalecer o sistema imunológico;
- Cupuaçu: fonte de vitamina C, sendo um antioxidante poderoso, além de vitaminas do complexo B, servindo para o fornecimento de energia e o funcionamento do metabolismo;
- Pupunha: rica em vitamina A – contribui para a saúde da visão e da pele – e betacaroteno;
- Manga: contém vitaminas A, C e E, importantes para a pele, imunidade e antioxidantes.
- Castanha-do-pará: rica em vitamina E, também antioxidante, e selênio, que fortalece a imunidade e previne o envelhecimento celular.