Morre Mestre Dikinho, aos 83 anos, no Marajó

Publicado em 17 de julho de 2024

Morreu, de causas naturais, na manhã desta quarta-feira (17), em Soure, no Marajó, o compositor marajoara Raimundo Miranda Amaral, conhecido como Mestre Dikinho. Um dos maiores expoentes da cultura marajoara e um dos mestres de carimbo mais antigos da cidade, viúvo, deixa sete filhos.

O velório será em frente à sua casa, na Nona Rua, esquina com Travessa Seis, no bairro da Matinha, em Soure. O sepultamento está marcado para quinta-feira (18), às 10h.

Mestre Dikinho era natural de Soure, na Ilha do Marajó, onde se dedicou a música, com canções que descrevem o cotidiano dos marajoaras. Ele passeava pelos mais diversos ritmos como: Carimbó, Lundu, Xotes e Toadas de Boi. O talento também se estendeu para o samba-enredo e bossa.

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No início de sua carreira artística, Mestre Dikinho tocava com vários compositores, fez parte de diversos conjuntos e chegou a montar seu próprio grupo de carimbó. Participou do grupo parafolclórico Eco Marajoara, depois passou mais de uma década na direção musical do Grupo de Tradição Marajoara Cruzeirinho.

A experiência vivida nos campos do Marajó, da infância à juventude, a vida de pescador nos igarapés e o convívio com outros mestres de carimbó e boi bumbá durante a década de 70, apuraram o talento de Mestre Dikinho, tornando-o um profundo conhecedor das tradições marajoaras.

Mestre Dikinho era detentor de notórios saberes e fazeres. Colocou nas ruas de Soure o boi bumbá Sete Estrelas. Se arriscou ainda na comédia, cantou, criou adereços, confeccionou o boi e os cavalinhos. Também participou de tantos outros bois bumbás, como o Rosa Branca, Pai do Campo e Pingo de Ouro.

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Tambores do Pacoval

A partir de 2010, passou a liderar a direção musical no conjunto de carimbó Tambores do Pacoval. O grupo dedicou-se a mostrar o trabalho de Mestre Dikinho para o Brasil.

O artista marajoara, confeccionava instrumentos percussivos como: tambores, maracas e xeque-xeque, instrumentos que dão ritmo e vida ao carimbó. Ele também pintou e esculpiu e suas obras estão exposta no seu barracão.

Mestre Damasceno usou as redes sociais para prestar homenagem ao cantor. “É uma perda que nem conseguimos mensurar. Mestre Dikinho deixa um legado imenso, para que a gente possa continuar aprendendo e passando adiante os conhecimentos da essência do que é ser marajoara. Mestre Dikinho seguirá sempre presente por meio de suas canções, que retratam os modos de vida, os contos, os costumes e tradições do Marajó”, escreveu Damasceno.


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