Os riscos de usar o Google como “doutor”; entenda!

Written by on 23 de maio de 2024

Uma pesquisa feita pelo Datafolha aponta o Google como o meio mais utilizado pelos brasileiros que buscam tirar dúvidas sobre saúde. Segundo o levantamento, 47% dos entrevistados, no final de 2022, usam a plataforma para este fim. No entanto, o conhecido “Dr. Google”, preocupa profissionais de saúde e pode apresentar riscos, já que nem sempre corresponde a resultados precisos.

A psicóloga clínica Márcia Yamada elenca alguns motivos que podem levar as pessoas a se sentirem confortáveis em recorrer ao Google, ao invés de atendimento médico especializado. Um deles seria o medo de ir ao médico e receber um diagnóstico “ruim”.

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“Já ouvi isso algumas vezes, mas, ao mesmo tempo, buscam respostas nas ferramentas de pesquisa e sofrem pela possibilidade ou até pela certeza de que estão com alguma doença grave”, pontua. Márcia Yamada ressalta que a dificuldade ao acesso à saúde, seja pública ou privada, também deve ser levada em consideração nestes casos.

“Ou ainda no caso da saúde mental ‘necessitam’ respaldar-se em um autodiagnóstico para justificar atitudes, sintomas e comportamentos. Portanto, a melhor forma de diagnóstico e tratamento é a procura de profissionais especializados”, destaca.

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A psicóloga clínica ainda ressalta que a busca por um autodiagnóstico de algum sintoma é extremamente prejudicial em vários sentidos. Por exemplo, se alguém pesquisar informações sobre unha inflamada, o Google traz várias respostas como: unha encravada, micose, psoríase – uma doença autoimune que somente um médico pode diagnosticar.

“No caso da saúde mental não é muito diferente, o cliente chega com o diagnóstico na ponta da língua. Por exemplo, pessoas que chegam com a queixa de estarem tendo alucinações e dizem: ‘acho que tenho esquizofrenia’. Após breve anamnese, percebe-se sintomas importantes e compatíveis com a ansiedade, privação de sono, o que justificaria as alucinações”, ressalta.

Márcia Yamada pontua que os riscos são muitos a partir do autodiagnóstico equivocado, como: a busca pela automedicação e possíveis efeitos colaterais; adotar tratamentos sem nenhuma evidência científica; e em casos de patologias graves reais, a demora do diagnóstico correto e tratamento adequado pode levar a piora considerável do caso.

“Como psicóloga sei que muitos sintomas orgânicos podem caracterizar alguma psicopatologia mas, antes de uma hipótese diagnóstica precisamos descartar todo e qualquer outro problema (…) Seguindo as orientações corretas haverá alívio dos sintomas e possível cura, descartando as ‘receitas fake’ da internet”, completa.




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