Região Norte tem déficit de profissionais de cardiologia
Written by on 25 de março de 2024
As doenças cardiovasculares afetam cerca de 14 milhões de pessoas no país, levando 400 mil a óbito, anualmente. Os dados, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), indicam um cenário desafiador e apontam para uma demanda cada vez maior por especialistas nessa área.
Na região Norte, o desafio é dobrado, por causa do déficit de profissionais. O Pará, com uma população de 8,1 milhões de habitantes, possui apenas 259 cardiologistas registrados no Conselho Regional de Medicina (CRM).
O coordenador nacional da pós-graduação em Cardiologia da Afya Educação Médica, Tiago Bignoto, cita dados que mostram o tamanho do problema na região. Um deles, é o estudo realizado pela Associação Médica Brasileira (AMB) e Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), intitulado “Demografia Médica no Brasil 2023”.
De acordo com esse levantamento, dos 20.324 especialistas em Cardiologia do país, apenas 3,1% estão na região Norte. Os demais estão distribuídos da seguinte forma: 9,7% no Centro-Oeste, 17% no Sul, 17,02% no Nordeste e 53% no Sudeste.
Segundo Tiago Bignoto, a Cardiologia Clínica é a especialidade com uma das maiores demandas, no Brasil. O profissional com essa formação, diz ele, pode atuar em ambulatório, pronto-socorro, terapia intensiva, enfermaria e salas de intervenção.
O coordenador destaca que, para reduzir a defasagem de profissionais cardiologistas no Norte, uma das soluções é o investimento na pós-graduação.
Revolução
Tiago Bignoto ressalta que a Cardiologia vive, hoje, uma verdadeira revolução, com métodos para diagnósticos cada vez mais sofisticados, exigindo constante aprimoramento dos profissionais. “São novos métodos intervencionistas, que trazem a possibilidade terapêutica para vários indivíduos que rotineiramente são encaminhados para cuidados paliativos. Isso muda drasticamente a forma de se fazer Cardiologia. Diante desse panorama, é necessário que mais profissionais estejam preparados para atender a demanda”, afirma.
A Cardiologia, ele explica, é a especialidade clínica que cuida do diagnóstico, tratamento e prevenção das doenças relacionadas ao coração e ao sistema circulatório. Fatores como obesidade, sedentarismo e tabagismo contribuem para que as doenças cardíacas se tornem cada vez mais frequentes, segundo Bignoto.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera as doenças cardiovasculares entre as principais causas de morte no mundo, atualmente, alcançando 30% dos casos. As duas principais ocorrências são Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Infarto Agudo do Miocárdio (IAM).