Pará terá restauração florestal com créditos de carbono
Written by on 23 de dezembro de 2023
O Governo do Pará vai lançar em 2024 um edital de concessão para recuperação da vegetação nativa. O conceito inova ao permitir a exploração de ativos como créditos de carbono oriundos do reflorestamento.
A iniciativa faz parte da implementação do Plano de Recuperação da Vegetação Nativa, cuja meta é recuperar 5,6 milhões de hectares no Estado até 2030.
Conteúdos relacionados:
Prefeitura abre licitação para limpeza urbana de Belém Conheça a Amazônia que vive no meio de Belém
O primeiro edital do novo modelo será destinado à Unidade de Recuperação Triunfo do Xingu, uma área desmatada de 10 mil hectares na região Oeste.
Quer ver mais notícias do Pará? Acesse nosso canal no WhatsApp.
O novo modelo cria a figura jurídica da “Unidade de Recuperação”, uma categoria de proteção estruturada especialmente para áreas em processo de recuperação da cobertura vegetal, dificultando os processos de grilagem e restringindo as atividades irregulares.
A expectativa do Executivo é de que 2,7 milhões de toneladas de CO2 sejam sequestradas da atmosfera ao longo dos 40 anos de concessão. Segundo o governador do Estado, Helder Barbalho, o modelo é o mais eficiente para recuperar as áreas, atrair parcerias e dar melhores condições de vida, trabalho e segurança à população local.
“Nós estamos falando de investimentos em torno de R$ 220 milhões, com criação de 2 mil empregos diretos e até 4 mil indiretos. Além da recuperação da vegetação, a concessão vai requalificar o espaço humano na floresta, com mais segurança, oportunidades de trabalho, capacitação e desenvolvimento local”, disse Helder.
Ainda segundo Helder, o lançamento do novo modelo coincide com o melhor momento de valorização no mercado dos projetos do tipo ARR (Florestamento, Reflorestamento e Revegetação), que têm liquidez e valor maiores pela eficácia da remoção do carbono.
“A previsão é de gerar receitas no valor de R$ 400 milhões, com retorno sobre capital investido estimado em dez anos. É um modelo muito atrativo para o Estado e para o investidor, sobretudo por causa do direito de explorar créditos de carbono, com ótimas perspectivas de retorno financeiro no mercado voluntário”, disse.