Festas de fim de ano impulsionam setor de serviços

Written by on 5 de novembro de 2023

O setor de serviços é o que mais gera empregos formais no Pará: nos seis primeiros meses deste ano (janeiro a agosto) foram gerados, em todo o Estado, 15.600 postos de trabalhos nessa área, maior resultado entre os setores econômicos e o maior de toda a Região Norte, colocando nosso Estado à frente dos Estados do Amazonas (12.709) e de Tocantins (6.437), que ficaram na segunda e terceira colocações, respectivamente.

O setor de alimentação (restaurantes, bares e outros serviços) é um dos subsetores e aparece com um saldo de 688 postos de trabalho formais gerados no primeiro semestre. Os dados são do Dieese-PA com base nos dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregado (CAGED), do Ministério do Trabalho.

A perspectiva é que neste segundo semestre o ciclo se repita: com o Círio há um aquecimento na economia, que movimenta o setor de comércio e serviços que, no embalo, “emenda” a maior festa religiosa dos paraenses com o “Black Friday” que ocorre na segunda quinzena de novembro.

E para não deixar cair o faturamento, as promoções são mantidas já para o Natal, grande festa de consumo esperada em todo o ano. E a perspectiva de movimentação e contratações no setor de bares, restaurantes e eventos para este último trimestre do ano é a melhor possível, sobretudo em razão da onda de confraternizações que começa já no mês que vem. Mas esse crescimento ainda depende de algumas variantes.

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Isabel Lima, presidente da seção paraense da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Seção Pará (Abrasel-PA), acredita num aquecimento do setor no último trimestre do ano principalmente por conta da injeção do 13º salário na economia, oscilando entre 25% e 30% nas vendas.

“O mercado está aquecido desde meados de julho. Tivemos um Círio quebrando recordes de visitantes com injeção de capital fundamental na nossa economia; e com as festas de final de ano não deve ser diferente. A expectativa é sempre positiva, ajudando o setor de alimentação fora do lar a alcançar ou até mesmo ultrapassar os resultados projetados para o faturamento anual”.

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Com o incremento nas vendas a empresária diz que ocorrerão novas contratações, a maioria delas temporária, por conta do aumento de demanda prevista em função das confraternizações. Segundo ela muitas empresas vêm buscando mais pessoal para ampliar o negócio com novos produtos e serviços ou para abrir filiais.

“Procuramos mais profissionais para recompor nossos quadros e readequar as empresas à nova configuração de mercado pós-pandemia. Porém temos tido muita dificuldade para encontrar mão de obra especializada ou até mesmo para formação e aperfeiçoamento para atender às demandas do setor. No momento estamos quase com um ‘apagão’ de mão de obra para os cargos de auxiliar de cozinha, cozinheiro, garçom e cumim (auxiliar de garçom)”, aponta.

RÉVEILLON

Fernando Soares, assessor jurídico do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Pará, diz que a perspectiva do setor para esse final do ano é a melhor possível. Mas esclarece que o segmento é diferente de outros como shopping centers, por exemplo, que firmam contratos temporários por 90 dias, envolvendo novembro, dezembro e janeiro, quando as vendas são maiores.

“A maioria das nossas contratações é intermitente ou por jornada fixa de 2 ou 3 dias da semana quando o movimento nos estabelecimentos é maior e necessitam de maior reforço de pessoal. Esperamos que o movimento desse ano seja um pouco melhor que em 2022, mas ainda precisamos esperar mais para ver como a inflação se comporta para ver como ficam os preços dos insumos, o que reflete diretamente nos valores de eventos e alimentos servidos”.

Ele espera um aumento no movimento sobretudo no réveillon, quando os balneários e cidades do interior recebem um reforço significativo nos caixas das famílias que se deslocam para esses locais.

Fernando lembra que de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) o setor de turismo já recuperou de 70% a 80% do seu movimento em relação ao que era verificado antes da pandemia.

“Tivemos uma perda bilionária em 2020 e 2021 que não são recuperadas em tão pouco tempo, mas empecilhos como os altos preços das passagens internas e o preço da alimentação fora do lar. As cidades eminentemente turísticas ainda sobrevivem e conseguem se manter, sobretudo no Nordeste e Sudeste. Belém é uma cidade de turismo de negócios e fora isso, só temos o Círio, quando a cidade enche e lota os hotéis. Fora dessa época a média de ocupação dos hotéis aqui oscila entre 40% e 50%”, calcula.


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